Dieci

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𝑊𝑂𝑁

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𝑊𝑂𝑁

Tem certos momentos, que algo parece te afetar tanto, que simplesmente seus sentidos falham, como agora, eles se recusavam a funcionar diante daquelas palavras.

O silêncio se estabeleceu, mas ela ainda podia ver os lábios pálidos dele se moverem, mas nada fazia sentido, parecia um sonho, ou talvez um pesadelo.

Desde o começo, sabia onde estava e com quem estava, e principalmente, do que eram capazes. Entretanto, ouvir, ouvir daquela forma tão calma sem remorso algum, sua história de um ser imortal sádico e matador.

...

— Sou do ano 1300, me tornei vampiro aos vinte sete, e nessa época aconteceu a execução em conflito com o Clã Romeno; conheci Athenodora após isso... — antes de continuar, uma voz o interrompe.

— Athenodora? — Nora questiona na mesma hora, juntando as sobrancelhas em confusão.

— Escute, e entenderá. — Responde ríspido, e a garota sente vontade de respondê-lo de modo nada educado.

— Viajamos juntos, como um par, como se tivemos esta ligação. Mas tarde, nós viramos marido e mulher. — Nora não sabia mais oque pensar, o que ele quis dizer isso? Que já se casou? Que é casado?

— Quando encontramos Aro, ele já havia formado um clã com Marcus, imediatamente me atraí por essa suposta ideia de me unir com vampiros talentosos; e mesmo não tendo nenhum dom psíquico, Aro adorou minha ambição e facilidade em odiar. — Caius contava pacificamente, como se gostasse de sua história, de sua trajetória até aqui. Antes de prosseguir, ele se ajeitou ainda mais, deitando de lado, apoiando a cabeça em sua mão.

— A irmã de Aro, Didyme se juntou também, assim como a esposa de Aro, Sulpicia.  — A garota ficava cada vez mais espantada, como assim todos eram casados? Como ela nunca soube disso? Como os Cullen nunca disseram essa informação a ela, ou a Bella.

— Didyme era esposa de Marcus, era, pois após a sua morte, Aro e eu decidimos proteger nossas esposas a todo custo. Em seguida, trouxemos mais vampiros subordinados, e destruímos grande parte do clã Romeno. — conta, sem demonstrar sequer uma emoção, não era de se surpreender.

— Talvez por isso, Marcus tenha aquele jeito melancólico e apático? — pergunta ela, supondo.

— Marcus ficou devastado com sua partida, ela era o amor de sua vida, tudo oque ele tinha. Mas Aro tinha Chelsea, usando seus talentos para forçar Marcus a sentir lealdade para ficar com os Volturi. E suponho que ela esteja fazendo o mesmo comigo, não tenho certeza se ficaria tão satisfeito assim perdendo meu tempo apenas punindo os infratores da lei de Aro. — Diz, despreocupado.

— Se você acha isso, porque não manda parar? — questiona Nora, em tom baixo, provavelmente, se o homem não fosse um vampiro com uma audição apurada, não escutaria direito suas palavras.

— Me acostumei com está vida, me sinto muito bem fazendo o oque faço. — Ele dá uma pausa, pensando se poderia dizer oque pensa a ela. — Também existe outros fatores, mas... — sua fala é cortada, quando o Volturi se vira para encarar a humana, mas pode vê-la com a cabeça deitada sobre seu próprio braço, com os olhos fechados, e a respiração lenta e prolongada.

Ele segurou cuidadosamente seu pulso, o retirando de onde estava, deixando ao seu lado, mais confortável para não obter dores do dia seguinte.

Era tão viciante aquele cena, Caius foi humano há tanto tempo atrás, que mal se lembra de como é ser um. De como é durmir tão tranquilamente desse jeito, descansar seus ossos e alma, esquecendo por algumas horas a vida que tem.

Ele se permitiu deitar virado pra mortal, observando cada vez que seu corpo se elevava um pouco com as respiradas; tão vulnerável, tão facil de matar. Algo que ele deveria querer fazer, se livrando de vez desta situação; mas cada estrutura de seu corpo, forçava o desejo em protegê-la até o fim de tudo, era aterrorizante.

— os outros fatores, são que, não conheço Aro de verdade, nós vampiros apenas suportamos o que pode nos beneficiar, não se trata de irmandade. — Resolve contar, já que a garota está dormindo profundamente em sua lateral, e não irá escutar.

— Ele seria capaz de tudo, tudo que não poderia ao menos imaginar; Por isso, prefiro fingir desconhecimento sobre esse ato, para não causar a morte de mais alguém.

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Os raios caloros e iluminados do sol, fizeram Nora despertar do seu sono cedo demais, ela abriu as pálpebras vagarosamente se acostumando com a claridade de seu quarto. Levantou, sentando na cama preguiçosamente enquanto seu sistema reiniciava.

Aos poucos, se lembrava da noite passada; da floresta, do lago, do gazepo, e da interminada história de Caius.

Porque adormeceu de repente, se amaldiçoava incansáveis vezes por conta disso agora, queria tanto saber sobre oque Caius passou, e dorme quando acontece.

Mas, relembrando, ela dormiu no gazebo, com ele; entretanto acorda na sua cama? De novo em Volterra. Isso fez sua mente fértil começar a imaginar como o vampiro a trouxe para cá.

Decidiu se lavar, na tentativa da água fervente limpar esses pensamentos junto com si, essa ligação só podia estar a deixando atordoada. Sempre colocando a culpa da maltida ligação.

...

Antes de sair de seus apossentos, pegou um agasalho, pois seu corpo ainda estava refrescado do banho, fazendo o vento ficar mais gelado do que o normal.

Nora ainda não havia visitado o jardim do próprio castelo, então resolveu ser hoje o dia, já que adorava internamente jardins.

Por sua sorte ou azar, os corredores estavam vazios e silenciosos, ninguém apareceu surpreendentemente em sua frente na ida ao lugar. E a garota rezava para o jardim estar vazio também, e agradeceu pelo sol estar forte essa hora.

Antes de passar pela estrada que levará ao jardim, podia ver as folhas verdes e algumas amarelas ou laranjadas, flores azuis e rosadas; o brilho solar que encantava ainda mais. Era uma bela paisagem.

Até Nora notar que havia alguém, uma vampira, pois sua pele brilhava mais que qualquer coisa em meio as folhagens; seus cabelos loiro dourado, um pouco ondulado, que combinava com seu vestido longo, branco em detalhes de ouro.

Era Athenodora, a humana só não sabia disso, ainda.

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𝐂𝐚𝐢𝐮𝐬 𝐕𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢 • Eclipse SolarWhere stories live. Discover now