— Eu vou te mostrar uma coisa. — Saiu caminhando cm o bebê pra dentro e não demorou a voltar, com um envelope pardo nas mãos. — Abre.
— O que é isso? — Estava com medo do conteúdo.
— Abre. — Repetiu com um dar de ombros. Balançou o bebê num ritmo lento, não estava nem percebendo. — Vamos lá, quero ver a sua cara. — Sophia permaneceu parada encarando o envelope. — Para de sofrer por antecedência e abre essa porcaria.
Com um suspiro, Sophia deslacrou o envelope e enfiou a mão puxando de lá algumas fotos com qualidade ruim.
Abriu a boca em surpresa ao perceber que eram fotos dela e de Micael, no dia que transaram no banheiro.— Gostou?
— Você disse que tinha tirado as câmeras. — Passava as fotos horrorizada.
— Até parece que eu confio em você. — Bufou. — Eu coloquei foi mais. Ou acha que eu sou tão idiota ao ponto de não saber que você e ele trasariam ainda mais debaixo do meu teto?
— A culpa é sua que não queria transar comigo. — Jogou as fotos no sofá. — Agora devolve o meu filho.
— Nosso filho. — Corrigiu com um sorriso. — Não estou fazendo mal a ele, estou apenas segurando, quer parar de ser chata?
— Me mostrou essas fotos com que intuito, Guto? — Cruzou os braços esperando a resposta.
— Pra mostrar que eu tenho prova do seu adultério. — Continuava sorrindo. — Que eu vou entrar com o pedido de guarda do Levi a alegar perigo pra ele porque o seu namorado é um estuprador muito perigoso!
— Você é um psicopata. — Se sentou no sofá. — De que adianta me ter dentro dessa casa?! Eu estou criando ódio de você!
— Sabe que o ódio anda lado a lado com o amor. — Piscou pra ela, sorrindo mais. — Para com isso, ainda podemos ser felizes.
— Onde eu me enfiei. — Abaixou a cabeça nas mãos, a ponto de chorar.
— Eu amo você, Sophia.
— Ama nada, você não tem nem amor próprio! — Resmungou ainda sem olhar em sua cara. — Um homem que aceita tudo o que você aceitou e que chantageia alguém pra ficar casado, não tem nada além de uma doença de cabeça.
— Está me magoando. — Fez um biquinho. — Pena que não ligo. — A campainha tocou e Guto foi até a porta com o bebê.
.
.
.Micael chegou ao apartamento de Augusto e Sophia antes de Arthur, assim como era esperado. Tocou a campainha e quem abriu foi o "amigo", com Levi no colo.
— Micael, que surpresa! — Sorriu falso. — Não esperava te ver aqui hoje. — Caminhou pra sala e Micael respirou fundo e fechou a porta atrás de si. — Veio ver o nosso neném?
— Pois é, soube que estavam em casa, vim conhecer seu filho. — Disse num tom claramente falso. Olhou pra Sophia e franziu a testa ao perceber a tristeza clara em sua expressão. — Está tudo bem? — Sophia tinha colocado uma almofada em cima das fotos.
— Claro que está! — Augusto que respondeu. — Ela só está cansada, esse rapazinho não dá sossego, não é mesmo, amor?
— É sim, só cansada. — Disse com a voz embargada.
— Imagino que seja difícil, ainda bem que você é um ótimo pai e marido, deve estar ajudando com tudo, não é mesmo? — Debochou, mas Guto não percebeu ou fingiu que não percebeu.
— Claro que sim, revezamos sempre. — Sorriu pra Sophia, que rolou os olhos, não fazendo questão de disfarçar.
— Será que eu posso segurar um pouquinho? — Pediu a Augusto que hesitou um pouco. — Eu sei segurar um bebê, se é o que quer saber.
— Sabe mesmo? — Ergueu uma sobrancelha, me logo sorriu novamente e passou o pequeno Levi aos braços do pai verdadeiro.
— Oi, amigão. — Disse aí bebê que estava acordado. — Não está com sono? Achei que recém nascido só dormia.
— Ele estava dormindo, mas Augusto o tirou do carrinho e acordou o garoto. — Sophia respondeu irritada. — Eu que lute.
— Ah, não fala assim, ele deve querer babar o pequeno, não é um absurdo. — Mais uma vez foi falso. — Toma aqui seu filho de volta. — Micael devolveu a Sophia, mas Augusto se aproximou pra pegar de volta. A loira segurou firme o bebê e ouviu o moreno cochichar. — Fica calma. — Não entendeu bem, pelo menos até o próximo segundo, quando Micael virou dando um soco na cara de Augusto.
— QUE ISSO! — Sophia gritou e assustou o bebê. Levantou correndo do sofá e se afastou dos dois. — Você ficou louco?
— Parece que ficou. — Augusto tinha se recuperado do soco e estava com a mão no queixo. — Que ideia idiota é essa de entrar na minha casa e me bater?
— Eu vou bater mais, muito mais. — Avançou e Guto correu colocando o sofá entre eles. — Larga de ser covarde e vem aqui me encarar. — Correu atrás, mas não alcançou. Pareciam duas crianças brincando de pega. — Eu só estou ficando com mais ódio.
— Será que dá pra gente conversar? — Pediu ainda se mantendo a salvo. — Que nem dois adultos e amigos?
— Amigos? — Gargalhou. — Vai tomar no cu, Augusto. Você é um grande filho da puta.
— O que diabos aconteceu?
— Eu descobri a verdade sobre tudo, sobre você, sobre aquela noite. — Confessou e viu Guto parar surpreso, foi onde pôde atacar e chegar perto a ponto de derrubar Augusto e lhe acertar socos. — Você não tinha direito de destruir a minha vida!
— Para com isso! — Já sentia gosto de sangue. — Deixa eu explicar.
— Não tem explicação!
— Micael pelo amor de Deus você vai matar o Augusto. — Sophia tentou intervir. — Chega, por favor.
— Vai ser muito melhor pra você ficar viúva do que casada com esse merda! — Acertou outro soco. — Não se mete, Sophia.
— Pelo Levi. — Ela implorou. — Ele não pode crescer sem pai, não pode crescer sem você!
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Aquela Noite
RomanceQuantas vezes você já teve vontade de voltar a um ponto específico da sua vida e evitar o que veio a seguir? Evitar sair de casa e não conhecer certa pessoa. Evitar entrar em um automóvel e assim não sofrer um acidente. Com Micael não era diferent...
Pelo Levi
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