Capítulo 8

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_Ja pode abrir os olhos
_Samael falou me colocando no chão

Abri os olhos colocando as mãos no joelho. Como aquilo me causava náuseas.

Samael riu segurando em meu braço me dando apoio. Era incrível como aquele sorriso me dava borboletas na barriga. Eu poderia vêr ele sorrir o dia todo.

_Por que viemos aqui Bella? No que está pensando?

Olhei em volta, estavamos em um dos becos da cidade. Carros cruzavam o semáforo mais a frente. As luzes da cidade iluminando a noite.

_Sinceramente eu ainda não sei, minhas memórias não voltaram por completo. Mas eu já estive aqui antes,e sinto que era importante.

Ele assentiu pegando minha bolsa_Deixa que eu levo, precisamos de um lugar para ficar,vamos achar um hotel, talvez se você se deitar um pouco consiga ter alguma visão sobre a cidade.

Eu concordei, caminhamos pelo beco entrando nas ruas movimentadas. Ele mantinha uma postura protetora a minha frente. Caminhamos por alguns minutos,então eu vi uma lanchonete Meu estômago doeu de fome no mesmo instante.

_Preciso comer, já faz horas que não como nada!

Ele olhou para os lados apreensivo, eu sabia que a noite não podíamos ficar tão expostos,mas eu realmente estava com fome.

Ele suspirou_Tudo bem,podemos sentar mais no fundo...

Entramos na lanchonete, ela estava lotada, e isso me deixou apreensiva,Samael apertou minha mão me reconfortando. Me guiou até os fundos onde tinha uma mesa vazia. Sentamos e eu olhei o cardápio.

_ Eu poderia comer até esse cardápio agora_falei olhando as opções, meu estômago doía

Ele riu, mas eu sabia que ele estava tenso, se pudesse me arrastaria para o mais longe possível daquele lugar.

A atendente veio e pegou meu pedido, ela o olhou de cima a baixou sem nenhum pudor. Eu entendia ela, aqueles cabelos negros bagunçados, seu rosto esculpido com aquela boca tão bem traçada, seus olhos eram tão escuros quanto o cabelo, embaixo de sua jaqueta de couro seus músculos eram bem marcados. Perfeito, não tinha outra palavra que o descrevesse.

_A imortalidade te cai bem_eu dei um sorriso_ para um vovô de milênios você tá bem conservado.

_Você sabe que não pode me falar isso né senhorita?_ele brincou pegando na minha mão por cima da mesa_ Afinal você não fica muito atrás...300 anos!

_Quer comparar meus 500 anos de idade com seus milênios!?_ eu o provoquei rindo.

Ele iria responder mas a atendente chegou bem na hora, colocou meu pedido na mesa e saiu. Ele se encostou na cadeira com uma expressão rabugenta.

Comecei a comer tranquilamente. Samael tentou disfarçar, mas sabia que vigiava o local.

_Sabe que eles não iriam nós atacar em público né? Os mundanos ao redor chamam muita atenção.

_Eu sei Bella_ele suspirou,voltando sua atenção a mim_ mas eu não posso evitar, só de pensar que pode acontecer alguma coisa a qualquer momento... Eu fico preocupado! Já te perdi muitas vezes.

Larguei meu prato quase vazio. Ele tinha razão,poderia acontecer em qualquer lugar e a qualquer hora. Mas então uma lembrança me veio a mente, meu último dia na terra a 25 anos atrás, aquela lembrança me corroía, sempre cruéis.

Não havia percebido que estava chorando,até que Samael limpou as lágrimas delicadamente.

_Ei, está tudo bem me beauté_ ele sorriu_ conversamos sobre isso depois, vamos procurar um hotel, ainda precisamos acessar suas visões.

Eu assenti me levantando, ele também se levantou pegando minha bolsa,e colocou algumas notas na mesa. Saímos do restaurante para as ruas de Manhattan.

Coloquei meu braço aí redor de sua cintura, e ele passou o seu por meus ombros. Em circunstâncias normais seria só mais um casal passeando depois de um jantar romântico. Mas infelizmente essa não era nossa realidade.

[...]

Já no quarto de hotel,me sentei na cama enquanto Samael retirava sua jaqueta.

Sempre que nos reencontramos,
pelo menos nas vezes que me lembro,ficávamos sem graça inicialmente,era como um início de namoro,um eterno incio de namoro, por isso nosso quarto havia duas camas, ele se sentou na outra e me olhou enquanto falava.

_Talvez agora você possa tentar se conectar as lembranças sobre esta cidade.

_Eu vou tentar, mas talvez eu esteja errada_disse apreensiva

Ele sorriu enquanto se aproximava a beira da cama,pegando minhas mãos_Eu confio em você Isabella,sei que falou para virmos aqui por algum motivo.

_Tudo bem_concordei o olhando_ vamos fazer isso.

Respirei fundo pensando em Manhattan de 25 anos atrás, como a cidade poderia ser, se eu estava nela com Samael.

Ele ficou me observando enquanto enquanto meus olhos pesavam. Senti ele segurando meus ombros e me deitando enquanto a escuridão me tomava.

Abri meus olhos,estava em Manhattan,no Parque dos Amantes como todos chamavam,havia várias árvores ao longo do parque,parecia Natal pois estavam todas enfeitadas com luzes brilhantes, a igreja ficava logo ao fundo, vários casais passavam de mãos dadas, bem na minha frente havia uma fonte com uma estatua de um Anjo,água caía pelas laterias de suas asas. As bordas eram enfeitadas com pedras azuis irregulares.

Não via Samael em lugar algum,eu estava sozinha, em minhas mãos havia uma pequena caixa, me agachei próximo a fonte, tateei a procura de algo, então apertei uma das pedras e ela se afundou abrindo aos pés da fonte um pequeno cubículo. Olhei aos arredores, mas ninguém prestava atenção. Coloquei a caixa ali dentro e apertei novamente para fechar.

Me levantei virei e caminhei para longe da fonte...então me sentia estar sendo observada,mas quando fui conferir tudo ficou escuro...

_Bella respire!

Puxei o ar com todas as minhas forças, Samael estava ajoelhado na cama ao meu lado me olhava preocupado. Estava enjoada e minha cabeça doía.

_ Precisei buscá-la,você estava muito longe_ falou sério_Como está se sentindo?

_Sam,eu...eu não estou bem_ me forcei a sentar mas exigia muito esforço, Sam passou os braços a minha volta,me sentando encostada na cabeceira da cama

_Você está pálida! Ficou inconsciente por duas horas... Isso nunca aconteceu.

_Eu não sei o que houve, mas ao menos descobri o que precisava. Era uma fonte, na Praça dos Amantes Sam, eu deixei algo lá. Uma caixa!

_Na fonte dos anjos?_assenti_ Foi esperta, é o único lugar que ninguém mexeria pelos últimos anos. Amanhã iremos lá, mas por hora deixe-me ajudar você.

Ele colocou sua mão sobre minha cabeça,uma luz dourada correu por seus dedos, senti a energia angelical correndo pelo meu corpo, e todo o mal estar passou.

Meus olhos começaram a se fechar... temi estar voltando para as lembranças. Mas senti sua mão afagando meus ombros enquanto me deitava na cama,cobrindo meu corpo.

_Você não vai a lugar nenhum,vai apenas descansar... Estarei aqui quando você acordar.

Então o sono me tomou por completo.

A Maldição Do Céus Where stories live. Discover now