Decisões tomadas em prol do bem estar de quem se ama

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Nos últimos três dias, Itachi esteve aqui em meu apartamento. Conversei com os pais dele. fiz isso para que ele evitasse mover a perna. Tem sido ótimo chegar em casa com ele estando aqui para me receber. Também tenho o ajudado muito e às vezes preciso elevar um pouco a voz com ele pra dar uma segurada na sua desobediência e insistência em querer ficar andando de um lado pro outro. Tenho também o ajudado a se alongar, principalmente sua perna saudável para evitar que fique parada.

Inclusive, sua perna teve uma melhora, mas seu humor não. Ele continua cabisbaixo e pouco falante. Já até o pedi que parasse de ficar checando sobre os campeões do campeonato. Isso não ajuda em nada. Pelo contrário, ele volta à estaca zero e volta a ficar com um humor péssimo.

Nas últimas semanas tenho substituído meu colega no trabalho e por isso logo será a minha vez de tirar férias de 2 semanas, mal posso esperar. Isso me levou a ter uma ideia.

Itachi está deitado então fui para a cozinha e me irritei ao ver novamente aquele envelope já no lixo. O joguei mais fundo na lixeira onde eu e principalmente Itachi não pudesse ver, joguei mais alguns lixos em cima o tampando de vez. Tenho tomado cuidado para que Itachi não veja as cartas que eles andam me enviando desde o dia que chegou aqui. Seria ótimo se eles parassem de me enviar cartas, mas me mandam literalmente todos os dias. Podiam esquecer minha existência, seria um grande favor.

Ignorando o envelope, peguei meu celular e disquei o número da minha sogra, ela logo me atendeu e comecei a explicar minha ideia.

— Sim, eu queria aproveitar as minhas férias pra viajar com ele. Até pra aproveitar os dias do atestado médico dele. É a oportunidade perfeita

— Seria realmente ótimo! Ele precisa esfriar a cabeça. Meu menino tá muito cabisbaixo.

— Eu só preciso ver algum lugar. Não pode ser muito longe, vou correr pra pesquisar algo legal.

— Eu sei um ótimo lugar pra vocês irem. Não precisarão se preocupar com a hospedagem pois será gratuita. — mal pude acreditar

— Mas isso é ótimo! — minha sogra é um anjo na terra

— Só terão de ver o meio de transporte. Mas sei de um aplicativo de caronas, pode dar em torno de cem dólares. Mas é seguro e vocês irão de carro. É como Uber

— Então já está tudo certo. Só preciso saber que lugar a senhora sugere.

— É um apartamento da família num hotel. Tem bastante coisa lá, você vai adorar. Fugaku estava até falando comigo de vender pois já faz anos que não vamos lá pelas coisas que precisamos tomar conta aqui. Ele vai ficar feliz em saber que vocês vão pra lá aproveitar o hotel.

— Eu que fico feliz. Nem sei como agradecer. De verdade!

— Você é um bom menino e é bom pro meu filho, isso basta. — acho que ela pôde ouvir meu riso sem graça do outro lado da linha.

Nossa conversa se estendeu por mais alguns minutos e além de falarmos da viagem, não sei como fomos parar em outros assuntos mais aleatórios. Encerramos a ligação quando ela começou a ficar sem bateria no celular. Assim que ela desligou, eu tratei de organizar e planejar tudo para a minha viagem com Itachi.


*

Itachi superou minhas expectativas e ficou mais animado com a viagem do que eu esperava. Chegou até a me agradecer e mais de uma vez. Fiquei satisfeito pois o maior motivo de eu estar fazendo isso é justamente pra animar ele. No dia seguinte eu fui trabalhar e ainda ontem terminamos de resolver e organizar tudo, principalmente nossas malas. E também ontem pós expediente eu fui liberado para ir curtir minhas férias. Por isso, estamos indo hoje para o hotel, acordamos cedo. Eu também estou muito animado.


Quebrando regras - ShiitaWhere stories live. Discover now