Capítulo 30

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Tudo parecia tranquilo, apesar de não estarem convivendo como marido e mulher, William acreditava que as coisas estavam indo bem. Porém mal passava por sua cabeça que Maite nunca havia desistido da ideia de ir embora, e agora que Alani completou 3 meses ela se sentia segura para ir.
Na noite anterior a morena fez uma pequena mala para ela e a bebê e pegou o dinheiro e as joias que tinha, escondeu a bolsa embaixo da cama para que não corresse o risco do Duque ver. E na manhã seguinte esperou que ele saísse.

- William. - Ela o chamou.

O mesmo que já estava abrindo a porta se virou.

- Sim?

Sem dizer mais nada ela caminhou até ele e lhe deu um beijo, a princípio era para ser apenas um selinho.
Quando se separaram ele a encarou meio atordoado.

- O que foi isso?

- Um beijo.

- Isso eu sei, mas do nada?

- Está reclamando? - Questionou ela com a sobrancelha arqueada.

- Não, claro que não. Faça sempre, por favor.

Ela sorriu em resposta, e ele lhe roubou mais um beijinho antes de sair, sem nem imaginar que na verdade aquilo se tratava de uma despedida.

- Até mais tarde. - Disse o homem.

Quando a porta se fechou a morena respirou fundo, secou a lágrima que escorreu e correu até o quarto das crianças.

- Cuide de seu pai, pequeno Henry. E saiba que eu te amo infinitamente. - Falou enquanto depositava um beijinho na testa do garoto que dormia tranquilamente.

Alani por outro lado estava bem desperta no berço ao lado, mas possuía uma expressão de angústia no rosto, como se soubesse o que estava prestes a acontecer.
Maite pegou então a bolsa e a menina, e sem dar explicações para nenhum criado saiu.
Mais da metade do caminho William percebeu que havia esquecido alguns papéis da contabilidade, e precisou retornar para casa. Assim que abriu a porta notou algo estranho, nesse horário Maite sempre estava com Alani e Henry na sala de estar brincando com eles.

- Cadê a duquesa? - Perguntou ao mordomo.

- Saiu, senhor.

- Para onde?

- Não sei, ela nada disse.

- Saiu sozinha?

- Não, levou a menina... E carregava uma bolsa.

- Inferno! - Praticamente gritou.

Ela havia realmente ido embora, ele estava perdido, não fazia ideia de onde ela poderia estar. Foi então que pegou o folhetim e viu que hoje dois navios em dois portos diferentes iriam zarpar, um para a Índia e outro para a América. Com certeza ela estaria em um deles, e não daria tempo de conferir um e depois o outro, foi então que se lembrou que Maite uma vez lhe disse que já havia passado um tempo na Índia trabalhando como enfermeira, e talvez por ser já um lugar conhecido ela teria ido para lá.
O homem correu para fora e pegou seu cavalo, nunca havia cavalgado tão rápido em toda sua vida.
Assim que chegou viu Maite com a pequena Alani nos braços já em cima do navio e suspirei aliviado, ele correu para pedir que esperassem mais uns 10 minutos antes de partir.

- MAITE! MAITE! - Gritava para que ela pudesse escutar.

Derrepente todos ao redor pararam para prestar atenção no que estava acontecendo.
A mulher o viu, e já ia virando para tentar se esconder.

- Espere! Não precisa fugir, eu não irei entrar aí no navio e te tirar a força, apenas me ouça e se ainda assim você quiser ir embora eu deixarei, mesmo que seja a coisa mais difícil que eu farei em toda minha vida. - Vendo que ela obedeceu e apenas ficou parada o esperando continuar, ele prosseguiu. - Hoje eu não vou te pedir perdão novamente, porque sei que não importa quantas desculpas eu peça, nenhuma nunca será suficiente. Hoje eu vou te pedir uma segunda chance, não para mim, mas uma segunda chance nós. Eu amei você desde o primeiro momento em que te vi, e nenhum sentimento me acovardou tanto igual o amor, e isso me fez ficar cego e cometer os maiores erros.
Eu era um homem solitário, que vivia a noite dividido entre bares e casinos, eu fingia para mim mesmo que eu gostava daquilo, mas quando você apareceu e junto nossos filhos eu só então descobri o verdadeiro significado da palavra "alegria".
Ainda assim, se você quiser partir e se isso te fará mais feliz no momento, mesmo com o coração partido em mil pedaços e com uma dor insuportável no peito eu te deixarei ir, porque a sua felicidade é a minha também, e se você estiver bem eu também vou estar. Eu te amo, Maite, e amo nossa família, vocês são absolutamente tudo para mim.

Nesse momento não se ouvia nada além do canto dos pássaros, as pessoas estavam em silêncio aguardando ansiosos pela resposta da duquesa.
A jovem secou as lágrimas que escorreram e respirou fundo antes de começar a falar.

- Eu te amo, William. Mas existem feridas que ainda não foram cicatrizadas, e acredito que só o tempo dirá se elas irão se curar algum dia. Eu não vou ficar porque eu não quero, eu não vou ficar porque eu não estaria inteira no nosso casamento, eu ainda não consigo olhar nos seus olhos sem me lembrar de tudo o que aconteceu, e nem eu e nem você merecemos isso, uma relação pela metade. Muito obrigada por esses últimos  meses, você se mostrou um marido esplêndido e um pai espetacular, foram sem dúvidas os dias mais felizes da minha vida. Diga ao Henryzinho que eu o amo, e também não se esqueça que eu te amo incondicionalmente. E por mais que possa parecer, isso não é um adeus. Se cuida, vossa graça.

- Saiba que estarei te esperando até meu último suspiro, e se não der certo nessa vida te procurarei por outras cem se for preciso.

A emoção tomou conta de todos, e o último chamado de partida foi dado e junto com ele William cumpriu sua promessa, e apenas ficou observando o navio sumir de suas vistas junto com o amor da sua vida dentro. Os dois estavam destruídos por dentro pela separação, mas no fundo ambos sabiam que por hora aquilo era o melhor.
Existem amores que são para toda uma vida, e existem amores que serão apenas lembranças para uma vida toda.

Fim!

Aos Cuidados de um Duque Where stories live. Discover now