capítulo 13

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Passado.

James.

Acordo sentido todo meu corpo doer, não tinha uma parte sequer que não doesse, era pior que a sensação de que um caminhão havia passado por mim.

Me sentia fraco e sem forças, está a dias sem comer, sem beber e sem ver pessoas, os únicos que eu via era meu pai, e os seus amigos, que entravam aqui, para fazer suas sessões de tortura grátis.

Estou colhendo algo que eu com certeza não plantei...

Minha vista está turva, me sinto com frio, jogado nesse chão frio e duro. Talvez eu esteja doente, algumas vezes durante a noite me senti com calafrios, e cheguei a vomitar, sem ter nada no estômago para ser dispensado.

Estou preso em um quarto com cheiro de mofo e comida estragada, misturado com sangue, que fazem a bile subir na minha garganta trazendo um gosto amargo na boca, tento não sentir o cheiro, ou pelo menos tentar pensar que não está tão ruim, para que aquilo tudo se torne o menos pior possível.

Aqui sozinho eu tenho tempo mais que o suficiente para pensar, pensar em coisas, que eu não gostaria, mas minha mente me trai, ela me leva a pensamentos que eu não queria.

Sempre me lembro de Cecília, e de tudo que fazíamos quando estávamos juntos, das brincadeiras, das risadas, e todos os momentos incríveis que passei ao lado dela.

Cecília era a garota mais linda e doce que eu já conheci, meiga e fofa, ela se preocupava e cuidava de mim, de uma forma única.

Eu amava mais que um simples amigo, eu tinha apenas doze anos quando percebi que amava, e foi justamente quando nos separaram, ela foi para outra cidade, e eu fiquei completamente sozinho.

Quando ela estava aqui, meu pai já era esse monstro que ele é hoje, mais com ela, era como se toda a dor sumisse, esquecia dos problemas e de tudo que acontecia em casa, eu só queria brincar e ser uma criança normal com ela, sem precisar ter medo.

Por um tempo eu tinha em mente que ela logo voltaria, e tudo aquilo não tinha passado de dias ruins, mas não foi o que aconteceu. Já se faziam três anos, e ela nunca mais havia voltado.

E tudo que me restou foi sofrimento e dor.

Sai dos meus pensamentos com meu pai entrando e com seus três amigo atrás, eu não precisava olhar para saber que era eles, pois já conhecia a forma de andar deles.

- Então seu merdinha, aprendeu a lição?- meu pai fala puxando meu cabelo para que eu pudesse olhar para ele, não percebi, mais haviam acendido a luz.

Não digo nada, tudo que sinto é nojo, e uma vontade imensa de socar com todas as minhas forças aquele idiota.

- Você aprendeu?- puxa mais forte meu cabelo, me fazendo sorta um gemido baixo de dor.

Se eu aprendi? Ele que se foda, eu estava aqui por um cara que não quis pagar a merda da droga que ele consumiu, e a culpa ainda foi minha por não ter matado o babaca.

Tudo que aprendia ficando preso nessa merda de quarto, era que um dia eu iria me vingar de todos essas filhos da puta, e quando chegasse o dia, eu rir, e cortar a cabeça de cada um.

Matar não era algo que eu apreciava, mais graças ao meu pai, aos doze anos eu matei a primeira pessoa, e hoje com quinze eu me vejo perdido em um labirinto aonde só faz sentido a questão, matar ou morrer, o que eu repudiava, se tornou uma salvação, uma coisa que me traria paz.

E eu só teria paz, quando eu matasse meu pai, e todos seus amigos, que me abusaram, me torturam, e me quebraram por dentro.

Eu comecei a perceber isso, no momento em que a vingança, se tornou minha maior aliada para não desistir.

- S...siim.- digo com dificuldade.

- Ótimo, pode sair, espero que não se repita.

Ele levanta e sai seus amigos vão atrás, me sento com dificuldade por conta da dor no corpo, me levanto devagar, vendo a enorme porta de ferro a minha frente aberta, ando de vagar me segurando na parede para que conseguisse sair.

Assim que sai do quarto, vejo minha mãe, ela estava com um olho roxo e o lado da boca cortado, ela corre até mim, me ajudando a andar.

- Meu filho, me perdoa.- fala já caindo em lágrimas.

- Não é sua culpa mãe.

Ela me leva até o banheiro, me coloca sentado no vaso e começa a tira as peças de roupas do meu corpo, ou o que ainda restava delas.

Quando ela terminar, me ajuda a levantar e me leva até a banheira que já estava cheia com água quente.

Sinto a água entrar em contato com meu corpo, e uma sensação de estar relaxado me atinge, como eu precisava daquilo.

- Termine de tomar banho, eu vou preparar uma sopa para você, e curativo para colocar nas suas feridas.

Concordo com a cabeça e começo a me lavar.

...

James Miller Where stories live. Discover now