capítulo 9

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Cecília.

Segunda chegou, e com ela uma tão chata semana, estava sem ânimo nenhum para levantar da cama hoje, e ter que ir para a escola.

Mas tomo coragem, e levanto, prendendo o cabelo em um coque alto e indo para o banheiro.

Tomo banho, e coloco a roupa que ia para a escola, volto para o quarto já pronta, pego minha mochila, e desço para tomar café.

Vejo meu pai no fogão fazendo panquecas, meu avô na mesa tomando café e lendo o jornal.

- Bom dia!- digo me sentando.

- Bom dia, dormiu bem?- meu pai responde, meu avô me dá bom dia e volta a ler o jornal.

- Dormi bem, não queria nem acordar, não vi vocês ontem o dia todo.

- Tive que arrumar umas papeladas na delegacia.- meu pai responde colocando uma panqueca no meu prato.

- E você vô? Aonde esteve?

- Fui na igreja, depois de lá, fui na casa da Megan.

- Megan?

- Sua futura vó filha.- meu pai fala rindo, meu avô lança um olhar bravo pra ele, mas logo ri também.

- Seu pai fala também que tô namorando, que me faz pensar que é ele que tá querendo arrumar alguém.- meu avô fala fingindo pensar.

Meu avô apesar de já ter 66 anos, ainda está bonitão, os olhos azuis são fascinante, ele é alto, ombros largos, o corpo malhado, ele sempre gostou de fazer exercícios, os cabelos brancos sempre penteados, e ele não deixa de se vestir bem.

- Concordo...- rimos, e tomámos café em meio a conversas e gracinhas do meu pai.

Meu pai também, dês do divórcio, ele nunca teve uma namorada, nunca o vi sair com nenhuma mulher, depois que ele e minha mãe não estava mais juntos, ele se entrou por completo ao trabalho, nem sair ele sai, do trabalho pra casa, dá casa pro trabalho, seria legal se ele arrumasse alguém...

Ele ainda é lindão e bem conservado, tem 38 anos, mas aparenta ter uns 32 anos, alto, moreno, olhos azuis, aqui mesmo na rua vejo o olhar das mulheres para ele, ele nem parece nota, ou simplesmente ignora.

Termino de tomar café, escovo os dentes, e espero meu pai terminar para me dar uma carona até a escola.

[...]

Chego, e já tem uma quantidade exagerada de alunos pelo gramado.

- Tchau pai.- dou um beijo em sua bochecha, pego minha mochila e desço fechando a porta.

- Tchau filha, boa aula, provavelmente não vou pode te buscar, cuidado na hora de voltar para casa.- ele fala.

- Tá bom.- me viro e saio andando para o portão.

Desta vez e graças ao bom deus meu pai não grita.

Entro e ando pelos corredores até meu armário, não vejo Luana nem Felipe, muito menos James. Mas vejo que alguns alunos me olham curiosos, outros só olhando e já desviam o olhar.

Chego no meu armário, pego os cadernos que ia precisar e o fecho trancando em seguida, vou para o banheiro jogar uma água no rosto, era de manhã, mas estava abafado, estava com calor.

Estava terminando de passar água no rosto, quando sinto alguém atrás de mim.

Me viro, dando de cara com James.

- O que faz aqui?- pergunto me virando pra ele, e só assim percebo que seu corpo tava próximo demais do meu.

Ele era bem mais alto que eu, meus 1,55 eram minúsculo, perto dos 1,90 que ele deveria ter, o que me fez ter que levantar a cabeça para olhar em seu rosto.

- Queria te ver.- fala se aproximando ainda mais.

- Eleonor não vai gostar disso!

Provoco, lembrando da garota que disse que ele era dela, no primeiro dia de aula, não me parece que ele quer ser dela, afinal se ele quisesse, não tinha me beijado.

- Foda-se Eleonor, não devo satisfação a ela, mas acho que ela não vai gostar nem um pouco do que estou preste a fazer...

Ele me dá o maldito olhar, o olhar de como se fosse tirar cada peça de roupa minha a li mesmo. Sinto minha calcinha ficar úmida com aquele pensamento.

Eu estava perdendo completamente a minha sanidade!

- O que?- pergunto, quase em um sussurro.

Ele se abaixa deixando sua boca na altura da minha, coloca suas mãos entre minha nuca, próxima ao meu cabelo, e devora meus lábios com os seus, dando início ao um beijo quente, e frenético.

Parecia querer e estar necessitando daquilo, tanto quanto eu, depois que ele me beijou em minha casa, eu só consegui pensar nele, em sua boca, e até aonde aquele beijo poderia nos levar.

Eu estava presa aquele momento, nada ao meu redor existia mais, não me importava se estávamos dentro de um banheiro, aonde alguém chegaria a qualquer momento, nem se estava beijando o garoto com o caráter mais duvidoso, ou o garoto que eu amei quando criança.

Já não sabia mais o que pensar sobre James, a vontade enlouquesedora de ficar perto dele e de sentir tudo que ele tinha a me oferecer estava maior, agora não me importa o que me disseram sobre James, e sim sobre o que vou descobrir com ele, o que ele vai me deixar ver de sua alma, e de seu coração, ou que ainda resta de luz, no meio de toda a escuridão que imagino ter dentro dele.

Paramos o beijo, com um selinho demorado, James cola sua testa na minha, e fica com os olhos fechados.

Eu fico o observando, vendo cada detalhe de seu rosto, sua boca agora avermelhada por conta do beijo, e um restijo de suor em sua testa, quase inisistente.

Ele era extraordinário, cada detalhe de seu rosto, parece que nunca me canso de observa-lo.

Sinto meu coração acelerado, e minha respiração ofegante, assim com a dê James, via seu peito subir e descer com rapidez.

Ele abre os olhos, e olha dentro dos meus.

Seus olhos eram lindos, e todas as vezes que me olhava, fazia eu me perder em uma realidade distante, com unicórnios flutuantes.

- Você não devia se aproximar de mim.

- Por que?- pergunto ainda sem desviar meus olhos do dele.

- Por que eu vou quebrar seu coração em milhares de pedaços.

- Não se preocupe, ele já está quebrado, a muito tempo...- digo e o vejo seu olhar mudar, antes ele me olhava com desejo, luxuria, e intensidade, mas agora me olhava com atenção, preocupação, parecendo estar me analisando.

- Quer ir a um lugar?- ele pergunta parecendo voltar a realidade.

- Mas temos aula.- fala me lembrando.

- E qual o problema? Um dia não mata ninguém.

Penso por uns estantes, o que foi a mesma coisa que nada, por que já sabia qual seria a minha resposta...

- Quero.- digo por fim.

...

James Miller Where stories live. Discover now