capítulo 8

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James.

Beijar Cecília sem dúvidas foi umas das coisas mais erradas que fiz, todos os sentimentos guardados a sete chaves que tinha por ela no passado, vieram a tona com um avalanche.

Não estava preparado para isso, e acredito que nunca vou estar.

Depois que ela foi morar com sua mãe no Texas, minha vida não foi mais a mesma, fiquei sem nenhum motivo para sorrir.

Por mais que éramos crianças naquela época, sentia que Cecília era meu ponto de paz, e depois que ela se foi, tive que aguentar as torturas do meu pai e de seus amigos, sozinho.

Eles me colocaram para cobrar as dívidas por eles, todas pessoas que deviam, eu tinha que ir cobrar, se não pagassem eu matava, e não era só matar a pessoa, eu tinha que faze-lá sofrer.

O que fazia eu acabar com o resto de sanidade que eu tinha.

E quando elas não pagavam, eu sofria por elas, ficava trancado em um quarto escuro e frio, sem roupas, com fome, e sede, por dias.

Isso quando não me batiam até alguns ossos do meus corpo se partirem, chicoteadas que deixaram marca não só na minha pele, mas como na minha alma.

E ver minha mãe sendo morta aos poucos, pelo cara que devia proteger e ama-la.

Meu pai já estava morto, fiz questão de fazer ele pagar por tudo que a fez, agora estava na hora de seus amigos pagarem também.

Então, minha única opção era Cecília, não esperava que ela voltasse, mas está aqui.

Preciso me aproximar dela, para conseguir que teu pai me fale onde os outros desgraçados estão, para que eu possa dar um vim em suas vidas, e só assim conseguir seguir minha vida, longe do meu passado, londe de toda a dor.

Mais agora com Cecília tão perto de mim, me faz não querer usá-la para me aproximar de seu pai, poderia me aproximar sem ela aqui, mais sei que ele nunca confiaria em mim, mas pela Cecília, ele com certeza veria que a única coisa era que eu a amava, mesmo sendo mentira.

Mas será que sou capaz de um dia ama-la?

Afasto os pensamentos quando Martin e Louis entram na minha sala, se jogando no sofá.

- Eai alguma novidade da gangue do Sul?- pergunto acendendo o cigarro.

Depois que matei meu pai, fiquei com a gangue a qual ele era o Chefe, mas apenas para mudar algumas coisinhas.

Ele havia feito essa cidade virar o próprio inferno do crime, ninguém respeita ninguém, tirava menina inocentes do conforto de suas casas, para colocá-las em prostíbulos, aonde tinham tudo, menos uma vida digna.

Nesse dois anos sem ele aqui, já consegui acabar com a maioria.

Mais ainda preciso fazer com que outras gangues, aceitem fazer parcerias.

Não pretendo ficar com a gangue por muito tempo, só ate eu terminar de ajeitar as coisas, cumprir minha vingança, e logo depois vou embora para nunca mais voltar.

- Sim, eles entraram em contato hoje pela manhã, falaram que estão dispostos a ouvir sua proposta.- Louis responde.

- Certo, falaram quando?

- Amanhã a noite, na antiga igreja.

- Preparem todos caso eles tente algo, e jamais deixem eles passaram para esse lado da cidade.

- Ok chefe, ficamos sabendo que trouxe uma garota gostosa no bar esses dias.

- Não é da conta de vocês.

- Nossa grosso.- Martin fala fazendo uma voz fina, rio e apago o cigarro.

- Vou indo, qualquer coisa me liga.

- Ok.

Aceno com a cabeça para os dois, e saio fechando a porta em seguida.

Chego em casa, vou direto para o banho, tomo um banho rápido, coloco uma calça de moletom, e me deito.

Geralmente eu não dormia, e quando dormia era muito pouco, os pesadelos nunca me deixavam em paz, todos os dias, tinha um diferente.

Estava olhando para o teto quanto pensava em tudo que aconteceu, até que escuto meu celular receber mensagem, estico o braço e o pego na cabeceira.

Vejo que era mensagem de Cecília, acabo sorrindo de lado.

Talvez, eu não precise mentir para ela, só não preciso contar tudo, mas posso deixar rolar.

Viro para o lado depois de responder a mensagem, e fecho os olhos, esperando que o sono me domine, pelo menos por algumas horas.



...

James Miller Where stories live. Discover now