TATE LANGDON | PART I

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Constance volta a te analisar e expõe um sorriso no rosto.

— Você é muito bonita — ela elogia.

Não sabia o porquê, mas aquela mulher te causava um pouco de espanto, começou a se sentir mal com toda aquela situação estranha.

— Obrigada — você agradeceu em baixo tom, e direcionou seu olhar para sua mãe  dando continuidade: —, perdi a fome, mãe. Vou subir pro meu quarto e tentar fazer o dever de Física.

Antes que sua mãe pudesse responder, Constance se adiantou:

— Meu filho é excepcional em Física, desconfio que devem ter a mesma idade. Tenho certeza que ele não se importaria em te ajudar se você estiver precisando, é claro — ela sugere, voltando a ajeitar seu cabelo.

Julgando pelas vestes, postura e forma de falar; Constance é um mulher vaidosa e possivelmente veio de uma família com condições financeiras muito boas por ter bons modos — exceto por invadir a casa das pessoas e ser inconveniente.

— Obrigada pela gentileza, eu aviso a senhora caso eu precisar — respondeu de forma educada, mas quando mencionou a palavra "senhora" ela pareceu se ofender por ter ficado com a expressão sutilmente dura, algo que não durou muito, pois ela tratou de esboçar um sorriso forçado para tentar não deixar transparecer seu descontentamento. — Com licença — diz por fim, e subiu as escadas em rumo ao seu quarto.

Não soube o que sua mãe e Constance conversaram, mas sabia que sua mãe estava demorando para aparecer. Seu gesto em sair daquela forma foi uma forma silenciosa de mostrar para sua mãe que não estava confortável diante daquela situação, e sua mãe te conhecia o suficiente para saber o que você quis transmitir. Queria ir atrás dela para conversar, mas também não queria atrapalhar caso ela ainda estivesse conversando com a sua vizinha que parecia ter o rei na barriga, sabia que não podia julgar as pessoas logo de cara, mas Constance aparentava — demonstrou um pouco — ser uma mulher forçada e mais algumas outras coisas que se passaram pela sua cabeça, e você odiava isso com todas as suas forças.

Estava entediada por estar deitada sobre sua cama e encarando o teto do seu quarto, seus pés se mexiam de um lado para o outro em movimentos ritmados e frenéticos em um gesto claro de impaciência e ansiedade por estar esperando sua mãe.

Quando estava prestes a se levantar para procurá-la, escutou batidas na porta e tratou de responder:

— Pode entrar mãe! — exclamou alto o suficiente para a mesma que escutou e adentrou no seu quarto em seguida.

Se sentou na cama enquanto sua mãe caminhava na sua direção com um sorriso acoelhador no rosto.

— Não gostou da nossa vizinha, não é?

— Não — respondeu de forma direta.

Observou sua mãe se sentar do seu lado, e se pronunciar em seguida:

— Tudo bem... — sua mãe inicia dando uma pequena pausa, antes de dar continuidade: —, talvez ela seja um pouco estranha, mas apesar disso, ela me contou um pouco sobre o filho dela, e sinceramente achei muito interessante ele te ajudar com as disciplinas que você tem dificuldade, ele parece ser um bom menino e podem até se tornar amigos.

Cutucou o canto de um dos seus dedos com a unha em um sinal de desconforto com aquela conversa, sua mãe sabia da sua dificuldade para se socializar e fazer amizades; e isso acabou acarretando consequências, uma delas foi a depressão que adquiriu por se sentir muito sozinha o tempo todo; sua antiga terapeuta te incentivava a sair de casa mais vezes para tentar conhecer pessoas novas, mas aquilo era mais difícil para você do que aparentava ser.

— Não sei se é uma boa ideia isso, mãe — respondeu comprimindo suas sobrancelhas uma na outra, contorcendo seu rosto em uma expressão triste e descontente.

— São nossos vizinhos, e ela foi a mais receptiva até agora. Vejo isso como uma boa oportunidade, pode te ajudar em muitas coisas, filha — incentivou sua mãe, colocando uma das suas mãos em seu ombro demonstrando apoio. — Mas eu vou entender caso não quiser, não importa a sua decisão, você sabe que sempre vai ter meu apoio.

— Se... — sua voz morreu no caminho por estar vacilante, soltou um suspiro para se acalmar e pigarreiou antes de continuar: —, se eu aceitar, como posso fazer isso?

— Se você aceitar. Amanhã antes de ir na editora, eu vou passar na casa da senhora Langdon e informar que o filho dela pode vir depois do almoço, assim eu vou estar em casa e posso conversar com ele antes... Você sabe, por precaução — explica sua mãe enquanto recolhe sua mão que estava repousada sobre seu ombro. — O que acha?

— Parece bom, eu preciso mesmo de ajuda em Física — disse a última palavra com desgosto, ademais, era uma matéria na qual tinha muita dificuldade para compreender.

Sua mãe soltou um riso baixo com seu comentário, sendo acompanhada por você que também riu.

— Certo mocinha, o que acha de comer comida requentada agora? — sugeriu sua mãe com um sorriso no rosto.

— Só se for agora! — exclamou você enquanto se levantava da sua cama.

Apesar de ser encorajada pela sua mãe, estava um pouco ansiosa e nervosa por conhecer o filho da sua vizinha entrona, precisava manter a calma e fazer o possível para não ser estranha na frente dele e acabar o deixando desconfortável. Era péssima para conseguir manter contato com as pessoas, mas estava disposta a tentar, talvez sua mãe estivesse certa e aquilo poderia te fazer bem de alguma forma, e se não fizesse, pelo menos tiraria notas melhores em Física.

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