TATE LANGDON | PART I

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Depois de alguns segundos lutando contra aquela paralisia, conseguiu abrir seus olhos e olhou ao redor do quarto vendo uma silhueta mal iluminada em um canto do quarto, não conseguia enxergar com muita clareza, mas tinha quase certeza que se tratava de uma figura masculina pelos trajes em que conseguiu visualizar. A vontade de gritar voltou, mas você ainda não tinha controle sobre seu corpo, o desespero se tornou maior ao ver aquela figura dar três passos, o suficiente para a luz da lua refletisse sobre seu rosto o iluminando o suficiente para que você contatasse que se tratava de um garoto, seus olhos eram escuros, sua pele é pálida e seus cabelos são loiros com leves ondulações e tinha uma aparência levemente bagunçada.

Arregalou os olhos apavorada ao ver que ele se aproximava a passos lentos de você; depois de muito esforço lutando para se mover, você finalmente conseguiu tomar controle dos seus movimentos e se arrastou de forma rápida — desengonçada — e ofegante até o abajur, o ligando de forma rápida. Girou sua cabeça rapidamente para o canto do quarto aonde tinha visto o garoto, e nada estava ali. Soltou um suspiro de alívio e sentiu seus olhos se encherem de lágrimas de forma involuntária, nunca se sentiu tão mal como se sentiu agora há pouco, aquele sem dúvida foi o pior pesadelo que você já teve.

Secou suas lágrimas de forma rápida quando elas escorreram pelo seu rosto, e se concentrou em tentar se acalmar enquanto alcançava sua garrafinha de água que estava sobre o móvel de cabeceira, bebeu toda a água rapidamente — um tanto desesperada —, sua garganta estava seca e implorava por hidratação.

Após alguns minutos se recompondo daquele evento único — até o momento de sua vida — você olhou para as horas em seu celular, e já constava que beirava às quatro e meia da madrugada. Poderia ter mais uma hora e meia de sono se quisesse, mas seria difícil conseguir pregar os olhos depois do que acabou de presenciar.

Seu corpo ainda estava dolorido devido aos esforços da mudança, mas parecia que tinha piorado depois que teve aquele pesado — seus músculos sendo tensionados tomados pelo medo e desespero —, assim como seu coração que apesar do susto ter passado, ainda estava com os batimentos um pouco acelerados, que aos poucos estavam se acalmando.

Pensou em levantar da cama para ao menos chamar sua mãe e pedir para dormir com ela o restante daquela madrugada, mas seu corpo estava debilitado ao ponto de que você não conseguir se levantar ou se mover muito, se surpreendeu por conseguir se mover tão rápido naquele momento para acender o abajur. Talvez a adrenalina e o medo falou mais alto, fazendo com que você juntasse forças de algum lugar para conseguir se salvar — seu cérebro foi ágil o suficiente para te salvar de uma situação em que ele julgou ser perigosa — de alguma forma.

Seus batimentos cardíacos estavam regularizando aos poucos e suas pálpebras estavam ficando pesadas novamente de uma forma inexplicável, fazendo-a se deitar sobre sua cama — que aparentava estar mais confortável e convidativa do que antes —, puxou os cobertores por voltar a sentir frio e antes que pudesse se dar conta, você caiu em um sono profundo, como se fizesse dias que não dormia.

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Foi um sacrifício se levantar da cama quando deu o horário de ir para a escola, ainda se questionava como foi capaz de dormir daquela forma depois daquele pesadelo peculiar e amedrontador, você deveria estar muito cansada para não conseguir evitar — e ainda estava — que não dormisse por medo de sonhar com aquele garoto novamente. Ele era belo, mas depois da sensação que sentiu ao sonhar com ele, preferia nunca mais vê-lo em seus sonhos.

"Quem é ele? Nunca o vi na vida..."

Se indagou pensante; aquela pergunta se repetiu pelo resto do dia, você não conseguiu se concentrar nas aulas direito e nem na apresentação que o professor de Química fez sobre você na primeira aula. Passou o período de aula inteiro pensando e procurando lembrar de aonde tinha visto aquele rosto, e não contente, depois que voltou para sua casa, você passou o dia distraída ainda tentando procurar respostas em sua mente para ter sonhado com aquele rosto em específico, ainda mais por nunca tê-lo visto antes. Sabia que de certa forma era comum sonhar com pessoas desconhecidas, ou com pessoas que nunca conhecemos, mas aquele sonho foi diferente, você estava dormindo e acordada ao mesmo tempo, uma situação um tanto complicada de se entender — até mesmo para você, que também se considerava complicada para se entender às vezes —, aliás, poderia jurar ter visto ele nitidamente em sua frente, não parecia ser um sonho.

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