Capítulo 5

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Alya Cross

O jeito como Arnold vem me trazendo parecendo ser legal e ao mesmo tempo tão frio, me assusta notei que ele é imprevisível e muito observador e isso me assusta mais ainda.

Estava arrumando revisando algumas coisas até que ouvi me chamar. Saí da sala já sabendo que era Arnold me chamando.

-Alya.. -disse assim que saí da sala, ouvir meu nome de sua boca e perceber seus olhos recaindo sobre mim foi a um misto de sensações.
-Nossa que coisa desconfortante ter que te chamar gritando.. -disse sem jeito dando um sorriso, e como seu sorriso é bonito.

-Sim senh... Sim Arnold. -me corrigi.

-Preciso de você, os dados desses papéis estão divergentes aos daqui.. -ele disse e me aproximei olhando o queria dizer.

Apoiei minha mão na mesa e me inclinei um pouco para que visse melhor, mesmo que eu use óculos ainda preciso da proximidade.

-Na verdade não é que estejam diferentes, foram feitos reajustes nos números de peças e devido isso os valores foram alterados. -lhe expliquei e enquanto eu falava pude perceber que seu olhar se alterava entre mim e os papéis, o que me deixou um pouco desconcertada.

....

Foi uma manhã bem diferente, eu me alternava entre as chamadas da Diana e os chamados do Arnold para o ajudar com os inúmeros papéis.

Quando cheguei da hora de almoço Diana me parou para fazer reclamações, eu que deveria estar reclamando da quantidade de vezes que ela me ligava para questionar as coisas.

-Ele parece não gostar de mim, foi muito grosso. -dizia e na mesma hora peguei no celular vendo que tinham passados dez minutos.

-O Arnold é assim, meio grosso, meio frio e distante. -lhe esclareci e ela me olhou boquiaberta.

-Eu nem posso o chamar de senhor Arnold, ordenou que fosse senhor Smirnov.. -continuava a resmungar. -E você ele deixa..

-Talvez seja por não ser ainda efetivada, isso vai mudar.. -tentei lhe conformar.

-Como assim ainda não... Ele esta gostando do meu trabalho? Falou de mim? -dizia desesperada..

-É um pouco cedo pra isso, o Arnold tem a forma dele de agir. Estou indo almoçar agora Diana, não posso demorar muito, você vem?! -questionei e ela parecia estar assombrada.

-Nã...não vai dar vou almoçar com um amigo.. -disse e dei de ombros, talvez esteja conhecendo alguém.

Por fim pudemos descer e no elevador meu estômago parecia um trovão de tão alto que roncava.

.....

Como não sou rica, não tenho tempo e muito menos companhia resolvi passar num restaurante de comida italiana que tinha à alguns metros de distância da empresa e me pouparia tempo.

Quando eu morava na Polônia com minha tia as sextas sempre pedíamos comidas italianas e ela me falava um pouco de suas viagens para lá. Era incrível e ao dar a minha primeira garfada no meu prato de macarrão ao molho branco fechei os olhos e por um instante pude me sentir outra vez na Polônia, que saudades.

Abri o olho e por mais estranho que possa parecer vi de relance e um homem passar de costas que me lembrava muito Arnold, mas devo estar enganada ele jamais comeria num lugar tão simples assim.

....

Eu simplesmente me sentia no céu ao voltar pro prédio, tanto que estava sorrindo atoa.

-Que sorriso mais lindo.. -disse a recepcionista com quem vez ou outra converso. -Pelo visto alguém comeu bem e estava com fome.. -brincou.

-Sim, muito bem. -falei me virando e no mesmo instante o elevador chegou, apenas lhe dei um sorriso e me virei de volta.

-Esta sujo.. Aqui.. -ouvi de longe falar enquanto o elevador se fechava, fiquei confusa e ao olhar pra baixo vi o que dizia no meio de meu decote, parecia ter um pouco de molho. Que vergonha, que desastre.

Rapidamente peguei um lenço em minha bolsa e tentei limpar, mas tive que abrir um pouco o zíper do vestido que é na frente para limpar direito. Torci para que ninguém entrasse e não entrou, mas quando olhei pra cima me dei conta que havia uma câmera ali.

Merda, que vergonha tomara que eu nunca veja a pessoa que fiscaliza as imagens..

Assim que a porta de metal se abriu saí em disparada para a sala, Arnold estava lá dentro e foi estranho passar por ele sem dizer nada e sentir que me olhava, se bem que isso acontecerá sempre.

Passei um tempo na sala, mas logo tive que sair pois estou trabalhando com Arnold na sala dele, ele até mandou que fosse trazida uma mesa maior e meu computador fosse para lá, pois precisávamos trabalhar juntos, literalmente lado a lado.

-Esta tudo bem? -questionou assim que me fiz presente no ambiente.

-Sim.. É o senhor almoçou, quer que peça algo? -me senti estúpida falando tão velozmente.

-Já almocei sim, só vim mais cedo verificar umas coisas. Mas você não parece bem entrou aqui vermelha. -disse e gelei sem saber o que dizer. -Mas suponho que seja por isso.. -disse apontando pro computador e me aproximei pra saber do que se tratava.

Puta merda, ele simplesmente tinha acesso as filmagens e acabava de ver o meu desastre no elevador.

-Oh meu Deus.. -murmurei batendo a mão no rosto sem jeito pela situação.

-Esta com vergonha? -questionou e o tom de sua voz parecia zombeiro. Apenas acenei positivamente com a cabeça. -Fique tranquila excluirei e ninguém mais vai ver isso.. -disse e o olhei vendo que sorria, algo que nunca tinha visto antes.

-Obrigada.. -falei e pude ver que ria de canto. -Por que ri? -indaguei.

-Você tem todas as armas que uma mulher poderia querer ter beleza, inteligência, postura, sagacidade.. -era estranho lhe ouvir me elogiar. -Inclusive confiança na sua inteligência, mas falta outra coisa, confiança em seu corpo enquanto mulher. -não entendi por que dizia aquilo.

-É, prefiro não falar sobre isso.. -comentei sem jeito, não sabia como lidar com seus elogios.

Os olhos de Arnold recaíam sobre mim de uma forma diferente, havia algo e eu não fazia ideia do que podia ser só posso concordar que  me deixou ainda mais sem jeito e aquilo me assustou, então preferi me retirar do ambiente e ir pra minha sala.

Arnold- Spin-off de Os Ceos da MaffiaWhere stories live. Discover now