Capítulo 25 - Cativeiro

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Lena Luthor | point of view

Eu não sabia dizer se me sentia aliviada por Henry não ter cumprido a ameaça de me levar em um dos quartos do hotel, ou se ficava ainda mais apreensiva pelo fato de ele ter me obrigado a sair do estabelecimento com ele, me abraçando e fingindo estar tudo bem, quando na verdade estava com a arma — coberto pelo casaco — contra minha costela.

Henry pediu um táxi, deixando meu carro no estacionamento do restaurante. Tentei, a todo custo, chamar a atenção do taxista, mas não funcionou. Meu peito estava sufocado e meu choro engasgado. Fui ingênua em pensar que daria conta sozinha. Minhas intenções sempre foram as melhores possíveis, desde o começo.

Meses atrás, eu aceitei me casar com Kara para manter o legado do meu pai. Acabei me apaixonando e, mais uma vez, optei por agir movida pelas emoções. Eu quis livrar a Kara desse fardo, e no fim, as coisas saíram do controle.

Depois de um longo trajeto feito de táxi, Henry me levou para uma estrada deserta onde tinha um carro preto parado. Sequer conhecia aquele endereço.

Minhas mãos foram amarradas na frente do corpo, e em seguida, meus olhos vendados.

— Aonde vai me levar? O que pretende fazer comigo? – minha voz estava trêmula.

— As respostas para essas perguntas vão depender exclusivamente da sua esposa, querida – respondeu, friamente.

Fui empurrada para dentro do carro, no banco de trás. De repente, passei a ouvir quando ele ligou para Kara. Na mesma hora meus olhos umideceram, pois eu não sabia o que o futuro nos reservava. Meu coração doeu por eu não ter dito a ela o quanto a amava. Sequer contei do meu exame de gravidez que fiz na semana passada.

Arquejei de susto quando a porta foi aberta, abruptamente, e Henry colocou o telefone no meu ouvido. Não segurei os soluços.

— Kara, me perdoe – gemi, desesperada para estar com ela — Eu queria te contar... se algo acontecer, eu quero que...

Não pude terminar a frase, pois Henry afastou o telefone. Meu choro se tornou intenso, e temi pela minha vida. Temi também por Kara, pois se algo acontecesse comigo, ela poderia surtar e acabar fazendo uma loucura.

Depois de alguns minutos, senti o carro entrando em movimento. Eu queria evitar ficar pensando, mas era impossível, considerando que todos os meus sentidos estavam em alerta. Meu instinto de sobrevivência estava aguçado, embora eu não fizesse a mínima ideia de onde esse doente estava me levando.

Pensei em Kara e no meu pai. Pensei na Sam. Pensei na minha sogra.

— Você já tinha tudo arquitetado, não é mesmo? – indaguei para quebrar o silêncio, agoniada demais para continuar calada. Meu tom de voz soou choroso — Pensou em tudo!

Pensei que ele não responderia, mas respondeu:

— Eu sempre soube das suas conversinhas com a minha irmã, Lena – confessou — Nos últimos dias, ela começou a ignorar minhas ameaças e isso foi me deixando bastante irritado – sua risada aumentou — Na verdade, isso apenas conspirou a meu favor, visto que você estaria vulnerável. Conhecendo a Kara como conheço, eu sabia que, se eu colocasse meu plano em prática, ela ficaria louca atrás de você. Sua vida vale bem mais sendo moeda de troca. O amor cega as pessoas, Lena.

— Você é louco.

— Loucas são as pessoas que se deixam dominar por esse sentimento – revidou — No passado, meu cunhado perdeu as forças para essa doença chamada amor. Ele foi um fraco, e sequer soube da verdade.

Franzi a testa, incomodada por não poder enxergar nada.

— Que verdade? Do que está falando?

— Chegamos – disse, ignorando meu questionamento.

De Repente CasadasWhere stories live. Discover now