Capítulo 11 - A Noite Toda

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Kara Danvers | point of view

Minha concentração estava elevada a um nível assustador.

Eu tinha um K(ouro) e um Q(copas), mas meu oponente acabou de dar um Raise do UTG, e isso me fez pensar que ele tinha uma mão forte.

No flop caíram o 7(ouro) e 10(paus). Meu oponente apostou mais e eu paguei.

— Está nervosa, Kara? – indagou ele — Parece intimidada – zombou rindo.

Eu estava na casa de um casal de amigos de longa data, que inclusive trabalhavam para a minha família.

Barry e Caitlyn eram como o meu refúgio em dias sombrios. Quando os conheci, ambos estávamos no período da faculdade. Barry se tornou um dos engenheiros agrônomos da fazenda. Já a Caitlyn era a profissional que provava o café e o classificava para a venda. 

A carta 4 de paus caiu no turn, e Barry apostou. Eu paguei.

Levei a garrafa de cerveja à boca, saboreando o sabor enquanto aumentava a minha concentração no jogo. Poker era um jogo de estratégia e blefes. Barry podia muito bem estar blefando ali.

O 6 de ouro caiu no river, trazendo a possibilidade de um flush. E como eu tinha o K de ouro poderia representar um flush. Sorri abertamente, mostrando minha mão. Royal Flush.

— Ah, que merda, Kara! Vá se fuder! – reclamou Barry, revoltado por ter perdido.

Dei risada, enquanto recolhia o dinheiro. Não era nada exagerado, pois nós apenas gostávamos de nos divertir e passar o tempo.

— Perdeu de novo? – Caitlyn zombou.

Nesse momento, meu telefone tocou e eu pedi licença para atender. Era Lena me pedindo para salvá-la da chuva na porta de casa.

— Preciso ir – avisei ao Barry assim que retornei a sala.

— A esposa ligou? – quis saber, sorrindo. Ele sabia que nosso casamento era de fachada, mas vivia pegando no meu pé — Hmm... então ela é do tipo ciumenta?

Abri a boca para falar, mas hesitei com a interrupção de Caitlyn.

— Para com isso, Barry! – exclamou ela — Você está sendo incoveniente.

— Na verdade, ela esqueceu a chave de casa na empresa – expliquei — Está na chuva. – peguei minhas coisas enquanto falava — Sua revanche ficará para outro dia, Barry – pisquei um olho.

Depois que saí da empresa, brava por causa do meu tio, o primeiro lugar que me veio à mente para relaxar foi a casa deles. Os dois sempre tinham um conselho bom para me dar.

— E quando iremos conhecer, informalmente, essa tal frozen, longe daquele andar imponente de empresária? O máximo que já falei com ela foi um bom dia – Caitlyn quis saber, jogando-se no sofá ao lado do marido — A propósito, esse apelido é extremamente rude, Kara, e espero que ela nunca saiba disso.

— Infelizmente ela já sabe – expus, envergonhada, mas com um sorriso divertido nos lábios.

Os dois fizeram careta, porém não dei bola. Me despedi deles, afirmando que voltaria outra hora e com a Lena dessa vez.

Peguei a estrada e minutos mais tarde estacionei em frente à casa que vinha dividindo com alguém que jamais imaginei dividir minha vida, quem dirá uma casa.

Lena estava toda encharcada, abraçando a si mesma, e encolhida perto da porta.

— Demorei? – indaguei num tom leve, mas para disfarçar o incomodo que senti ao vê-la tão vulnerável. Estava um noite fria, então ela corria o risco de adoecer.

De Repente CasadasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora