Capítulo 24 - Sinal de Vida

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Kara Danvers | point of view

Aquela desgraçada me paga!

Fechei os olhos, respirando fundo, esforçando-me para parar de xingar Lena.

— ENTRE TAPAS E BEIJOS, É ÓDIO, É DESEJO, É SONHO, É TERNURA... UM CASAL QUE SE AMA ATÉ MESMO NA CAMA PROVOCA LOUCURAS...

Parei de cantar e abri os olhos, encarando o teto.

— Céus! Estou delirando – lamentei — Já estou até cantando as músicas preferidas do meu pai.

Soltando um suspiro, voltei a olhar para a porta, onde a empregada ainda persistia em seu desmaio. Temia até ter matado a coitada do coração.

— EI? ACORDA AÍ! – berrei outra vez. Rolei os olhos quando o grito não fez efeito — É O AMORRRRRR, QUE MEXE COM A MINHA CABEÇA E ME DEIXA ASSIM...

Novamente encarando o teto, eu soltei um bufo.

— Obrigado, pai, por anos de sertanejo no meu ouvido. Numa hora dessas, eu só sei cantar essas coisas bregas! – resmunguei — Porra!

Forcei meus braços outra vez, em vão.

A raiva pela Lena estava efervescendo dentro de mim, embora me esforçasse para controlar. Minha atenção voltou a ser desviada para a mulher no chão, quando notei que a mesma começou a acordar.

— Senhora Walker? – chamei, desesperada, no instante em que ela se sentou, meio aérea — Por favor, pode me ajudar?

Os olhos dela encontraram os meus, entretanto a reação foi ainda pior do que antes, porque ela simplesmente se levantou e saiu em disparada alegando que não era paga para presenciar esse tipo de sem-vergonhice.

— Oh, merda! – exclamei, frustada demais.

Bufei, indignada por me ver de mãos atadas literalmente.

(...)

Sequer tinha noção de quanto tempo se passou quando, de repente, comecei a ouvir o som da campainha. Meu coração começou a acelerar. Essa era a minha chance.

— EI? AQUI! EU ESTOU PRESA NO QUARTO!

Comecei a gritar, explicando a minha situação na esperança da pessoa no lado de fora poder me ajudar.

— Kara? – com muito esforço, eu reconheci a voz de Caitlyn — O que está havendo?

— PEGUE A CHAVE EMBAIXO DO CAPACHO – pedi.

— Tá legal – veio a resposta. Eu precisava me concentrar bastante para conseguir ouvi-la — Não tem nenhuma chave aqui – reclamou.

Ah, praga! Lena deve ter levado a cópia com ela.

— ENTÃO ENTRA PELA JANELA DA SALA, CAITLYN – gritei, desesperada para que ela não desistisse. Ela não poderia ir embora.

— Ai, fala sério, Kara – ouvi seu resmungo — Se for alguma brincadeira sua, você vai se ver comigo.

Ansiosa, eu aguardei.

— FORCE A JANELA QUE ELA ABRE.

— Eu já entendi, Kara, não precisa gritar – veio a resposta rude. Eu até riria se não estivesse numa situação tão crítica — Aliás, por que está gritando feito uma doida?

Ouvi quando ela abriu a janela e entrou. Logo o som dos seus saltos ecoou pela casa quando começou a trilhar o corredor que levava aos quartos.

— Cubra os olhos – pedi, temendo que ela tivesse a mesma reação da empregada.

De Repente CasadasWhere stories live. Discover now