Lena Luthor | point of view
O final de semana foi quase como uma montanha russa de emoções e sensações. Sequer imaginei que voltaria de Themyscira sentindo que meu relacionamento com Kara pudesse ser diferente. Aliás, estava diferente.
Eu ainda estava tentando digerir tudo o que aconteceu, sobretudo no luau. Não é como se eu fosse alguma inconsequente, pois não conseguia nem me lembrar da última vez que tomei um porre. Mas gostei da maneira como Kara cuidou de mim, deixando-me consciente que ela não era a idiota que pensei que era.
— O que está acontecendo? – pisquei freneticamente ao ouvir sua voz próxima. Era segunda-feira de manhã e estávamos em nossa casa, tomando o café.
Sacudi a cabeça, esforçando-me para clarear meus pensamentos.
— Estou pensando no quanto você é bagunceira – comentei, gesticulando ao redor — Olha essa cozinha – apontei.
Ela riu. Não qualquer sorriso, mas aquele de canto, que a deixava extremamente charmosa.
— Não seja mal agradecida – murmurou, bebericando seu suco — Você está lambuzando toda as panquecas que eu fiz, que modéstia a parte, estão uma delícia, confesse! – piscou, exibida.
Sorrindo, me joguei contra o encosto da cadeira. A cozinha era espaçosa, aliás, a casa era enorme.
— A propósito, onde aprendeu a cozinhar? – perguntei em curiosidade — É estranho imaginá-la na frente de um fogão, apesar de eu já ter presenciado isso.
— Meu falecido pai gostava de inventar na cozinha e eu sempre estava junto – comentou com um sorriso, apesar de triste.
— Então você aprendeu com ele – não foi uma pergunta.
— O velho me mostrou o caminho, mas eu me especializei nessa arte sozinha – explicou, com ar soberbo. A máscara havia se estabelecido em seu rosto outra vez.
Rolei os olhos, enquanto me levantava.
— E ele não te ensinou que uma boa chefe também limpa seu local de trabalho? – zombei, fazendo-a rir.
— Está enganada – disse, se erguendo e me prendendo entre seu corpo e a mesa. Arfei com o susto — Uma boa chefe apenas tem o dever de deixar os clientes satisfeitos – seus olhos se fixaram no meu rosto, porém percebi quando mordeu os próprios lábios ao admirar os meus. De repente senti sede.
— E como sabe que estou satisfeita? – perguntei, sentindo-me sem fôlego.
Kara pendeu a cabeça de lado, sem deixar de me encarar. Eu não me cansava de admirá-la, pois a mulher era realmente bonita.
De repente, arquejei quando ela me pegou desprevenida ao inclinar a cabeça e colar o rosto ao meu. Sua língua saiu, e lentamente tocou o canto da minha boca. Puta merda!
— Desculpe. O que perguntou mesmo? – quis saber, afastando-se e me ofendendo um sorriso cínico — Tinha um sujinho aqui... – alisou o local que tinha acabado de lamber.
Depois disso, apenas saiu da cozinha me deixando sem palavras e o pior... com a calcinha devastada.
(...)
Kara e eu não trocamos nenhuma palavra durante o curto trajeto feito até a empresa. Mesmo se quisesse falar, eu não poderia, pois meu corpo ainda estava sentindo as reações ao toque dela.
— Você sabe o motivo da reunião? – ela perguntou, quebrando o silêncio, enquanto caminhávamos em direção a sala de reuniões.
— Ai, é sério que não sabe, Kara? – revidei em tom ríspido. Essa não foi minha intenção, mas as coisas que ela me fazia sentir sempre que estava perto me deixava irritada — Sei que você não gosta dos assuntos relacionados a esta empresa, mas já está na hora de se inteirar, não acha?
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De Repente Casadas
RomanceExiste aquele ditado: os opostos se atraem. Mas como isso funciona na prática? É possível manter um relacionamento entre duas pessoas tão diferentes? Lena Luthor e Kara Danvers irão descobrir se isso faz sentido, considerando que serão obrigadas a e...