Capítulo 12 - Conversa

2.4K 287 13
                                    

Lena Luthor | point of view

Anestesiada.

Essa era a palavra que me descrevia perfeitamente. Eu não era do tipo que julgava as próprias ações, porque jamais agi por impulso. Transar com Kara foi uma consequência do desejo mútuo que sentíamos uma pela outra. E isso não era errado. Eu podia conviver com essa nova realidade.

Kara e eu não tínhamos nada em comum obviamente, ela era bagunceira e eu organizada. Ela era impulsiva, diferente da minha personalidade controlada. Nós éramos o total inverso uma da outra, entretanto, eu precisava admitir que na cama... o encaixe era perfeito.

Meu subconsciente estava gritando alertas por todos os lados, já que Kara era uma pessoa no estilo garanhona e mulherenga, mas ignorei todos eles. Não havia perigo algum, considerando que nosso relacionamento era estritamente negociável e carnal. Apenas isso.

— Se continuar me olhando com essa cara de tarada, eu vou jogá-la contra essa bancada e fazê-la gritar tanto, com o meu pau enterrado nessa sua bocetinha gulosa, que os vizinhos irão até chamar a polícia, preocupados.

Pisquei, dispersando meus pensamentos e me concentrando na figura de Kara diante de mim. Ela estava com apenas uma cueca e um avental. Mordi os lábios, admirando sua beleza deslumbrante. Era reconfortante poder, finalmente, dar vazão aos meus pensamentos e ao meus desejos.

Sem culpa.

Sem medo.

Sorri, me ajeitando na banqueta do outro lado da bancada da ilha da cozinha.

— Isso é uma promessa? – questionei, divertida.

Kara sacudiu a cabeça, rindo junto comigo. Ela ficava muito sexy cozinhando.

— Você é diferente do que imaginei – comentou de repente.

— Diferente como?

— Ah, sei lá... – deu de ombros — Você me pareceu assustadora num primeiro momento com toda essa pose de mandona – gesticulou — Eu não estava acostumada a toda essa intensidade, sabe? Eu sempre fui a controladora.

— Não sou mandona, Kara – defendi-me, fazendo uma careta — Apenas gosto das coisas certinhas – franzi a testa — Eu cresci sob a pressão de ajudar o meu pai nos negócios da família, e uma família somente de nós dois. Não foi fácil me acostumar com a ideia de que eu precisava me focar nas necessidades financeiras da fazenda e me esquecer do que eu realmente queria, entende?

Kara parou o que estava fazendo e me encarou, curiosa.

— E o que você queria?

Ofereci-lhe um sorriso fraco.

— Ser designer de interiores.

— Sério?! – não entendi se foi uma pergunta ou uma exclamação — E desistiu do seu sonho por causa do seu pai?

Não gostei da pontada de acusação no seu tom.

— Eu não vejo por esse lado – respondi com tranquilidade — Minha mãe morreu quando eu ainda era uma garotinha chorona e tudo o que consigo me lembrar é do meu pai cuidando de mim como se eu fosse sua única fonte de vida – baixei os olhos, sentindo-me nostálgica — Nos tornamos uma dupla e eu prometi a mim mesma que iria recompensá-lo quando pudesse.

Kara pegou alguns legumes e temperos, em seguida, esticou na minha direção juntamente com uma tábua.

Na mesma hora me ajeitei na bancada para ajudá-la na preparação.

— Não gosto disso – mencionou — Essa ideia de sermos obrigadas a viver uma uma vida... uma realidade que não queremos, apenas para satisfazer os desejos dos nossos pais.

De Repente CasadasDonde viven las historias. Descúbrelo ahora