Capítulo 45

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- C-Como nos encontrou? - Pergunto-a.

- Não é atoa que caçamos vampiros, somos bons no que fazemos.

- O resto dos caçadores também sabem nossa localização?

- Por enquanto, apenas eu e um dos meus superiores para quem dei uma sugestão para acabar com os Invictos.

- E o que nós temos a ver com isso?

- Minha sugestão envolve vocês. Somos bons no que fazemos, mas é quase impossível rastrear os Invictos, são como espíritos que vem e vão quando querem sem deixar rastros. Porém, se tivéssemos vampiros infiltrados seria mil vezes mais fácil saber a localização deles.

- Está sugerindo que nós sejamos os infiltrados?

- Exatamente.

- Ok, mas por que está falando disso com uma humana ao invés de Levi, um vampiro? - Tento esconder o fato de que sou uma vampira agora, acho que não seria boa coisa eles terem mais um alvo em mente. Ela olha para minha barriga.

- Você provavelmente morreu quando teve seu bebê. - Volta a me olhar nos olhos. - A única forma de estar "viva" agora é se você for uma vampira.

Caramba, ela é esperta! Esqueci completamente que da última vez ela me viu com uma barriga de grávida.

- O que ganharíamos ajudando vocês?

- Bom, o trato é o seguinte: já que os Invictos querem o seu bebê, seria fácil para vocês manterem contato com eles e assim nos passar informações cruciais. Por agora, os Invictos representam uma ameaça maior para humanidade do que o seu bebê, por isso, enquanto vocês forem infiltrados, nós iremos proteger seu bebê de quaisquer perigos. Mas, isso tudo só durará enquanto ainda haverem Invictos por aí, depois disso voltaremos a ser inimigos.

Fico em silêncio por algum tempo pensando na sua proposta audaciosa, mas suscetível à minha aprovação. Quanto mais proteção eu puder conseguir para manter Cristian à salvo, melhor. Além de quê, os caçadores, assim como eu, iriam querer manter Cristian o mais longe possível dos Invictos. Sua sugestão soa agradável aos meus ouvidos, mas primeiro tenho que conversar com Levi sobre isso.

- Tenho que falar com Levi antes, pode me dar algum tempo?

- Te dou um dia. Você tem meu número, então é só me ligar quando decidir.

- Certo. - Ela começa a andar para saída. - Espera! - Ela para para me olhar. - Tenho uma pergunta, seria muito bom se pudesse me responder.

- Pergunte.

- Tem algo que eu possa fazer para manter os Invictos longe do meu filho? - Ela suspira, parecendo relutar em me dizer uma solução.

- Se sua força for igual a deles, então eles irão respeitar você, e não tentarão nada contra seu bebê.

- E como eu posso ter a mesma força que um Invicto? - Duvido de sua resposta.

Os Invictos não são a supremacia vampiríca? Como um vampiro comum pode ser comparável a eles?

- É só você matar um Invicto com as próprias mãos. - Franzo o cenho.

- Como assim?

- Quando um vampiro normal mata um Invicto com as próprias mãos, ele passa a ser um Invicto, pois todo o poder do Invicto que ele matou é transferido para ele. Resumindo, ele ocupa o lugar do Invicto.

- E como vou saber que funcionou e eu me tornei uma Invicto?

- Seus olhos vão ficar como os de um Invicto, com o globo ocular totalmente preto e a íris vermelha.

...

Antes de me desejar boa sorte no casório e ir embora, Jade me disse que, atualmente, existem apenas cinco Invictos. Já sei a identidade de dois deles que conheci no baile de máscaras de vampiros: Rosalie e Victor. Ela também disse que é muito difícil saber a identidade deles já que são como fantasmas, pois é sendo assim que eles evitam serem mortos e ter seu poder roubado por outro vampiro de baixo nível. Mas, principalmente, eles gostam de ser invisíveis e ficarem em sua toca porque, como seus olhos não mudam, podem ser reconhecidos como Invictos rapidamente por outros vampiros.

A maneira mais fácil de se matar um Invicto com as próprias mãos, de acordo com Jade, é arrancando-lhe o coração. Por isso, o meu plano é localizar um deles, e acho que isso não será difícil já que tenho alguém que eles querem, e então, com a ajuda de Peter e Levi, enquanto eles seguram o Invicto eu lhe arranco o coração, me tornando assim uma Invicto. Falando parece fácil, mas veremos na prática.

Olho por entre a fresta de duas grandes portas que me separam dos convidados sentados nas cadeiras dispostas na grama. Cheguei um pouco atrasada já que tive que dar a devida atenção para Jade. Vejo que Levi está conversando com Peter e um dos nossos amigos da vizinhança, o meu noivo aparenta estar nervoso, alternando entre ficar com as mãos nos bolsos e passá-las no cabelo. Aliás, seu conjunto de terno cinza claro lhe caiu muito bem, o deixou mais sexy do que já é, e ainda combinou com a decoração em tons claros do espaço. Só de imaginar que esse homem é apenas meu pela eternidade, meu íntimo pulsa de desejo. Que pedaço de mal caminho!

- Mamãe, colo! - Pede Cristian que entrará depois de mim com as alianças.

O pego no colo enquanto Alicia faz os últimos retoques em mim. Após isso, dou um beijo na bochecha de Cristian e o peço para se comportar, entregando-o à Alicia para que eu possa calçar os sapatos. Os calço e pego o buquê de flores mistas que Alicia me entrega. A música para a entrada da noiva começa a tocar. É agora! Me posiciono atrás das grandes portas que se abrem vagarosamente. As poucas pessoas presentes se levantam das cadeiras para me olhar e Levi também me olha surpreso, mas logo mostra um sorriso de ponta a ponta, fazendo meu nervosismo se dissipar com sua feição. Sorrio um pouco envergonhada e começo a andar em direção ao meu amor eterno, sentindo a calda do vestido se arrastando no chão enquanto caminho pelo tapete branco.

Da Cor Do SangueDonde viven las historias. Descúbrelo ahora