Da Cor Do Sangue

Capítulo 21

Depois de eu levar um sermão de Peter, como se ele fosse meu pai, e, felizmente, conseguir explicar o por quê de Levi ter agido daquele modo sem revelar seu vampirismo, me senti um pouco mais leve, como se minha vida estivesse se resolvendo. Entro no meu quarto, fechando a porta e me jogando na cama. Finalmente, paz! Um grande sorriso se forma em meu rosto quando penso que agora tenho um namorado. A excluída que evita contato social a todo instante tem um namorado? É isso mesmo, parece que eu venci na vida. Se isso for um sonho, não quero acordar nunca mais!

...

Acordo assustada com barulhos de batidas de música. A emoção foi tanta que eu acho que apaguei. Olho no meu celular deixado ao meu lado na cama, ainda são sete horas da noite do mesmo dia. Eu dormi bastante! Levanto-me e sigo para o banheiro, estou precisando de um banho.

Após me banhar na água quente do chuveiro, visto uma camisola azul marinho que mais parece um vestido solto de cetim. E como sempre minha curiosidade é inquietante, me obrigando a investigar o barulho de música vindo do térreo. Desço as escadas, mas paro no meio do caminho, pois o restante está inundado de pessoas. Que porra está acontecendo!? Passo meu olhar pela multidão, parando na garota loira de macacão lilás, Alicia. Tinha que ser uma das merdas dela! Vou em sua direção pisando forte.

- Alicia! - Ela me olha com desdém. - O que é isso!? - Aponto para a multidão barulhenta junto a música de festa de fundo.

- Uma festa, não está vendo? - A puxo pelo braço até a cozinha que está mais vazia.

- Quem te autorizou a fazer isso?

- O quê? Não estou te ouvindo! - Alicia grita quase sendo abafada pela música alta.

- Quem te autorizou!? - Grito.

- Desde quando eu preciso de autorização? - Responde, despreocupada.

- Desde o dia que você tem pai! Se ele descobrir você vai levar uma bronca.

- Quem disse que eu me importo? - Ela enche o copo que está na mão com um líquido vermelho de um ponche na bancada ao nosso lado. - Toma. - Me entrega o copo. - Vê se não enche o saco! Divirta-se!

- Alicia... - Ela sai sem me ouvir. - Mas que droga! - Olho pensativa para a bebida em minha mão. Foda-se! Viro o líquido avermelhado guela abaixo, acabando com a bebida em apenas 3 goles. Eca! É horrível! Sinto a ânsia de vômito vir, me fazendo tapar a boca. Foi uma péssima ideia!

- Ei, você é a Carrie, não é? - Olho para cima, me deparando com um garoto cheio de pintura neon no rosto.

- Sou eu. - Afirmo, tentando controlar o embrulho no meu estômago.

- Olha, me desculpe por ser sincero, mas você é uma gata. - Ele me olha de cima a baixo, me lembrando do tipo de roupa que estou. Merda! - Então, você topa... - A ânsia aumenta, chego a sentí-la em minha garganta. Sem tempo para reagir, o vômito sai pela minha boca, sujando toda a roupa do garoto à minha frente. - Caralho! Que nojo! Caralho!

- Foi mal. - Me desculpo com o rapaz antes de ele correr para longe com algumas pessoas olhando para ele com cara de nojo. Ao menos a ânsia foi embora!

- Carrie. - Olho para trás de onde me chamam.

- Peter! - Abro um sorriso.

- Tudo bem? Eu vi o que aconteceu, não foi nada bonito.

- Estou melhor agora, mas acho que aquele garoto ficou traumatizado.

- Tenho certeza disso. - Rimos. - Podemos conversar no seu quarto?

- Sim, vamos. - Subo para meu quarto com ele logo atrás de mim.

- Fique a vontade. - Digo, sentando-me na beirada da cama. - Então, sobre o que quer conversar? - Ele abre minha caixinha de jóias sobre minha mesa de estudo, analisando o que tem dentro, mas se vira para mim assim que faço a pergunta.

- Você tem certeza que quer ficar com aquele cara?

- O Levi?

- Sim, ele não parece ser seu tipo. Tem certeza que não é nada forçado?

- Faz muito tempo desde que você foi embora, obviamente algumas coisas mudaram, como o meu tipo de cara. E não, não é forçado, eu estou com o Levi porque eu o amo, e me sinto segura ao lado dele. - Ele baixa o olhar.

- Se é assim, então não posso fazer você mudar de ideia.

- Por que você quer que eu mude de ideia? - Ele me encara novamente, mordendo o lábio.

- Porque eu amo você, Carrie. Quero me casar com você, por isso eu voltei.