Capítulo 34

2.3K 253 24
                                    

1 mês depois...

Quando foi que a minha barriga ficou do tamanho de uma gestação de nove meses? Tenho certeza que só tenho 4 meses de gravidez até agora, como pode estar tão grande? Entretida com a confusão em minha cabeça, mal noto quando Levi aparece no banheiro onde eu estava a olhar meu barrigão.

- Ouvi dizer que vampiros puros crescem mais rápido. - Ele me avisa ao notar minha expressão assustada.

- Então ele pode nascer a qualquer momento!? - Olho para ele através do seu reflexo no espelho.

- Sim... - Faz feição de tristeza. - E você também pode morrer a qualquer momento.

- Você sabe a solução para isso. - Vejo seu maxilar mexer.

- Não vou transformá-la nisso. - Ele aponta para si.

- Então você quer me ver morrer tão facilmente?

- Não é assim... - Ele se aproxima e me vira de frente para ele, segurando meu rosto entre suas mãos. - Você está indo bem até agora, creio que poderá suportar até o final.

- Ainda assim, se me transformasse em vampira as chances de sobrevivência seriam maiores. - Ele suspira, apoiando sua testa na minha.

- Me dê mais tempo para pensar.

- O tempo está acabando, Levi. Logo não terá mais o que pensar, porque eu já estarei morta! - Digo um pouco exaltada e me afasto dele.

- Meu amor... - Ele me puxa de volta até ele, mas eu continuo carrancuda sem olhar para seu rosto. - Olhe para mim, por favor. - Eu o olho ainda fazendo biquinho como uma criança mimada que recebeu um não dos pais. - Se eu te transformar e você morrer, eu vou ser o culpado por isso. - Amenizo minha feição, comovida com sua preocupação.

- Eu vou ser a única culpada, pois será eu que terei feito essa escolha, não você. - Ele suspira.

- Nenhum de nós será culpado, pois não vou fazer isso. - Abro a boca para refutá-lo, mas o som de um celular tocando me interrompe. Vejo a tela do meu celular acesa mostrando o nome de Alicia. Ela me ligando? Me afasto de Levi para atender o celular que vibra em cima da bancada da pia.

- Alô?

- Estranha, onde você se meteu!?

- Estou em casa com Levi.

- Que casa? Estou na porta da casa de Levi que você me passou a localização antes de ir embora, mas não há ninguém aqui.

- Surgiu um problema, tive que mudar de lugar.

- Ai meu Deus! Meu sobrinho está bem? - Rio.

- Está, nós três estamos. - A ouço suspirar de alívio. - Por que quer me encontrar? - Ouço um barulho de movimentação como se estivessem brincando de batata quente com o celular.

- Quero te ver. - Meu coração gela por ficar surpresa ao ouvir a voz de Peter.

- Peter? - Pergunto ainda sem acreditar que se trata dele. Vejo Levi revirar os olhos já que me virei para ele por impulso.

- Sou eu, onde você está?

- Não sei exatamente... - Olho para Levi que sabe onde nós estamos, suplicando para que me passe o endereço, mas ele nega com a cabeça como se soubesse o que eu quero. - Por favor. - Digo para Levi, me esquecendo de que estou ao telefone.

- O que...? - Diz Peter em tom de confusão. Aperto o celular contra meu peito esperando que o som daqui seja abafado.

- Levi... por favor. - O peço.

- Não, é perigoso.

- Por favor, eu... eu prometo não tocar mais no assunto da minha transformação em vampira. - O suborno. Ele suspira parecendo aceitar meu suborno e estende a palma da mão para mim pedindo o celular. Entrego o telemóvel com um sorriso de agradecimento no rosto.

Enquanto ele passa o endereço para Peter e Alicia, aproveito para me arrumar adequadamente antes deles chegarem. Procuro um vestido, que é o único tipo de roupa que está cabendo em mim ultimamente, pela minha mala de roupas. Encontro um rosado que já usei antes e por isso sei que cabe em mim. Ele é de alças grossas que formam um V e solto da cintura para baixo o que me faz sentir confortável. O visto junto com chinelos e deixo o cabelo solto.

- Que linda. - Me assusto com a voz repentina de Levi logo atrás de mim. - Saber que carrega um filho meu te deixa mais linda ainda. - Ele me vira para si, acariciando minha barriga de grávida, e beija minha testa. - Eu te amo.

- Eu também te amo. - Nos beijamos vagarosamente como se tivéssemos todo o tempo do mundo.

...

A campainha mal começa a tocar e já estou de prontidão na porta. A abro com Levi ao meu lado.

- Cadê meu sobrinho mais lindo desse mundo? - Diz Alicia sem nem nos cumprimentar antes e colocando as mãos na minha barriga.

- Você nem o viu ainda para saber se ele é lindo. - Digo.

- Com um pai desses, como não seria lindo? - Ouço Levi rir. Deixo Alicia falando com a minha barriga e meu mundo parece parar ao olhar Peter, como se isso fosse um sonho. Sorrimos um para o outro em sintonia.

- Vamos entrar. - Diz Levi.

...

- Sua barriga está enorme. - Comenta Peter ao chegar na varanda onde estou enquanto Alicia inferniza a vida de Levi na cozinha dando sermão de como cuidar de uma criança de acordo com o que ela viu na internet.

- Cresceu bastante nesses últimos dias.

- Queria poder acompanhar o crescimento. - Fazemos silêncio sem saber o que dizer.

- Você... - Dizemos juntos, e rimos da situação estranha.

- Fala você primeiro. - Ele pede.

- Você tem estado bem? Parece cansado. - Reparo em suas olheiras.

- Estou bem, apesar de exausto. - Vejo que ele desvia seu olhar para meu pescoço, mas não me importo com isso.

- Não é perigoso que você tenha saído do esconderijo? - Vejo seu pomo de adão ir para cima e para baixo, como se engolisse algo.

- Não... - Ele se aproxima lentamente, sem expressão, o que me dá um pouco de medo.

- Peter? Você está bem? - Pergunto me afastando aos poucos. - Peter?

- Manson, se afasta dele! - Grita Levi e o vejo correr em nossa direção e quando olho para Peter seus olhos vermelhos me assustam junto com sua boca aberta mostrando as presas. Meu Deus! Não há tempo de correr, ele agarra meus braços me prendendo ali, e sua boca se aproxima cada vez mais do meu pescoço.

Da Cor Do SangueWhere stories live. Discover now