Insanos A Insanidade de Amar um Igual

35. ●

Menção a suicídio, sangue, corpo mutilado e queimado, sensação se bem estar por todas essas coisas, (agressão física e alcoolismo não explicitamente). Se não gostar não leia.

AUTORA

Os choros e lamentos eram altos, abaixo dos cinco corpos pendurados estava o homem de certa forma queimado. A fumaça saia do corpo e pelos buracos do rosto, olhos, nariz, boca, orelhas saia sangue, o corpo flutuava e espasmava vez ou outra, os olhos mesmo que sangrentos estavam abertos e levemente saltados para fora do crânio.

Era uma cena horrível de se ver para alguns, já para outros era maravilhosa, tanto o corpo morto quanto as lamurias das vítimas

A mulher mais velha soluçou, já Mike tremia, raiva, ódio, medo, tristeza, ele mataria os desgraçados que haviam os forçado a fazer aquilo.

Dorothy e os outros se mantinham em choque, David já havia vomitado e o faria novamente mesmo com o estômago vazio, Laura sequer se dava o trabalho de olhar precisava sobreviver e para isso deveria seguir em frente como estava fazendo.

Soluçando novamente a mulher mais velha negou, apertava com força o braço do filho buscando apoio, força, conforto no mesmo mas a única coisa que viu quando o olhou foi ódio e raiva, havia nele a mesma sede de vingança que existia no marido enquanto ele buscava infinitamente os responsáveis pelas cicatrizes que tinha.

Seu marido havia por anos procurado os responsáveis, A família como ele chamava, o homem sequer havia notado quando deu a sua primeira surra bêbado na mulher e o filho também não notou querendo tanto a aprovação do pai. Anos depois West perdeu o emprego e tudo piorou para a mulher, quando sóbrio o homem fazia a cabeça do filho, quando bêbado traia a esposa e a espancava por frustrações. Foram anos assim até o homem ver que havia um problema.

Quando ele parou tudo mudou mas a obsessão pela família permaneceu. Mas o ápice de tudo foi quando o filho apareceu com uma mulher dizendo ser ela uma sobrevivente da Família "Ela poderia reconhece-los" disse ele "A filha está com eles" havia afirmado.

A família sempre existiria na vida deles e ela estava farta daquilo. Havia sido ferida,  machucada, quebrada e tudo mais que ela odiava lembrar. Ela viu o marido no filho, viu o maldito que a destruiu.

Buscou apoio nos olhos do filho mas apenas lembrou do marido bêbado a agredindo, tirou a mão do braço que acreditava ser seu apoio, olhou para o marido mas não soluçou, as lágrimas desciam silenciosas.

O que ele pensou antes de se jogar? Se perguntou. Não estou pensando em nada. Concluiu ela.

Sorriu. Estaria em paz? Questionou-se. Não importava ela já estava em paz.

Ao som de Beethoven – Für Elise especificamente a família observou o corpo de Emily Richards se chocar a água e já imaginando os sons que se faziam relaxaram em seus respectivos lugares esperando pelo próximo, e talvez por coincidência a mesma música tocava na sala onde os investidores observavam o sigilo de adoção ser quebrado para aparecer na tela o que haviam buscado, os pais adotivos de Luka Silver.

Tudo estava em seu lugar, em seu devido lugar, organizado e bagunçado

Com um sorriso satisfeito um dos membros da família se retirou, saiu do quarto de hotel em que estava e foi para o elevador, subiu até a cobertura e ao entrar nela foi até o quarto principal se deparando ao entrar com dezenas de telas que mostravam ao vivo tudo o que se passava na delegacia, no quarto abaixo de onde saiu, no estacionamento, na entrada do Hall, um local perfeito para a mais bela e pura observação.

Com um sorriso a pessoa se serviu com uma taça de vinho e satisfeita com o sabor foi para o banheiro ligando a grande banheira e a enchendo com a essência de pétalas de rosas negras.

Terminou sua taça observando a banheira encher, e já cheia se despiu pegando do outro cômodo a garrafa de vinho.

A água estava quente, o vinho estava perfeito e para melhorar tudo pegou o Tablet ao lado conectando o som as caixas espalhadas e em segundos seus tímpanos foram inundados pela 5ª sinfonia de Beethoven e em seguida Moonlight Sonata do mesmo criador, seu amado Beethoven.

- Perfeito - A pessoa falou e relaxou na banheira - Como tudo está - Sorriu e suspirou - Perfeito! - A música acabou.