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ALEXY
17:35 p.m

Havíamos voltado a algumas horas e eu ainda não havia tido coragem para abrir o envelope pardo. Todos estávamos sentados na sala, Kevin na poltrona, And e eu no sofá da frente a TV, Benjamim e Evelyn no sofá lateral ao lado do nosso de frente para Kevin. Eu estava cercada, sem saída.

Suspirei e troquei de posição, dobrando as pernas uma sobre a outra mexendo o pé incansavelmente. Levei minha destra aos lábios, mordi o indicador e fiz careta, baixei o olhar e tirei a mão da boca, olhei para Andrew pelo cantos dos olhos ainda baixos. Suspirei novamente e peguei sua mão levei o dedão aos lábios e comecei a morder e arrancar a cutícula, minutos depois senti o gosto de sangue.

Andrew soltou uma lufada de ar fazendo o silêncio ser quebrado, puxou de forma suave sua mão e chupou o sangue ferroso do dedo, em seguida se esticou e pegou o envelope.

Meu coração acelerou, em arrepio gélido passou por minha espinha e apossou todo meu corpo. Observei seus movimentos firmes e lentos. Olhei para os outros trocando rápidos olhares antes de voltar a ele minha atenção.

Ele abriu o envelope e tirou de lá uma folha de papel, uma maldita folha de papel, soltou o envelope e leu o que estava escrito uma, duas, três vezes talvez, depois soltou o papel e ficou em silêncio.

- Três semanas. - Falou quebrando o silêncio.

Neguei.

- Isso está errado - Falei pegando o papel - Eu não estou grávida! - Disse em pânico, lendo e relendo o que estava escrito.

O sonho vinha com força em minha mente, os flashs dele.

- Rouxinol - And me chamou enquanto eu negava - Está grávida! - Afirmou e o olhei - Espero que seja menino. - Sorriu.

- O que...?

- Esse estado de negação pode fazer mal ao bebê. - Disse Evelyn sorrindo.

- Mas você disse...

- Eu sei o que disse - Sorriu - Mas pensando no passado, eu nunca cogitei a possibilidade de deixar um sobrevivente  e muito menos de me casar com ela, mas aqui estamos nós, casados enquanto você espera um bebê.

- Está falando sério? - Questionei surpresa.

- Sabe o que mais me irrita em você? - Neguei - Você torna o que é previsível, imprevisível para mim, é como estar vendado em uma montranha-russa, eu nunca sei com você quando uma curva, subida ou decida virá. É sempre uma aventura indesejada para mim.

- Sério? - Sorri. Ele concordou - Então... Vamos ter um bebê? Um filhote meu e seu? - Concordou sorrindo.

- Então vou ter finalmente um neto!? - Questionou Evelyn feliz.

- Vou ter um sobrinho!?

- Mais um pirralho para me encher. - Benjamim revirou os olhos mas sorriu.

Concordamos para todos.

- Bom, vamos voltar as câmeras, estou curioso. - And disse então sorri concordando.

Insanos A Insanidade de Amar um Igual Onde as histórias ganham vida. Descobre agora