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Dias depois...

- Chega! - Gritei, jogando a bola para longe.

Siddiq respirou fundo e assentiu.

- Aceita que essa merda nunca vai voltar ao normal! E aproveita e me deixa sair daqui!

- Não, ainda não. Mais uns dias e já poderá... - Siddiq, franziu o cenho. - Você está bem?

Neguei com a cabeça, franzindo o cenho e fechando os olhos. - Não. Desde que acordei que estou estranha e irritada. - Abri os olhos. - Me dá uns minutos.

Siddiq se aproximou e colocou a mão na minha testa, mas eu sacudi ele.

- Não estou com febre.

- Temos de checar todas as possibilidades. Você esteve lá fora e já sabe né?

Revirei os olhos. - Também achavam o Negan perigoso.

- Ele era.

- É... Ele era uma merda, mesmo. - Fechei os olhos. - Odeio isso.

- Mas é dor?

- Não. Só um mal estar. Mas provavelmente, é porque eu vivo nessa cama, testando um braço que não funciona, né? - Sorri, o rosto da inocência e Siddiq revirou os olhos.

- Você é impossivel.

Negan entrou, me sorrindo e se aproximando, beijando o topo da minha cabeça.

- E aí?

- O mesmo de sempre. Por favor, me ajuda a convencer o Siddiq de que eu estou ótima e quero sair daqui.

- Mas você não está ótima, está esquisita, lembra? Mais um motivo para permanecer aí.

Negan franziu o cenho e me olhou. - Esquisita? O que houve?

- Não sei. Acordei assim. Aliás, eu já estava assim ontem. 

Ele assentiu, puxando a cadeira para perto da cama e sentando do meu lado.

Siddiq mandou a bola de novo para junto de mim, para que eu tentasse novamente.

Respirei fundo e Negan colocou ela na minha mão, aquela que eu tentava, a todo o custo, fazer mexer novamente. Olhei ela e franzi o cenho, me concentrando, imaginando meus dedos apertando a bola, o movimento seguindo pelo meu braço e me permitindo fechar os dedos em redor da bola.

Fiquei ali alguns minutos, com aquele pensamento na cabeça, desejando que algo acontecesse e, de repente, dois dos meus dedos mexeram.

Negan me olhou, de olhos muito abertos e depois me abraçou, enquanto Siddiq sorria e me tocava no ombro.

-  Viu isso? - Perguntei, olhado ele quando Negan se afastou.

- Eu falei que iria levar seu tempo. - Disse ele.

Sorri e tentei de novo, olhando a minha mão e lá estava aquele pequeno movimento, nada de muita coisa, só um leve toque naqueles dois dedos, mas que mostravam que a inda existia uma chance de eu voltar a ter todo o movimento de antes, tanto na mão, quanto no braço.

Enquanto tentava, senti algo estranho. Algo não estava bem. Franzi o cenho e parei o que estava fazendo.

- Neela? - Siddiq se aproximou.

Ergui a mão boa. - Me dá alguma coisa, eu vou... - Indiquei minha boca e ele entendeu, correndo e regressando com um balde pequeno.

Enquanto eu estava ali, colocando para fora o meu fraco café da manhã, Negan e Siddiq permaneciam do meu lado, coisa que não me agradava muito, mas eu não estava propriamente em condições de dizer nada.

Assim que terminei, Siddiq tirou o balde da minha mão e eu me encostei nas almofadas, fechando os olhos.

- Você está bem? - Negan me olhava, preocupado.

Abri os olhos e olhei ele. - Uhum. - Assenti.

- Tem algo com você. Isso não é normal. - Disse Siddiq. - E tendo em conta o que aconteceu lá fora, eu vou fazer uns exames em você.

Respirei fundo e assenti. 

Mais tarde, nesse dia, Daryl entrou na enfermaria, olhando Negan, do meu lado, e depois se aproximando da minha cama e fazendo o que ele sempre fazia, beijava o topo da minha cabeça, puxava uma cadeira e sentava do meu lado.

- Siddiq disse que você estava estranha. O que houve?

Revirei os olhos. - Estou bem.

- Está nada. - Disse Negan. - Ela colocou todo o café da manhã para fora. Estava estranha desde que acordou. Isso não é estar bem.

Daryl me olhou e eu revirei os olhos de novo. - Eu estou bem, confia em mim.

- Hum. - Ele olhou Negan. - Aconteceu de novo? Ela comeu depois disso, já?

Ergui a mão. - Hey!

Negan assentiu. - Comeu, Rosita trouxe algo para ela comer e até agora, tudo bem.

Passei a ponta dos dedos pela testa e olhei Daryl e Negan.

- Podem parar?! Eu estou bem! Estranha, sim, mas bem. Além disso, vocês vivem dizendo que eu sou estranha, então... - Dei de ombros.

- É diferente. - Disse Daryl.

Siddiq entrou na enfermaria e me olhou, depois para os rapazes e pediu que eles saíssem porque queria fazer uns exames em mim.

Negan me beijou e se afastou, Daryl tocou no meu ombro e saiu.

Siddiq sentou onde antes estava Negan e me olhou.

- É... Temos um problema.

Franzi o cenho. - Problema? Que problema?

Ele respirou fundo. - Eu não preciso fazer mais exames, eu já sei exatamente o que você tem.

Olhei ele, esperando, mas Siddiq apenas me olhava.

- Fala homem! - Pedi. - É... É por causa do que aconteceu? Tipo, tem alguma coisa secundária acontecendo comigo?

Ele negou. - Neela, Aaron disse que você caiu. Foi por causa do zumbi, perdeu o equilíbrio ou algo assim?

Franzi o cenho, olhando o nada e tentando lembrar.

O zumbi surgira, eu pegara a faca para matá-lo, segurei ele pela camisa... 

Olhei Siddiq.

- Eu fechei os olhos. - Falei. - Vi tudo girando.

Siddiq assentiu, mordendo o lábio e me olhou com aqueles olhos enormes dele.

- Ah! Anda logo, homem do diabo! Me fala o que eu tenho! - Falei, perdendo a paciência.

Ele assentiu. - Tudo bem.

Heart By HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora