Neela Dragomir é uma sobrevivente do grupo de Atlanta, uma garota cheia de vida, que protege os seus sem olhar para trás, que não tem medo de lutar e enfrentar o pior dos inimigos... Até que conhece Negan, o homem que matou a sua irmã e a quem ela j...
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Negan:
Um mês. Negan estava com Neela á exatamente um mês. Apesar de ela ter todas as razões do mundo para odiá-lo, Negan não conseguia deixar de pensar que ela tinha toda a razão. Ele fora um imbecil, ele matara a irmã dela e ele gostara. Ele sorriu enquanto Laiane virava e depois, quando obrigou Neela a matar ela com a sua própria arma, de vez. Ele mandara seus homens baterem nela, uma e outra vez, ele não alimentara a garota por três dias... Apesar de tudo isso, ela enfrentara seus demônios e estava ali, mantendo ele longe dos caras das peles, protegendo ele, mesmo contra sua vontade e começara a confiar nele o suficiente para devolver a Lucille. Isso o deixara surpreso. Neela era uma pessoa diferente. Todo mundo ficara diferente naquele apocalipse, o fim do mundo tinha revelado o que de pior existia nas pessoas, ele era a prova viva disso. Mas Neela era cheia de vida, cheia de alegria, abaixava a cabeça, mas logo depois erguia e lutava pelo que queria. Ela fazia piada das coisas, cantava, dançava... Era como ver uma criança... só que ela era uma criança que deveria ser levada a sério, porque Neela sabia ser mortifera e Negan achava que Rick ainda não tinha uma noção muito exata disso. Achava que subestimavam ela. E bastante. Neela era, secretamente, a sua luz no fundo do túnel. Negan estava um farrapo depois dos seis anos, mas no dia que Neela começara a ir na cave, ele começou a observar ela pela janela. A forma como ela brincava com a Jude, mas também ensinava a menina coisas que mais ninguém ensinava, a forma como ela se relacionava com o Dixon... Depois que Rick ordenara a ela que o protege-se, Negan foi saíndo da escuridão em que mergulhara. A romena tinha o estranho dom de melhorar tudo. E era engraçado como ela reagia ao apelido que ele dera a ela. Dizia que odiava, mas sempre escutava quando ele chamava ela dessa forma. Negan sentia que tinha de proteger ela, porque a garota já sofrera mais do que alma no inferno por sua causa. Nesse momento, Neela entrou em casa, vinda da rua, de melhorar a proteção do portão e olhou ele, sentado no sofá. Ergueu um pouco o queixo e Negan sorriu. - Vai passar o dia aí sentado? Ele deu de ombros. - Que mais tenho para fazer? Ela sentou do lado dele. - Achar um jeito de matar os das peles. Quero ir para casa. - Nossa, assim você me ofende. Neela riu, o melhor som do mundo e levantou. - Tá. - Onde você vai? - Espera. Neela foi na cozinha e regressou com uma caixa cheia de garrafas e sentou de novo, tirando uma e entregando a ele e pegando uma para si. Inclinou a garrafa na sua direção. - Vamos acabar com isso. Negan assentiu e bateu com a garrafa na dela. - Vamos sim. Os dois beberam e depois ele ficou olhando ela. Seus olhos claros, o cabelo loiro... - Quer uma foto? - Perguntou Neela. Ele sorriu. - Não. - Tá olhando o quê? Imaginando como vai me matar? Negan suspirou. - Pára com isso. Tive um mês, um mês para matar você e nunca levantei sequer a voz. Neela riu. - Levantou sim! No dia que tirou meu ipod! Negan riu. - Você não estava escutando. Ela assentiu. - Verdade, eu estava me divertindo para caramba e você estragou tudo. - Depois ela olhou ele e Negan viu seus olhos brilhando. - Sabe o que deveríamos fazer amanhã? - Misericórdia. - Calma. Escuta. Deveríamos caçar. Negan franziu o cenho. - Eu não sei caçar. - Não se preocupa, eu sei, o Daryl me ensinou. Negan deu de ombros e depois assentiu. - É... é uma ideia. Mas é seguro ir caçar? E os das peles? Neela deu de ombros. - Matamos todos. Negan sorriu e ergueu a garrafa. - Matamos todos. Ela brindou com ele e bebeu um gole. Horas depois, já quase todas as garrafas estavam vazias e Neela falava sem parar, rindo imenso e chorando também, mas maioritariamente rindo. Negan ficara olhando ela, escutando cada palavra. Ela estava realmente feliz. - Porquê uma borboleta? - Perguntou. - Minha mãe... ela gostava de borboletas. Negan assentiu. - E... ela morreu no início? Neela assentiu. - Tentando proteger a mim e Laiane. Uns... mortos, pegaram ela. Meu... pai... tentou impedir... Acabou mordido. - Lamento. Ela riu. - Eu também. Depois disso, conheci o Dixon. - Ela sorriu e indicou a própria cabeça. - Ele ergueu aquela besta dele e mirou minha cabeça. - Foi ele quem achou você. Neela assentiu. - Foi. Foi sim. E agradeço até hoje. Eu.... eu adoro ele. É... meu irmão... de outra... mãe. Negan riu e esticou os braços, retirando a caixa de perto dela e as garrafas. - Chega de cerveja por hoje, né? Já bebeu demais. Neel segurou a sua garrafa. - Não. Qual é Negan? Deixa eu beber. Que mais tem para fazer nesse mundo? Negan olhou ela. - Dormir e sobreviver, por exemplo. Ela riu. - Para quê? Para achar um cara e ele roubar tudo de você? Eu que deveria ter morrido. Negan sentiu um arrepio e sentou de novo. - Deveria ter matado ele. Neela assentiu e ergueu a mão. - Deveria mesmo, mas o Grimes... O Grimes trocou meus planos, sabe? - Ela riu. - Eu sempre tenho de fazer o que os outros querem que eu faça. Eu sempre tenho de arriscar minha vida, eu sempre tenho de ficar quieta, ou seguir na frente... sempre seguindo ordens. Negan tirou a garrafa das suas mãos, contra seus protestos e depois ajudou ela a levantar. Claro que Neela não tinha suas forças normais e Negan teve de segurar ela para que não caísse. Ela ficou olhando ele e Negan podia ver todos os tons da cor dos seus olhos. - Tá olhando o quê? - Ele perguntou. Neela sorriu. - Eu sei que eu estou bêbeda, mas... Você é mais ou menos bonito. Negan riu. - E você tem, mais ou menos, de ir dormir. Neela fechou os olhos e Negan segurou ela pelos braços. - Hey, Romênia! Acorda! Puta merda. Negan colocou Neela sobre o ombro e ergueu ela, subindo as escadas. Entrou no quarto dela e deitou a garota na cama. Ela rolou, mas continuou dormindo. Negan ficou ali, observando ela. Neela não podia morrer, nada podia acontecer com ela. Ele não sabia o que pensar, só sabia que tinha de protegê-la, seu corpo dizia isso a cada dia, a cada instante, de cada vez que olhava ela. Nada podia chegar nela.