4.1 - Um dia após o outro

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"Por que estou me agarrando ao amor?
Não deixa de ser uma emoção óbvia
Eu acreditava que sabia de tudo
Mas acabei caindo na minha própria armadilha
Inconscientemente, quando você chama meu nome
O meu peito dói enquanto meu coração bate rapidamente"
ENHYPEN - Polaroid Love

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Eu achava que ao me declarar para Jimin, iria sair da friendzone em que tinha me metido, porém, a realidade é que fui chutado de vez para o poço dos encalhados. Não importava se eu seguisse todas as dicas "infalíveis" do Tae, elas falhavam.

Desde recadinho na mesa até declarações diárias deixadas em seu armário. Nada balançava aquele coração de gelo, e meus amigos logo se acostumaram a me ver lamentando pelos cantos.

Jimin fugia de mim como se eu fosse pedir dinheiro emprestado, ou roubar seu lanche. Embora sempre me mantivesse positivo, aquilo machucava meus sentimentos. Eu não estava com uma doença contagiosa, só era um garoto intensamente apaixonado.

Com a chegada das férias, Jimin passou um mês inteiro longe com sua família. Na minha cabeça, era a oportunidade perfeita para esquecer aquele sentimento. Minha concepção de paixão na época era a de que "o que os olhos não veem, o coração não sente e esquece". O que eu não sabia era que o que eu sentia por Jimin ia para além disso.

As aulas retornaram e tudo o que eu tinha reprimido veio à tona de uma vez, como uma onda muito forte. Ao ver Jimin pela primeira vez em tanto tempo, meu coração começou a bater muito forte e meus olhos se encheram de lágrimas. Eu estava com muita saudade dele. E ainda estava perdidamente apaixonado.

Me pergunto o que exatamente me manteve apaixonado por Jimin por tanto tempo. Não era apenas sua beleza ou nosso passado amigável, eu o admirava muito e era capaz de escrever uma redação contendo tudo o que eu gostava nele. Não adianta perguntarmos para um adolescente os pontos que justifiquem tal paixão, é uma mistura que nos traz a sensação. Simples assim.

Passei dois meses tentando me conter e fingir que não sentia mais nada, mas sempre que ele passava por mim, me olhava, ou dava um sorrisinho cordial, minhas pernas ficavam bambas. Para as outras pessoas era apenas um cumprimento por pura educação, mas para a minha mente fértil era praticamente uma declaração de reciprocidade.

Iniciamos um ciclo, no qual eu insistia em mandar bilhetes não assinados, escrever inúmeras poesias e fazer desenhos, deixando tudo no armário dele todas as manhãs e ele ignorava.

— Jungkook! — Taehyung falou alto ao meu ouvido enquanto eu estava escondido no corredor.

WHOA! Que susto, Tae! Fala baixo, garoto! — disse, dando salto e tapando a boca dele. — O Jimin vai me ver!

— Ele te vê todo dia, bestão. O que andou aprontando? Colocou mais coisas no armário dele?

— Uhum!

— Sem querer ser estraga prazeres, mas... você fez o dever de casa?

— Tinha dever pra hoje? — falei, arregalando os olhos.

— Pela pergunta, já sei que não fez. Você tem uma agenda, por que não anota?

— Porque esqueço de abrir. Tae, me empresta o teu! Por favorzinho!

— Tem certeza? O Hoseok não me ajudou nesse. E outra, você não vai conseguir terminar a tempo!

Tae saiu de onde estávamos e caminhou pelo corredor. Me joguei em cima dele e o abracei por trás, choramingando para que ele me emprestasse seu dever de casa.

Beautiful Love • Jikook •Where stories live. Discover now