3.1 - Declarações

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"Eu, como posso dizer isso? Hm
Você sabe, desde muito tempo atrás
Eu, eu, eu sempre gostei de você
O que mudaria se eu dissesse isso agora?"
Pentagon - Shine

🍃

No dia seguinte, após eu voltar da minha corrida matinal com o Fluffy, vi Jimin em frente à sua casa empurrando sua bicicleta. Ele já estava usando uniforme e, ao vê-lo, Fluffy correu na sua direção.

— Hey, como você cresceu, Fluffy. Como tem passado, garotão? — Ele acariciou a cabeça e bagunçou os pelos das orelhas do meu cachorro enquanto se aproximava para receber os lambeijos desesperados dele.

Como eu queria ser o Fluffy nessas horas e poder dar meus beijos desesperados em Jimin, receber carinho e o seu eye smile como resposta.

— Desculpa pelo desespero dele, ele meio que se parece com o dono — falei, ao perceber que Fluffy estava exagerando ao pular em cima de Jimin.

— Emocionado?

— Louco por você.

Falei, sem me dar conta do que havia dito, até notar a cara pálida e inexpressiva do Jimin me encarando como se eu tivesse dado a ele a notícia de que havia queimado todos os seus livros.

— Digo... é... hm... intenso e... atrapalhado... que... gosta muito de você. Da sua companhia, quero dizer, gostava... digo, ainda gosta — Me enrolava todo ao tentar explicar.

Nesse dia, percebi que quando falamos algum tipo de bobagem, o melhor que podemos fazer é nos calar e fingir que o que foi dito não passou de um surto.

— T-tenho que ir para a escola — Jimin disse, parecendo um pouco sem graça.

Ele já estava acostumado com minhas frases sem sentido algum. Pelo menos eu podia alegar que estava sob efeito de algum medicamento, ou da ausência dele.

— Ah, tudo bem. Hm... nos vemos lá — falei, já me afastando e indo em direção à minha casa.

Um dos motivos que me impediam de ir com o Jimin para a escola era o fato dele ser presidente da turma e sempre chegar mais cedo que todos. O outro grande motivo era eu mesmo.

Nos primeiros dias que tentei ir no mesmo horário que ele, eu mais parecia um maníaco perseguindo alguém. Eu não soube apenas dizer: "Oi, Jimin, vamos juntos para a escola?", simplesmente fui seguindo ele o caminho inteiro. Quando ele olhava para trás, eu me escondia atrás de algum arbusto.

Não me pergunte a razão dessa atitude, eu tinha apenas dezessete anos. Provavelmente fazia sentido na minha cabeça.

Nesse mesmo dia, como acordei mais cedo do que de costume, fiquei tirando pequenos cochilos durante os períodos de aula e de tempo livre, que de livre não tinha nada. O inspetor me acordou apenas uma vez, mas, quando viu que eu era o tal "aluno especial", me deixou dormindo.

Por esses e outros inúmeros motivos vergonhosos e extensos, desisti de acompanhá-lo. Quer dizer, ainda sonhava em ir à escola com ele, conversando bobagens e, quem sabe, darmos as mãos em um lugar mais escondido. Mas a realidade era outra.

Em casa, tomei banho, vesti meu uniforme e me juntei aos meus pais à mesa.

— Jungkook, um dos funcionários me avisou que não poderá ir hoje. Pode me dar uma ajuda no restaurante? — Meu pai falou.

— Uhum, posso sim, pai. Vou pedir para ser liberado dos estudos extras — respondi com a boca cheia de arroz, visivelmente animado.

Se havia uma coisa que eu gostava, além de desenhar, era cozinhar. E ajudar meu pai no restaurante me deixava imensamente feliz e com uma boa sensação de que eu era útil.

Beautiful Love • Jikook •Where stories live. Discover now