Era uma vez em 1860

Capítulo 7 - Marido e Mulher

Voltamos para casa a noite, mas não cometeria o mesmo erro duas vezes. Dessa vez deixei nossos vestidos na casinha de madeira. Então assim que o trem voltou a Manchester fomos o mais rápido possível para lá.

Emma - obrigada por esse dia. Eu nunca vou me esquecer - ela diz melancólica.

Emily - foi muito divertido. Eu estava precisando disso

Emma - todas precisamos fazer loucuras de vez em quando. Não só nós três, seria maravilhoso se todas as mulheres pudessem sair e se sentir livres para fazer o que quiserem

Hayle - eu sei. Mas não podemos. Não podemos fazer nada - digo triste e desacreditada, e aparente minha desanimação é altamente contagiosa, já que Emma e Emily se juntam a mim.

Emma - hora de voltar a realidade. Boa noite - ela termina de se vestir e vai embora. Emily espera até que Emma feche a porta para voltarmos a conversar.

Emily - você não nos disse por quem está apaixonada - ela comenta enquanto tiramos os trajes de Eliot para vestir os nossos.

Hayle - não adiantaria - acho que Emily percebeu que isso me abateu. Nem mesmo eu tinha noção do quanto isso estava me machucando. Foi no momento em que eu disse em voz alta que eu percebi o quanto aquilo significava para mim. O quanto Thomas significava para mim. Agora eu só sinto ódio. Ódio de Thomas por se casar com ela. Ódio de George por obriga-lo a fazer isso. Ódio dos meus pais por não permitirem que nenhum Bucker se case com um Nolan. E mais uma vez me pego chorando.

Emily - hey! - ela me vira de frente para ela e limpa as minhas lágrimas com os dedos - acho que agora eu entendo você não querer se casar, e eu sinto muito por isso. Se te faz sentir melhor, você é a pessoa que eu mais admiro - eu levo um choque. Em meio a uma multidão me chamando de maluca, minha irmã me admira.

Hayle - Emily. Isso é tudo que eu preciso - eu a abraço e choro ainda mais. Mas de surpresa, emoção e uma estranha sensação de ter atingido meu objetivo - você é maravilhosa, Emily - eu volto a fita-la mas mantenho minha mão em seu ombro - e se nenhum homem viu isso, são eles que estão perdendo. Você sabe disso, não é?

Emily - agora eu sei. Você me mostrou - eu sorrio para ela e torno a abraça-la.

Emily e eu voltamos para casa e enquanto entravámos pela porta avisto Eliot fugindo pela janela do seu quarto. Aposto que vai se encontrar com a pessoa com quem estava na casa de madeira. Se não estivesse exausta eu definitivamente o seguiria. Outro dia talvez. Assim que me deito na cama caio no sono instantaneamente. No dia seguinte acordo e desço para o café da manhã.

Hayle - bom dia - digo avistando meu irmão lendo ao jornal e tomando café.

Eliot - bom dia, Hayle - ele tira os olhos por um instante do jornal para sorri para mim e logo volta a lê-lo.

Eliot seria um marido incrível. É atencioso e carinhoso. Sempre me protegeu e é meu melhor amigo. Só queria saber por que ele, um homem, não pode se casar com quem bem entende? Até onde eu sei, não há nenhuma outra mulher na família Nolan, a não ser a finada Martha, mãe de Thomas. Mas não acho que está apaixonado pelo corpo já decomposto de Martha. Então do que sente tanto medo? Será que papai já o prometeu, assim como George fez com Thomas? Mas com quem? E por que? Se papai o tivesse prometido ele estaria traindo a noiva com esta mulher, mas ele só esta se encontrando escondido com ela. Por que? Será uma mulher comprometida? Não. Eliot não se envolveria com uma mulher já comprometida. Ou será que sim? Afinal, quem é Eliot Bucker.

Emily - bom dia, irmãos - ela aparece sorridente e se senta conosco.

Eliot - bom dia. Alguém acordou animada hoje - ele dobra seu jornal e volta sua atenção para nossa irmã mais nova.