Capítulo 4 - Você Me Traiu, Eliot

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Clark Oscar é brilhante e consegue passar a sua visão muito bem. A palestra termina e todos caminham para fora.

Hayle - foi incrível, Thomas!

Thomas - eu sei, ele é brilhante

Hayle - um dia quero ensinar as pessoas, quero cativar uma multidão com meu conhecimentos assim como ele

Thomas - eu tenho certeza que será melhor que ele

Hayle - obrigada por me trazer aqui, sei o que está arriscando por isso

Thomas - disponha Bucker, sei que faria o mesmo por mim - nós trocamos sorrisos e eu enterro meu rosto em seu pescoço, inalando seu cheiro. O meu favorito. O homem que estava sentado ao meu lado mas uma vez faz um som desaprovador e dessa vez o escuto resmungar.

Senhor - que patifaria! Aonde já se viu dois homens se esfregando desse jeito em público!

Thomas e eu nos entreolhamos e começamos a rir. Volto para casa nas nuvens, estava animada com a palestra e inspirada em fazer o mesmo. Escuto um som de madeira caindo em um lugar perto de casa, então eu paro meu trajeto e vou de encontro ao barulho. Quando estou prestes a entrar em um espaço pequeno de madeira meu irmão pula na minha frente.

Hayle - Jesus, Eliot! O que está fazendo aqui? - digo irritada com o susto que ele me deu.

Eliot - o que eu estou fazendo aqui? O que você está fazendo aqui? E vestida desse jeito - agora reparo que ainda estou usando as roupas do Thomas.

Hayle - merda! Eliot, você tem que me ajudar a tirar essa roupa

Eliot - e vai sair por ai apenas com roupas íntimas?

Hayle - não! Ai meu Deus - eu pouso minhas mão em meu rosto.

Eliot - onde estão suas roupas?

Hayle - com Thomas - me lembro que deixei com ele - na casa dele!

Eliot - o que as suas roupas estão fazendo na casa do Nolan? Não! Não responde. Eu vou busca-las para você mas tem que me prometer algo

Hayle - qualquer coisa

Eliot - tem que me prometer que por agora vai ficar aqui fora e de olhos fechados, e só irá abrir quando eu disser que pode

Hayle - por que?

Eliot - me prometa Hayle

Hayle - tudo bem, só vá logo - eu fecho meus olhos e ele me vira de costas para a pequena casa de madeira. Escuto a porta abrindo e escuto passos, não só de Eliot, tem mais alguém com ele - Eliot?

Eliot - fique de olhos fechados Hayle! - ele me repreende e eu continuo de olhos fechados. Por mais que eu queira saber com quem ele estava lá dentro, ele é a única pessoa que pode ir buscar minhas roupas sem fazer muitas perguntas - pode abrir - ele toca o meu ombro - obrigado por manter os olhos fechados, agora espere aqui dentro, já volto com as suas roupas - eu assinto e entro dentro da casinha de madeira.

Aqui dentro é escuro e um pouco sujo, como se ninguém viesse aqui a um bom tempo. Eu desenho na madeira da parede meu nome com um graveto que eu achei perdido pelo chão. Desenho bonecos com gravetos no chão. Imagino que estou mestrando uma palestra importante sobre arquitetura para os dois pedaços de madeira solta que estavam jogados no chão. E nada do Eliot chegar. Vejo pela fresta da parede que já estava escurecendo. Eu não podia ficar ali esperando Eliot aparecer, se é que ele vai aparecer. Universo 2 Hayle 0. Tomo coragem e caminho para casa, com esperança de não encontrar ninguém no caminho da sala até meu quarto. Abro a porta devagar para não fazer barulho mas meu pai estava me esperando na sala, e Eliot estava ao seu lado.

David - Hayle Bucker. Está atrasada - olho para Eliot e ele não me encara nos olhos. Traidor!

Hayle - pai...

David - não diga nada. Apenas responda o que eu perguntar, entendeu? - ele diz zangado.

Hayle - sim - universo 3 Hayle 0.

David - por que suas roupas estavam na casa de Thomas Nolan e por que está usando as roupas dele? - eu hesito em responder - não minta para mim Hayle.

Hayle - fui a uma palestra sobre arquitetura - confesso rápido.

David - o que? - ele parece indignado.

Hayle - você sabe que eu sempre quis ir a faculdade, mas não posso porque eu tragicamente nasci com um órgão genital diferente dos homens - vejo meu pai se irritar com minha fala mas continuo logo antes que ele me empeça de colocar todo para fora - eu só queria saber como era, me vesti com as roupas de Thomas e assisti a palestra, mas foi só isso - ele fecha os olhos e respira fundo.

David - certo. Hayle, dessa vez vai passar impune, mas da próxima vez que chegar aos meus conhecimentos que você está saindo por aí vestida como um homem, fazendo coisas de homem... não sairá mais do seu quarto. Estamos entendidos?

Hayle - sim senhor

David - excelente. Pode ir - ele se vira e eu subo para o meu quarto.

Eu fecho a porta e me atiro na cama e deixo que a vontade súbita de chorar me vença. Acordo no dia seguinte com a luz do sol batendo na minha cara. Ainda estou usando as roupas de Thomas, então vou trocar com emergência, não posso correr o risco de ser pega usando essa roupa. Não novamente. Depois de vestida eu desço as escadas para tomar o café da manhã, mas tinha apenas Eliot na mesa. Assim que ele me vê se levanta.

Eliot - Hayle, eu sinto muito

Hayle - sente muito?! Qual o seu problema, Eliot? Pensei que pudesse confiar em você - eu sento enfurecida na mesa.

Eliot - você pode. Eu estava a caminho da casa do Thomas quando nosso pai me encontrou. Eu não lhe disse nada mas parece que circularam boatos de que Thomas estava intimo de outro rapaz durante a palestra e papai ligou tudo quando te viu chegar em casa com as roupas dele - eu bufo e bato a testa na mesa - pelo menos você não foi castigada por isso - ele se senta ao meu lado.

Hayle - com quem estava ontem, Eliot? - ele me encara. Não vai me responder.

Karen - bom dia, crianças - mamãe se junta a nós na mesa.

Era uma vez em 1860Where stories live. Discover now