Capítulo 6 - Grite Alto

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Desembarcamos do trem e compramos o mapa de Bolton. Depois de nos localizar precisávamos localizar o circo.

Emily - tem certeza que vamos fazer isso? Ainda podemos mudar de ideia e tomar um chá na cafeteria da Olga e falar sobre rapazes

Hayle - não, Emily. Você precisa ver que a vida é muito mais do que homens

Emily - muito conveniente quando se está vestindo um terno

Hayle - pequenos detalhes

Emma - ali, olhem! - ela aponta para um cartaz colado em um mural e nós caminhamos até ele.

Estava escrito bem grande com uma letra vermelha "CIRCO". Em baixo tinha o endereço e o horário da apresentação.

Emma - achamos! - ela diz baixo e logo dois homens aparecem atrás de nós.

Homem 1 - bom dia senhores - nós apenas balançamos a cabeça e continuamos olhando o cartaz.

Homem 2 - que pouca vergonha! Esse circo veio para destruir os costumes tradicionais. Não acham?

Emily - com certeza - ela diz com a voz grave.

Emma pega o cartaz e nós caminhamos para longe dos rapazes.

Emma - o próximo espetáculo é só daqui duas horas. Querem almoçar?

Nós vamos a um restaurante não muito sofisticado, já que não trouxemos muitos Euros.

Recepcionista - com licença, senhores. Posso guardar os chapéus? - ele sorri para nós educadamente.

Emma - ah... não é necessário, obrigado - ele franze a testa mas abre caminho para passarmos.

Nós terminamos o almoço e fomos ao circo. Uma lona gigante e colorida nos cobria e um palco pequeno e redondo estava a nossa frente. Emily não parava de bater o pé no chão.

Hayle - fica calma Emily, é só um show - eu coloco minha mão em seu joelho com intensão de faze-la parar, mas outra vez um homem me olha desconfiado, e dessa vez tiro depressa a mão. Apesar da má fama do circo, o local estava rodeado de homens e crianças (do sexo masculino).

Emma - já vai começar - as luzes se apagam e Emily só faltou cair dura no chão.

Apresentador - respeitável público! Sejam bem-vindos ao primeiro circo da Inglaterra! - ele diz e todos aplaudem, gritam e assobiam.

Após ele se apresentar, um homem com a cara toda pintada começou a fazer piadas sobre políticos e sobre a monarquia. Mas a parte mais engraçada disso tudo é que seu nome é David, o mesmo nome do meu pai, um senador. Depois que David saiu do palco muita coisa aconteceu, desde gêmeos siameses á anões e malabaristas. Era tudo tão lindo, colorido e engraçado. Olho de relance para Emily e Emma o tempo todo e elas, assim como eu, não conseguiam tirar o sorriso do rosto.

Emily - isso foi maravilhoso! - ela diz empolgada assim que saímos da tenda. O céu já estava escurecendo. Provavelmente estava em torno das seis da tarde - o circo não tem nada de perigoso. É sim um pouco polêmico, entendo o papai não gostar - ela ri.

Emma - esse foi de longe o melhor dia da minha vida. Não deveria acabar agora

Emily - e não precisa - Emily encara um bar.

Hayle - quem é você o que fez com a minha irmã? - digo brincando e nós entramos no bar.

Nós três pedimos o mesmo drink e quando nossos copos chegaram nós brindamos.

Emma - a liberdade! - Emily e eu repetimos, tocamos nossos copos, tomamos um gole e começamos a rir, já deixando de lado a voz grave.

Emily - sabe de uma coisa? Eu nunca me diverti tanto

Hayle - e nem tinha um homem. Bom, mais ou menos - eu olho minhas roupas e nós começamos a rir.

Emily - quer saber? - ela toma o resto da sua bebida, tira o chapéu e grita bem alto - EU NÃO PRECISO DE UM HOMEM!

Emma - Emily! - ela quis repreende-la mas não conseguia para de rir.

Emily - vamos Emma. Grite algo que quer por para fora!

Emma - o que?

Emily - vamos! O que está a tanto tempo guardado ai? Coloque para fora

Emma - Emily, eu não acho...

Emily - grite! - todos começam a nos olhar. Emma toma o resto da sua bebida e levanta.

Emma - EU NÃO QUERO SER SÓ UMA DONA DE CASA! - ela arranca o chapéu também - UHULL - ela grita animada - grita Hayle!

Hayle - eu quero estudar e ser professora! - eu levanto meu copo mas não grito tão alto quanto elas.

Emily - não, Hayle! Grita alguma coisa que te perturba. Que você quer botar para fora - eu tomo coragem e o resto da bebida no meu copo, me levanto e tiro meu chapéu. Na minha cabeça, meus cabelos caíram perfeitamente e havia uma luz sobre mim.

Hayle - EU ESTOU APAIXONADA POR ALGUÉM QUE NÃO PODE SE CASAR COMIGO! - eu queria que fosse libertador, talvez tenha sido, mas eu só começo a chorar, afinal, foi a primeira vez que senti o que isso realmente significava.

Era uma vez em 1860Onde histórias criam vida. Descubra agora