Passado vol.2 - El fin

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— quem...? — falei em voz alta, quando na verdade era para manter meus belos lábios que já foram quebrados várias vezes fechados.

— um convidado extra — Arnel murmurou, indo em direção a sala.

Olhei para o Nuevo que apenas balançou a cabeça negativamente.

— olá, Ethan — a voz de Robert soou antes que eu pudesse processar o fato de que ele estava na minha sala, no mesmo local em que Maggie estava.

Robert estava ali, na minha frente.

— quanto tempo, filhão — o homem veio em minha direção com um sorriso no rosto e braços estendidos, e eu não esperei muito para lhe dar um soco no rosto, o fazendo se inclinar para frente com a mão nos lábios — mais que porra, Ethan!

Parti para cima dele novamente, sendo impedido por Arnel e Luis Coleen, que me seguravam com força pedindo para que eu parasse de me mover contra.

— você estuprou minha esposa! — gritei alto, sentindo meus movimentos rápidos e agitados para sair dos homens que me seguravam parar de repente.

Eu havia falado aquela palavra.

Eu havia admitido em voz alta o que Robert, meu pai, fez com Maggie.

Eu havia demostrado que a amava em voz alta.

Eu havia dito aquela palavra, quando sabia que não deveria o fazer.

— estuprei ela? — ele perguntou passando a mão no lábio que sangrava, exasperado — eu te fiz um favor, porra!

— favor?! — gritei, me soltando com força dos homens, mas não avançando contra ele — FAVOR? VOCÊ ESTÁ ME DIZENDO QUE SEQUESTRAR E ABUSAR DA MINHA ESPOSA É UM FAVOR? — minha garganta doeu quando falei alto demais, sentindo meu corpo inteiro vibrar.

— você não sabe de nada, Ethan — Robert disse, balançando a cabeça negativamente — você realmente não sabe de nada. Porque no fim, Ettore sempre foi melhor que você, mesmo sendo mais novo.

— Ettore era a vítima nisso tudo! — gritei novamente, vendo então que o senso de indignação estava falando mais alto que tudo e todos, e que não iria demorar para que eu falasse demais.

— Ethan, se controle — a voz de Luis Henrique soou em meu ouvido, perto demais e eu sorri de forma cruel, mesmo que tivesse levado aquele aviso para o coração.

Ele estava certo, eu não deveria falar mais que o necessário, ou demostrar demais.

Infelizmente, eu já havia o feito, e agora só bastava lidar com as consequências.

— você não tinha a porra do direito de fazer isso, Robert! — falei num tom alto, o olhando com raiva — você fez com Ada, Marta, Li...

— cale a porra da boca, moleque! — Arnel falou, se colocando na minha frente — cale a porra da boca para não acabar falando demais e se queimando feio!

— não, Arnel — Robert falou, colocando a mão no seu ombro, parando do seu lado — vamos fazer uma volta no passado e aí sim ele vai se colocar no lugar dele e lembrar das coisas.

Encarei Robert com desafio, mas quando olhei para Luis Henrique o vendo encarar tudo com uma expressão estranha, senti meu estômago revirar.

— parece que você se esqueceu da cicatriz não é, Than? — a voz de Arnel soou novamente, me assustando.