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— eu juro que não quero te castigar, juro que não quero ter que usar pessoas para te desestabilizar ou até mesmo falas — a fala me fez querer rir, mas além de tudo, abrir a boca para chorar.

— eles irão vim hoje e eu espero não te ver lá. Sabe por que? — neguei — porque eu não quero que eles mexam com o que é meu e se eles fizerem isso — o que eu não vou poder evitar — eles irão te machucar. Você entende?

Balancei a cabeça em afirmação, abrindo um pouco a boca, sentindo o ar me tomar, quando Ethan parecia estar preocupado demais com outras coisas para notar.

— ótimo — um beijo atingiu minha testa, me deixando mais trêmula — eu ainda quero pentear seus cabelos, princesinha — falou, beijando meu pescoço — mas quero entender também aquele ataque de raiva que você teve. Será que você pode me explicar?

Neguei com a cabeça.

— eu quero palavras, Maggie. Quero que você use a porra das... — ele parou.

Parou, respirou fundo com os olhos fechados e quando os abriu sorriu para mim, me puxando para ficar em pé.

— vamos para seu lugar — murmurou, quando havia me dado um rápido abraço — você está me deixando louco, Maggie. Você sabia disso?

Neguei novamente, as escadas estavam parecendo intermináveis.

— você está me fazendo fazer coisas que eu nunca imaginei e... Você sabia que eu tinha um irmão? — a pergunta me fez parar por um momento, e o olhar — pois é, querida. E você acredita que você deveria ser dele?

Continuei descendo as escadas no ritmo de Ethan, que por sua vez segurava minha mão com força.

— você não vai me perguntar nada? — a pergunta soou quando eu estava quieta, esperando ele terminar de escovar meus cabelos úmidos, e não havia dito nada em relação a aquilo.

Talvez porque eu estava a quase trinta horas acordada. Talvez porque eu estava cansada de tentar entender qualquer coisa que envolvesse Ethan Whyne, porque sabia que iria me machucar. Talvez porque eu estivesse com medo de como as coisas se seguiriam ou simplesmente estivesse exausta para o que quer que fosse.

A última talvez valessem por todas, ou simplesmente fosse todos os talvez's mas de uma maneira diferente.

— hein? — perguntou novamente, puxando meu cabelo com um pouco mais de força.

Engoli em seco.

— quem é Ada, Ethan? — a pergunta saiu grossa dos meus lábios, deixando então um gosto amargo ali. Meus olhos estavam fixos no espelho, o olhando.

A pergunta que se repetia em minha cabeça nesses dois dias, depois das marcas, finalmente foi pronunciada verbalmente.

Quem é Ada?

Eu não sabia o porquê de querer saber quem era essa bendita mulher. Não sabia, porque tinha certeza de que odiava ela com todas as minhas forças e desejava do fundo do meu coração que ela estivesse no meu lugar.

Mas ali, naquele momento, sentindo a sensação de que algo ruim iria acontecer, não pude deixar de notar que atitudes geram consequências.

Infelizmente a consequência estava perto demais para eu evitar.

Passado vol.2 - El fin Where stories live. Discover now