CAPÍTULO 17 - PROMESSA

390 55 156
                                    

Jin quis conhecer o "ninho do passarinho" e Babi não tinha mais forças para lutar contra o sono. Cris ainda tentou adverti-la, perguntando se ela devia mesmo levar alguém que mal conhecia para casa.

— Tem problema não. Nós idols somos todos eunucos, sabia? — Jin declarou divertido.

— Hum-rum, você fala como se não tivesse acabado de exibir a sua mangueirinha ali fora. — Cris retrucou fazendo careta.

— Pssst, vocês dois. Eu não posso perder ele de vista e preciso dormir. Ele vem comigo, sim! — Babi encerrou a conversa.

Abriu a porta com estrondo, largou a mochila e o casaco no corredor, chutou as botas na entrada e se jogou no sofá.

Ele a seguiu, pedindo licença para entrar e tropeçando nas coisas que foram sendo abandonadas à sua frente. Soltou um risinho quando ela roncou de leve e cobriu-a com a manta que encontrou na poltrona.

— Minha vez de vigiar seu sono. — sussurrou arrumando uma mecha do cabelo da garota.

Não havia muito para explorar na pequena sala além de alguns quadros na parede. Reconheceu um Dalí e um Frida, mas havia outros menos famosos. Observou alguns vasos próximo à janela precisando de cuidado.

A um canto, notou um violão e um pedestal com partituras. Ao lado, estava uma pequena coleção de vinis que pretendia explorar assim que comesse qualquer coisa.

Saltou por cima do balcão da cozinha americana, quase derrubando as caixas de chá empilhadas, que tremularam, mas permaneceram intactas. Orgulhoso do feito, se pôs a vasculhar os armários, se esforçando para não fazer barulho. Quando viu a caixa com doces na geladeira, soube logo ser aquilo o que procurava.

Sentou-se no chão, abrindo e fechando a porta a cada vez que se servia. Depois do terceiro, decidiu comer todos os macarons. Afoito, puxou a caixinha, que teimou em não vir sozinha e arrastou com ela um pote de iogurte aberto. A pequena embalagem caiu esparramando os doces pelo chão.

A velocidade com que Babi o alcançou foi surpreendente. Em um instante Jin se viu encurralado. Mais pelo olhar em fúria exibido por ela do que pelos punhos cerrados a pressioná-lo pela gola do casaco. Viu lágrimas se formarem nos grandes olhos e o queixo dela estremecer.

Ela vinha guardando com carinho o presente recebido da mãe de Neli. Anos antes, trabalhou na pequena doceria parisiense da família da amiga enquanto estudava francês na cidade. Aqueles doces eram como relíquias que lhe confortavam os dias difíceis e lhe traziam recordações da família postiça.

— Eu não acredito, garoto! (Hic) O que mais você pensa (hic) em estragar hoje? — explodiu entre lágrimas e soluços.

— Calma, são só uns doces. Amanhã compro outros. — Jin disse tentando sossegá-la.

— Comprar (hic) outros? — disse com um suspiro debochado e voltou a chorar.

Ele não fazia ideia do trabalho que Neli tivera para trazer aquele presente. Tinham ido direto do aeroporto para a casa de Babi naquela mesma manhã com destino certo para serem comidos em comemoração ao fim da produção do EMA. Agora eram migalhas espalhadas pelo chão e pelo canto da boca dele.

— Você não tem vergonha na cara, (hic) não? — ela o encarou limpando a sua boca com força.

— Aniyo. — negou, em coreano.

— A qu(hic)? Nem sei porque pergunto... — Babi respirou fundo, tentando controlar o soluço. — Eu devia ter mandado você embora.

— Por que? O que eu fiz? — perguntou confuso.

Babá de Marmanjo | Longfic BTSWhere stories live. Discover now