Depois da morte de Alisson Argent, as coisas na escola de Beacon Hills mudaram drasticamente. Scott e seus amigos ainda lidavam com seu estado de luto, mas os problemas nunca ficam longe por muito tempo. Novos alunos, novos desafios... novos lobisom...
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A noite de lua cheia estava sendo um problema evidente para Scott e seu grupo, tendo que lidar com uma coiote que não sabia controlar seus poderes e um recém Beta, passando pela sua primeira noite de transformação. Além disso, espalhados por cada canto de Beacon Hills, sobrenaturais tentavam fugir de qualquer coisa que lhe parecesse uma ameaça. Nos últimos dias, a quantidade de caçadores aumentou em um nível muito maior do que o de costume, sedentos por mais uma morte.
Na floresta, Kaira seguia o cheiro de sangue que sentiu durante sua caminhada pelas ruas da cidade. A sua procura pelo velho amigo terminou no mesmo instante em que ela sentiu o novo cheiro. Havia um lobo ferido por perto, e Kaira sabia que ele estaria morto no final daquela noite se ela não chegasse a tempo.
O cabelo longo e ondulado voava para trás conforme o vento batia em seu rosto.
Saber quem morre e quem vive se tornou um costume do seu dia a dia. O cheiro da morte eminente acabou se tornando comum durante os seus dezesseis anos lidando com ele, mas em Beacon Hills, ele parecia estar dez vezes mais forte do que deveria. Essa é a cidade da morte, pelo menos para os sobrenaturais. É por isso que a maior parte deles faz o possível para ficar longe desse lugar, mas essa não era uma realidade possível para todos.
Ser um Lobo da Morte significa saber quem vive e quem morre, ter uma escolha entre as duas opções.
Durante séculos, os Lobos da Morte foram temidos por qualquer sobrenatural que soubesse a história dos "Olhos Roxos". Kaira entendia o medo que as pessoas tinham dela, e esse era um dos motivos que ela tinha para não julgar quem a odiava. Os Lobos da Morte são assassinos naturais, sempre foram. E ela não era diferente. Mesmo assim, Kaira não podia sequer ser comparada com os seus antecessores, os antigos Lobos da Morte. Eles sim davam medo.
Ela não usava seus poderes para aterrorizar os mais fracos, muito menos para mata-los. Enquanto ela tivesse a opção de escolha, não mataria ninguém que não precisasse morrer, e salvaria quem iria morrer. Mas não era uma boa ideia irrita-la, porquê matar e machucar não eram sinônimos, e isso era algo no qual ela gostava muito.
Kaira gostava de ser um lobisomem e não se importava de ser um temido Lobo da Morte. Seus pais lhe deram esse nome porquê ela era única e isso era algo de que a garota se orgulhava. Mas, às vezes, saber que uma pessoa iria morrer não era o suficiente para salvá-la. Essa era a pior parte de ser um Olho Roxo.
Você não pode salvar todo mundo.
Mas você pode matar todo mundo.
Ela corria como um lobo pela floresta, desviando das árvores e pulando as pedras que apreciam pelo caminho, sentindo-se cada vez mais viva. O Cheiro da Morte estava mais perto e em um certo momento daquela corrida, Kaira soube que não poderia salvar aquela pessoa. O tempo havia acabado.
O Cheiro da Morte costumava a ser forte, como o de carne em decomposição. Era diferente do cheiro de um cadáver, por mais que tivessem a mesma descrição. Se fosse um cadáver, qualquer lobisomem conseguiria sentir desde que estivesse a uma certa distância do corpo. Mas quando é o Cheiro da Morte, somente um único ser sobrenatural podia senti-lo, e ela era esse ser.
