❦ 𝕮𝖆𝖕𝖎́𝖙𝖚𝖑𝖔 𝟏𝟏

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Giverny, França
Setembro de 2016

    
— Demetri!

     O rapaz se levantou rapidamente ao ouvir seu nome ser chamado — não, não, convocado — pela jovem, que àquela altura descia as escadas raivosamente.

     Céus..., ele pensou. A moça do século dezenove não era tão escandalosa.

     Quando Emilly chegou ao pé da escada, o encarou de forma perigosa, com o coração acelerado e a respiração pesada.

— Explique isso. — murmurou, estendendo a carta e a foto.

     Demetri a olhou por um instante, antes de pegar o que lhe foi entregue. Seus olhos se arregalaram em seguida, igualmente a sua boca, mesmo que ele não soubesse exatamente o que dizer naquele momento.

— Ah... nossa, é a senhorita? — perguntou, sua voz transbordando nervosismo.

— Você sabe que não sou eu! — a moça acusou, apontando o dedo em sua direção — Você também disse que eu me parecia com alguém que viu.

— Com a... amiga de uma prima. — ele respondeu.

— Mentira! — ela exclamou, se aproximando e o empurrando — Você está mentindo! Você e todo mundo!

— Senhorita, se me deixasse...

— Não me chama de senhorita!

     Emilly levou as mãos ao cabelo, puxando-o enquanto gemia em um misto de frustração, raiva e confusão. Ela entendia o que estava acontecendo, mas tudo ainda parecia confuso para ela.

     Você me lembra alguém que conheci, Caius disse ao vê-la em Volterra. Sua avó me lembra alguém que conheci, Heidi falou no carro. A senhorita parece com uma moça que eu vi uma vez, Demetri observou quando a viu.

     Ela começou a sufocar uma risada, que aumentou de forma gradual, até que estivesse se inclinando para trás de tanto rir.

     Ria para não gritar, Emilly, pensou. Ria para não gritar e cometer um assassinato.

Por que não fala de uma vez? — ela questionou de forma sarcástica — Essa é a parte em que você suspira e diz que é um vampiro!

     Os olhos de Demetri voltaram a se arregalar com o que fora dito.

— Não sei do que...

— Ah, por favor! — a Richards exclamou novamente, jogando os braços no ar — Eu não sou idiota! Essa é a única explicação para alguém não comer nada perto de mim, não dormir e ainda ter esses olhos bizarros!

— Certeza que a senhorita não está com febre? — ele perguntou.

     Emilly rosnou, tomando a carta e a foto de suas mãos antes de subir o primeiro andar, indo diretamente para o próprio quarto. Ao entrar, ela pegou a mala do canto do cômodo e jogou na cama. Abriu o guarda-roupas e pegou várias peças, jogando-as de qualquer jeito, tirou alguns sapatos de suas caixas e fez o mesmo.

     Para fechar, precisou apoiar seu corpo em cima da mala, puxando o zíper com lentidão e certa dificuldade. O processo era chato, mas era o resultado de não dobrar e oganizar as roupas.

— Senhorita? — Demetri chamou, se detendo na porta do quarto — O que está fazendo?

— Preparando o jantar! O que mais eu estaria fazendo? — ela resmungou, pouco antes de finalmente terminar de fechar o zíper — Et mince...

EMILLY | 𝓒𝓪𝓲𝓾𝓼 𝓥𝓸𝓵𝓽𝓾𝓻𝓲                 ⁽ᶜᵒᶰᶜˡᵘᶤ́ᵈᵃ⁾Where stories live. Discover now