Casamento Arranjado

42- Seu fã...

- Eu estou bem, mãe - resmungou Win.
Estava na empresa, concentrado no trabalho, quando Ketlyn entrou com uma bandeja cheia de comida.
- Você está um horror, Metawin. E sim, você vai comer. Já faz quantos dias que não se alimenta? Parece criança isso sim. Se Bright estivesse aqui, estaria dando uma bronca em você!
- É, mas ele não está mãe! E esse é o problema - disse Win colocando as mãos no rosto. Não queria ficar chorando pelos cantos mas era só ouvir o nome de seu marido, que ele virava uma manteiga derretida.

- Ah, meu amor - disse ela se aproximando de Win e o abraçando firme - eu sei que não está sendo fácil. Te ver desse jeito está me matando - disse ela limpando as lágrimas do filho - mas não viver também não vai ajudar.
Win suspira.
- Eu sei, é só que... Eu estou desesperado mãe. Eu vivo desesperado , já faz mais de seis meses que não temos notícias , isso está me matando. Não saber como ele está... - ele soluçou.
Ketlyn beijou a testa do filho.
- E se matar de trabalhar, vai te ajudar?
- Se eu ficar parado, sem fazer nada, vai ser bem pior, acredite - resmungou.
- Por favor, coma. Você está emagrecendo muito, meu amor. Isso não é saudável.

Win suspira.
- Tá bem.
Ketlyn se sentou na frente dele e começou a comer junto, para incentivar.
Win amava comer, mas ultimamente as coisas perderam o sabor. Queria comer da comida de Bright, queria que ele estivesse cozinhando pra si, enquanto o provocava com aquele sorriso lindo e ficava o chamando de preguiçoso.
Ele queria tanto ter Bright em seus braços e o proteger de todo o mal. Ele era tão precioso, se ele não voltasse... Win não sabia o que faria. O amava tanto que chegava a doer.
- Ei - disse Ketlyn vendo os olhos do filho lacrimejarem.
- Viu? É por isso que eu me afastei. Eu não consigo ter uma conversa normal, mãe. Tudo que eu sinto vontade é de chorar e chorar.

Ketlyn concorda.
- Já tentou sair, ir na academia? Pode ser bom pra descontar a raiva
- É de se pensar - concordou Win
- Sabe seu pai pode te ajudar, se precisar.
- Eu sei. Mas dou conta... O trabalho anda me mantendo firme.
Ketlyn concordou.
Win comeu tudo para felicidade de Ketlyn, ela foi até ele e o beijou na bochecha.
- Vou deixar você. Se precisar de qualquer coisa, não hesite em me ligar, amor.
Win concordou e abraçou forte.
- Obrigado. Eu te amo, mãe..
- Eu também te amo, querido. Vai dar tudo certo, aguenta mais um pouco. Logo Bright voltará.
- espero que sim.
Eles se despediram e Ketlyn foi embora.

Win voltou a sua rotina de costume, quando recebeu uma ligação.
- Win Metawin, quem fala?
- Win! Oi. Sou eu , a Jane da instituição Scott.
Scott era um dos orfanatos que a Velance ajudava e que Win as vezes visitava.
- Olá, Jane, tudo bem?
- Tudo e com você? Eu soube das notícias. Como você está, querido?
Win sorriu. Jane sempre fora muito atenciosa consigo.
- Sobrevivendo - disse baixinho
- Oh, querido. Saiba que eu rezo todo dia pra que de tudo certo, viu?
- Eu agradeço. Todas as orações são bem vindas.
- Vou pedir para todo mundo orar por ele viu ?
Win se emocionou.
- Muito obrigado. Por falar nisso, já faz um bom tempo que eu não visito vocês né?

- Era sobre isso que eu queria falar...
- Pode falar. Sou todo ouvidos.
- Então, uns meses atrás, venho um garoto novo para o orfanato. Nome dele é Vitor e tem sete anos.
- Nome bonito. Qual é a história dele?
- Os pais o abandonaram.
Win engoliu em seco.
- Isso... É horrível. Como ele está?
- Está bem melhor, graças a Deus. É um garoto de ouro, se enturmou facilmente e as crianças gostam muito dele. Mas ele é muito solitário, e tem um olhar triste. Me dá uma dorzinha no coração ao ver ele daquele jeito.
- Eu imagino. Já disse que admiro muito vocês por cuidarem tão bem dessas crianças, eu mesmo não sei se teria estômago para cuidar de uma instituição assim. Sou muito coração mole.

Jane riu.
- No que eu posso ajudar, Jane?
- Acredita que o garoto é muito seu fã?
Win se surpreendeu.
- Mesmo?
- Sim. Toda vez que ele te vê pela televisão, os olhos dele brilham e ele fica com um sorriso lindo. Diz que quando crescer quer ser que nem você, um homem genial.
Win riu, primeira vez desde meses...
- Que fofo.
- Então eu estava pensando... Se você por acaso, se puder claro, não gostaria de dar uma passada aqui? E dar um oi pra ele? Tenho certeza que ele vai adorar! Eu disse pra ele que era sua amiga, mas ele não acreditou!
Win sorriu e não precisou pensar duas vezes.
- É claro que posso passar aí. Inclusive, posso ir hoje? Estou precisando me distrair um pouco mesmo.
- Claro! Ele vai adorar! E vou adorar rever você.
- Também adorarei rever você, Jane. Pois daqui a pouco estou chegando aí!