13- problemas

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Win andava nas nuvens. Finalmente teve uma resposta direta de Bright, e isso o deixou tão feliz, que estava difícil manter sua postura séria no trabalho. Sempre que se distraia, sua mente ia para longe, para os braços de seu marido, especialmente.

Aquele beijo de manhã com certeza havia significado muito para eles, um belo recomeço.
- Metawin - disse Amanda com um sorriso discreto no rosto.
Win não escuta de primeira...
- Metawin!- gritou ela, fazendo o outro se assustar tanto a ponto que o outro derrubou sua caneta, régua , tudo no chão, fazendo um barulho enorme.
Amanda fica constrangida.
- Perdão... - diz ela.
Win balança a cabeça.
- Não se preocupe, eu é que estava distraído demais... - disse ele se recompondo - pois não? - perguntou depois de organizar as coisas novamente.

- Está na hora da reunião para vermos a questão dos tecidos que vieram errado.
Win suspirou. Preferia mil vezes ficar grudadinho com Bright do que se estressar com esses pepinos, mas , fazia parte do pacote de ser um CEO.
- Certo. E sobre isso, alguma novidade?
Amanda suspirou
- Nenhuma.
Win balança a cabeça.
- Realmente não entendo como uma coisa dessas aconteceu. Todo mundo aqui sabe de cor e salteado como funciona o procedimento. E mais ainda, sabem que tipo de tecidos que trabalhamos.

Amanda concorda, em silêncio.
- Bem, então vamos lá. Torça Amanda pra que a gente resolva isso hoje.
- Pode ter certeza que estou torcendo, senhor Metawin.
Win balança a cabeça.
- Nada de senhor. Me sinto velho dessa forma.
Amanda ainda uma risadinha e Win sorri, tentando se acalmar.

- Boa tarde - começou ele, voltando a sua postura séria - acredito eu que todos estejam ciente da pauta da reunião de hoje, certo?
Todos concordaram e Win se senta na cadeira da ponta da mesa.
- Pois bem, vamos dar início a reunião.
Todos ficam em silêncio.
- Fico me perguntando como esse tipo de erro pode ter acontecido. Todos que estão aqui, trabalham mais de dois anos pra mim. Sabem de cabo a rabo os processos, os pedidos, tudo. Se tivesse sido confundido entre algum outro tecido que também pedimos, seria menos grave.

- Mas a questão, é que o tecido que foi pedido é muito muito inferior ao que é utilizado nas nossas roupas. Então eu vou perguntar somente uma vez: o que  aconteceu aqui?- diz Win fuzilando cada um de seus funcionários.
- Vocês tem noção do prejuízo que tivemos? Não só isso, por conta desse acidente, iremos atrasar toda a campanha. Nossos patrocinadores sempre deixam claro a data de entrega. O que eu vou falar para eles?!

Mais uma vez, a sala fica em silêncio e Win bufa.
- Senhor, entendo que a situação é grave... Mas precisamos pensar numa solução rápida e...
Win interrompe Ben.
- E vocês acham que eu não tenho uma solução?!
Todos olham surpresos para ele.
- Eu tenho a solução, e logo direi o que vai ser feito. Porém, ainda teremos muita perdas. Principalmente de confiança com os nossos patrocinadores.
- Mas senhor... Nunca tivemos um problema tão grande assim, eles vão perdoar e...- Win interrompe o outro.

- Eles vão perdoar? Eles vão perdoar?- Win ri ironicamente - Perdoar, o escambau! Vocês todos sabem com o que estamos lidando: dinheiro! E vocês realmente acham que eles vão nos perdoar facilmente por perder milhões? Hum? Acham mesmo?!
Mais silêncio. Win na hora da raiva, acabou se levantando. Ele volta a se sentar e respira fundo.
- Vou dizer o que vai ser feito agora. E é bom que não tenha mais erro, escutaram? Pois se tiver mais alguma coisa, empregos serão comprometidos e vocês sabem que quando eu falo uma coisa, eu mantenho a palavra.
Todos concordam. Duas horas depois, a reunião se encerra e Win decide tomar um remédio para dor de cabeça.

Se sentia frustrado. Seu humor de manhã estava tão maravilhoso e agora estava absolutamente mal humorado. Se perguntava como lidaria com os patrocinadores que contam com essa campanha, pois o que ele entregaria, seria algo totalmente diferente do combinado e Win sabia que teria que lidar com mais problemas.
- Inferno de vida. Por que eu trabalho com isso?- resmungou Win indo pra sua sala.
- Metawin - disse Amanda , sua secretária - você tem visita te esperando.
Se Win tivesse prestando mais atenção, veria o sorrisinho no rosto da secretaria, mas ele estava tão tenso, que acabou não vendo. Só concordou e foi diretamente para a sua sala.

Assim que entrou em sua sala, o mal humor passou um pouquinho...
- Bright?- perguntou ele surpreso, indo até ele.
O moreno se virou sorrindo pra ele. Mas ao ver a expressão de seu esposo, o sorriso sumiu e ele se aproximou dele.
- Resolvi vim fazer uma surpresa pra almoçarmos e... Ei o que foi?
Win se jogou nos braços dele.
- Estou estressado. Tenho um problema do caralho pra resolver e...
Bright retribui o abraço e acarencia suas costas.
- Tudo bem. vem, vamos sentar - diz o mais velho.
Eles se sentam no sofá de dois lugares que tinha na sala.
- É aquela questão com o problema do tecido?- perguntou Bright suavemente.
Win fechou os olhos e respirou fundo.
- Sim, é. Se fosse qualquer outro tecido, mas foi pedido um muito inferior! Maldição, eu não sei como isso aconteceu! Bright, todos daqui trabalham comigo há mais de três anos, sem contar com os funcionários mais antigos. Eles sabem de cor e salteado o que deve ser pedido!

Bright segura as mãos de Win e as aperta.
- Quais patrocinadores são?
- Adidas e Nike - respondeu Win - estou literalmente fudido.
- Já decidiu alguma solução provisória?
- Sim, já. Mas eu não vou entregar o resultado que eles querem. A Adidas e a Nike são os patrocinadores principais, mas tem o restante também... É muito dinheiro envolvido e mesmo que eu assumisse todo o prejuízo, ainda não seria o suficiente. Todos vão sair perdendo, entende?
Bright concorda.
- E qual foi a solução que você tomou?
- Com os tecidos encomendados, não poderíamos fazer roupas de grifes, então... - Win suspirou - não sei se você sabe, mas volte e meia eu crio campanhas com distribuição de roupas para as pessoas e crianças carentes.
- Sim, eu sei. Inclusive acho incrível o trabalho que vocês fazem.
Win sorri.
- Mandei utilizarem todos os tecidos pra esses fins. Será feito um bazar com preço bem barato com uma parte dessas roupas e o resto pretendo distribuir.

- E qual será a desculpa que dará pra eles?
- Vou criar uma campanha enorme, falando da importância de ajudar pessoas carentes. Vou focar nas parcerias com as instituições... Darei meu jeito de passar propaganda na TV , jornais e tudo mais. E como uma forma de compensar o atraso da campanha para as marcas, darei os créditos de toda a campanha para eles, mesmo sem eles terem feito alguma coisa.
Bright olha para Win impressionado.
- E você ainda está preocupado ? Essa ideia é muito incrível Win. Você vai ajudar mais pessoas do que costuma ajudar e ainda vai conseguir sair do problema...
- É, foi o que pensei em fazer - disse Win - mas ainda terá prejuízo...
- Não se minha empresa se unir a sua.
Win olha surpreso para ele.
- Como é?
- Você quer fazer algo grande, então vamos fazer algo grande. Vou participar dessa campanha junto com você.
- Mas... Você sabe que não terá muitos lucros e...
- Primeiro, eu também faço campanhas assim, onde não viso o lucro. Segundo, o objetivo de eu participar não tem nada a ver com o lucro.

Win franze o cenho
- Tem a ver com o que então?
Bright sorri suavemente e pega na mão do outro.
- A te ajudar, é claro.
- Bright...
- Eu não vou deixar você se sobrecarregar sozinho, Win. Se for pra se estressar, que a gente se estresse juntos então.
- Mas você já tem uma empresa inteira pra cuidar também e...
- Isso não será problema. Podemos ver isso como a estreia das nossas parcerias, hum?
Win suspira.
- Tem certeza? Sabe que eu jamais pediria isso e...
- Win. Eu sou seu marido não sou?
Win concorda.
- Então me deixa fazer meu papel. Se eu não puder te ajudar, então serei realmente um mal marido.
Win solta uma risadinha.
- Você não é um mal marido, Bright. É só que isso é uma questão bem grande...
- E está decidido - diz o outro firme - faremos isso. Vai dar certo você vai ver.

Um sorriso genuíno surge nos lábios de Win.
- Já disse que você é incrível hoje?
Bright finge pensar.
- hum, acho que hoje não...
Win solta uma risadinha e pula para o colo de Bright entrelaçando as mãos atrás do pescoço do moreno.
- Obrigado - disse olhando cheio de sentimentos.
- Não há de que.. de qualquer forma, você é que está fazendo tudo. Você é incrível Win, em pouco tempo já conseguiu pensar numa solução. E ainda ousa duvidar de sua capacidade - diz ele balançando a cabeça.
Win não resiste e o beija apaixonadamente.
Bright aperta suas coxas enquanto retribui o beijo.
- Vamos almoçar?- sussurrou Bright entre beijos
- Uhum.

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