CAP 54

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Jj Maybank

A dor é horrível mas a nada se compara a dor de perder Kiara, só de pensar que pude magoar ela mesmo sem ter feito nada tenho vontade de dar um soco em mim mesmo. Ver seu rosto triste quebrou meu coração em micros pedacinhos.

Eu nunca havia me apaixonado antes,
nunca havia experimentado esses tais extremos que todo mundo diz mas agora eu sei. Sei que são testes do destino, nunca acreditei nisso mas tudo mudou quando ela entrou na minha vida. Ela já habitava a minha vida mas quando entrou por completo me mostrou tantas coisas mesmo sem saber disso e com toda a certeza largaria tudo que já prometi e jurei por ela. Eu mataria e morreria por ela sem esforço algum, ela me fez ser um cara melhor, um cara melhor para ela.

Aí Kiara, se você soubesse o quanto eu te amo não duvidaria dos meus sentimentos mas tenho muito tempo para provar isso, não aceitarei o estágio. Quando kiara viu aquela cena e saiu correndo eu imaginei que teria a perdido, que a única coisa que me prendia aqui teria me deixado, a proposta veio em minha cabeça na hora mas me recusei a acreditar que seria feliz sem ela, seria tolisse da minha parte pensar nisso sendo que meu coração é dela, somente dela.

- Você vai ficar bem dormindo nesse sofá?

Questino preocupado e ela sorri enquanto estende uma manta bege sobre o mesmo.

- Se preocupe em descançar que eu me viro, já dormi em lugares piores.
- Ela diz me fazendo rir.

- Eu te amo.

Digo e a mesma para o que estava fazendo me olha lentamente, ela caminha até a cama e se aproxima do meu rosto.

- Eu te amo mais. - Ela beija meus lábios.

- Desculpe lhe informar mas eu te amo mais. - Digo e ela se senta na beirada da cama.

- E que provas vocês tem sobre isso?
- Questiona mas tenho uma carta na manga.

- Eu cai de uma sacada tentando lhe provar que te amo, acho que ganhei.

Eu sou competitivo e me apaixonei por uma adversária a minha altura.

- Você ganhou. - Diz derrotada.

- Tão fácil assim? - Questiono e ela sorri.

- Contra fatos não há argumentos. -  Responde me fazendo rir.

- Descanse, irei fazer o mesmo. - Ela pede dando um beijo na minha testa.

- Eu quero um beijo não isso. - Peço e ela ri.

Kiara Carrera

Me aproximo e selo nossos lábios ele leva sua mão até minha nuca aprofundando o beijo, nossas línguas guerrilham por espaço enquanto meu peito se aquece. Sessamos o beijo por falta de ar e ele me da um leve selinho.

- Boa noite. - Ele diz acariciando minha bochecha com o polegar.

- Boa noite. - Digo ao beijar sua mão.

Me deito sobre o sofá e até que é confortável, já dormi no chão de uma festa, acordei com uma dor nas costas que achei que perderia elas no caminho de volta para casa. Esse sofá é uma cama box perto do que já dormi.

As luzes do quarto não ficam totalmente apagadas pois os enfermeiros podem vir dar remédios ou só observar o paciente. O fato de que tudo é branco me deixa um pouco desconfortável, parece a sala do meu psicólogo que não vejo já tem três anos, quando decidi que conversar com minhas amigas era melhor e de graça.

Me sinto culpada por isso, eu tenho esse problema de tirar minhas próprias conclusões mas em minha defesa é medo, medo de me magoar, medo que a antiga Kiara que se lamentava voltar. Prefiro que ela fique no fundo do lago que a afoguei anos atrás, eu deveria ter conversado com Jj antes de tudo mas ver a cena do cara que você ama sem camisa com uma vagabunda qualquer em um quarto sozinhos enquanto rola uma festa lá em baixo é de levar qualquer um a pensar coisas.

Jj recebeu remédios para a dor que o levaram a capotar, seu rosto é sereno e tranquilo, os fios loiros caidos pois está com sua cabeça inclinada para o lado onde estou. Deito de lado observando ele dormir e sorrio, eu tive mais medo de perde-lo do que outra coisa na vida, não estou falando da queda mas sim dele me deixar.

Não me relacionava com ninguém com medo disso, a dependência, o consumo da companhia, a falta dela.

Muitas pessoas já entraram e saíram, umas nem deixaram rastros mas outras fizeram uma devastação, é por isso que me fechei a relacionamentos e a amigos. Meus amigos eu os conheço desde pequena quando ralava o joelho andando de bicicleta pelo bairro.

Quando fiz quinze anos Grace forçou Jj a dançar comigo, não foi aquela festa de debutante clássica pois acho brega demais, foi uma festa comum. Não queria dançar por medo de passar vergonha mas Jj pegou minha mão e disse que as nossas indiferenças ficavam do lado de fora daquele salão por aquela noite e me tirou para dançar.

No outro dia tudo voltou ao normal, as implicâncias e os apelidos mas depois de ler o que escreveu naquele papel me fez ver algo que não via, que a Kiara de anos atrás não veria.

Jj gostava de mim desde daquela época mas era orgulhoso demais para revelar isso e talvez eu também, agora as peças do quebra-cabeças se encaixam, tudo faz sentido. Como diz aquele ditado: Quem muito se odeia, muito se ama.

Para nós faz total sentido essa frase, chega a ser engraçado, deveriamos fazer um filme para a Netflix sobre isso, faria mais sucesso que Para todos os garotos que já amei e A Barraca do beijo, mais clichê não existe. Me pego pensando o que me espera nesse caminho, não pretendo ficar longe dele pois isso seria impossível mas o medo de algo sério me assusta, as mãos ficam geladas e suadas de imaginar.

Não sei o motivo de tanto medo de relacionamentos mas isso me deixa completamente assustada em tantos níveis ditados. Enquanto outras pessoas veem um relacionamento uma meta de vida eu vejo como um monstro de Sete cabeças. Nunca me atentei a datas especiais como primeiro encontro ou algo assim mas nunca esqueci quando fomos expulsos do cinema por Jj bater em um cara que reclamou da minha risada.

Dos nossos momentos no parque de diversões e do nosso primeiro beijo, onde tudo começou, onde nos levou a onde estamos agora. É tudo tão louco e empolgante ao mesmo tempo, devo parecer uma idiota pensando nisso mas tudo parece se encaixar e ao mesmo tempo me preocupar, é complicado.

Não esqueçam da "⭐" pois ajuda demais e comentem, os comentários me motivam a continuar.❤

Problem - JiaraWhere stories live. Discover now