primeiro dia

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Natsu se sentia nas nuvens, na verdade “nas nuvens” era só como ele conseguia simplificar o que ele sentia. Lucy não era a primeira namorada que ele tinha, mas era a primeira que o fez se sentir completamente empolgado com a ideia de passarem cada momento do dia juntos, algo que era muito difícil, já que não moravam na mesma casa e ele não podia simplesmente pular a janela e invadir o quarto dela (algo que naquele momento ele lutava para não fazer).

Lucy se sentia quente, sentia que se alguém aparecesse e lhe desse um soco era iria apenas sorrir abobalhada como se nada tivesse acontecido, mas acima de tudo se sentia perdida, afinal nunca teve um namorado antes (n\a: um pecado, mas faz sentido porque pra ter essa rainha tem que merecer). O que ela devia fazer? Eles deviam sair? Ele teria que pedir para ele beijá-la ou ela devia só partir pra cima e torcer que desse tudo certo no caminho? Ela queria perguntar do rosado, mas se sentia envergonhada. Foi quando seu celular vibrou.

Lucy?

vc ainda tá acordada?

Sim.

O que foi?

eu sei que vc n quer se meter em problemas com o seu pai, mas...

?

eu posso ir aí...?

prometo que ngm vai me ver pf.

Lucy hesitou, por um lado sentia medo de seu pai descobrir aquele namoro e obrigar eles a terminarem sem nem antes terem começado, mas naquele momento ela queria muito ver Natsu e perguntar tudo o que estava vindo na sua cabeça.

- Bom, não vi ninguém falar nada sobre a última vez que ele invadiu, acho que ele consegue ser discreto – ela disse alto como se tentasse convencer alguém.

Pode.

:D

Mas não pense que vai poder fazer isso sempre.

:D

Você me entendeu né?

Natsu

>:D

- Acho que acabei de criar um problema – suspirou.

Alguns minutos depois ela ouviu batidas na janela, mas dessa vez não se assustou, pois sabia exatamente quem era e mesmo isso não impediu que seu coração resolvesse tocar bateria no seu peito. Quando abriu a porta de sua varanda viu um Natsu estonteante, seu cabelo ainda estava molhado e caído no seu rosto, ele vestia uma regata preta que destacava seus músculos definidos e uma calça moletom e como se isso não fosse o suficiente para tirar o ar da loira ele exibia seu sorriso despreocupado como se estivesse pronto para faze-la se apaixonar por ele de novo.

Natsu segurou o anseio de segurar a loira em seus braços ali mesmo. Parecia que ela estava envolta em uma aura dourada, se antes ele duvidava que ela era um anjo agora ele tinha certeza, Lucy era o seu anjo. Esse pensamento fez suas bochechas esquentarem, torcia para que a loira não tivesse percebido nada, mas para sua sorte ela também estava perdida em seus próprios pensamentos. Ele entrou sem esperar pelas palavras de Lucy e isso a tirou do transe.

- Então... – Natsu queria dizer algo, mas sabia como expressar “eu queria muito te ver, só passar algumas horas longe pareceu como uma imensa tortura” sem soar carente e estranho.

- Natsu... – Lucy começou para alívio do garoto – tem uma coisa que eu queria conversar com você...

Ela abaixou o rosto envergonhada. O que Natsu interpretou como “eu pensei melhor e talvez a gente devia continuar só como amigos” e aquilo enviou uma onda de pânico pelo corpo do garoto.

- Nossa, Lucy – ele saiu de perto dela e andou para mais dentro do quarto – parece que faz anos que não venho aqui – tentava desesperadamente trocar de assunto.

- É – concordou a garota sem dar muita atenção.

- Parece que o seu quarto ficou até maior – sentia sua voz estranha e suas mãos suando enquanto seu cérebro trabalhava a mil para manter uma conversa “normal”.

- Não, está do mesmo tamanho – Lucy soou confusa com os comentários do rosado. Por que ele parecia tão interessado no seu quarto?

- Você acha que poderiam trazer algum lanche pra cá, eu to morrendo de fome, é claro que vou me esconder.

Os olhos de Lucy se encheram de lágrimas. Ela sentia que Natsu estava agindo estranho e só conseguiu pensar que talvez ele não quisesse falar com ela sobre o relacionamento, ou tivesse mudado de ideia e por isso não conseguia nem olhá-la no rosto.

- E-eu vou ver se podem fazer alguma coisa – sua voz quebrou e isso não passou despercebido pelo rosado que finalmente voltou-se para a loira a tempo de registrar uma lágrima escorrendo pelo seu rosto antes que ela limpasse.

- E-ei – ele disse com cuidado se aproximando dela – o que foi? – colocou as mãos delicadamente no rosto de Lucy., ele sempre se surpreendia em o quanto podia ser delicado e cuidadoso quando se referia a garota.

Ela levantou o rosto para o garoto e lá estava o Natsu que ela conhecia exibindo a mesma expressão preocupada de sempre, seu coração se aqueceu, mas não o suficiente para eliminar as dúvidas que agora preenchiam seus pensamentos.

- É só que você estava agindo estranho... – sua voz falhou, mas logo continuou – eu pensei que talvez você tivesse mudado de ideia.

Natsu arregalou os olhos em realização. A garota a sua frente simplesmente estava tendo os mesmos conflitos que ele. Ele sorriu e a única coisa que conseguiu fazer naquele momento foi selar os seus lábios no da garota que confusa só foi capaz de corresponder. Quando se separaram ele exibiu um sorriso enorme.

- Desculpa, é que eu fiquei nervoso pensando que queria terminar comigo e queria mudar de assunto.

- Não, não é só que – a garota se corrigiu – eu estava com várias dúvidas.

- Quais? – Natsu disse aproximando inconscientemente seu rosto ao dela o que fez Lucy ficar nervosa.

- Hmm... é que... – ela tentava formular uma frase, mas o rosado cada vez mais perto não a permitia se concentrar.

Ele riu e apenas beijou a testa da garota.

- Ah – a garota protestou o que fez ele rir de novo.

- Você ia me perguntar uma coisa, lembra?

- Ah... sim. É que eu queria saber como funciona um namoro, tipo quando eu quiser te bei... – ela se interrompeu no meio da pergunta, pois notou o que estava dizendo e ficou envergonhada, mas Natsu entendeu o que ela pretendia falar.

- Basicamente, sempre que você quiser me beijar vou estar de braços ou melhor de lábios abertos – ele disse sugestivo o que fez a garota corar ainda mais – só não sei se você vai querer o mesmo – arqueou a sobrancelha esperando uma resposta.

- Sempre que você quiser também – disse ela baixo, mas o suficiente para ele escutar.

- Hmm... resposta interessante, perigosa, mas interessante.

A garota arregalou os olhos para ele como se quisesse dizer “mas você disse a mesma coisa antes”, mas antes de poder formular algo os lábios foram tomados pelo garoto.

Continua...

My dumb troublemaker, my weird nerdWhere stories live. Discover now