Pensamentos a mil

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O rosto de Natsu a poucos centímetros não saia da mente de Lucy. Seus pensamentos vagavam e quando ela se dava conta corava envergonhada, ela tinha medo de ver o garoto e fazer ou dizer algo errado e fazê-lo se afastar dela e por causa disso começou a evitá-lo. E, claramente, Natsu notou. Ele pensava que havia feito algo de errado e tentou falar com Lucy de algum jeito, mas a loira não estava facilitando a comunicação, no momento que ela via Natsu a garota fugia dele, basicamente, dizendo que tinha algo para fazer, ou ir em algum lugar. E, foi assim que ele resolveu tomar medidas drásticas, ele iria falar com Lucy não importa como.

XXX

Lucy estava deitada na sua cama depois de mais um dia exaustivo, evitar um Natsu disposto a ser ouvido era uma tarefa realmente muito difícil. Ela piscava pesadamente tentando se manter acordada, pois ainda tinha tarefas para fazer, mas a sua cama macia depois de um banho refrescante não estava ajudando no seu objetivo. Quando Lucy estava mais dormindo que acordada, ela começou a ouvir um som que de princípio pensou que era só seu cérebro semiconsciente, mas o ruído repetitivo não parecia vir do fundo de sua mente e sentando-se na cama ela apurou os ouvidos para descobrir de onde vinha aquele som.

O som vinha da porta de vidro que dava para sua varanda. Ela andou até lá confusa e com medo e hesitantemente abriu as cortinas e se deparou com um Natsu sorridente acenando para ela. Lucy esfregou os olhos pensando estar vendo coisas, mas o garoto ainda estava lá. Alarmada ela abriu a porta e colocou o garoto para dentro com medo de que alguém o visse e ela se metesse em problemas.

- NATSU – a loira gritou, mas logo percebeu que foi uma péssima ideia e diminuiu o tom da voz – o que você tá fazendo aqui? Alguém te viu subindo a árvore?

- Primeiro: eu vim falar com você porque você tá me ignorando esses dias e acho que eu devia saber o porquê e segundo: se a gente deu sorte, não ninguém me viu pulando a sua janela, mas por vias das dúvidas – o garoto andou até a porta do quarto de Lucy e a trancou.

O coração de Lucy batia tão forte em seu peito que ela sequer processou o que o rosado disse, sua cabeça estava a mil, imaginava tudo o que o podia acontecer se alguém o encontrasse casualmente em seu quarto ou pior se seu pai o encontrasse ali.

Natsu percebeu o quanto a garota estava atordoada e até um pouco assustada e seu coração doeu se arrependendo de ter invadido assim o quarto da garota, sua cabeça estava tão cheia querendo saber o que tinha feito  Lucy não querer mais falar com ele e se ela começou a de repente odiá-lo que ele nem pensou na situação e tomou a decisão mais impulsiva possível.

- Desculpa – disse o garoto inesperadamente o que a tirou de seu mar de pensamentos. Lucy olhou para ele confusa e ele continuou – não devia ter invadido assim, eu nem pensei direito e sei que você tem medo do que seu pai pode achar – ele olhava para baixo envergonhado – se você quiser eu posso ir embora antes que você se meta em encrenca, mas primeiro promete que amanhã você vai falar comigo sem me evitar, por favor – ele disse quase implorando e Lucy, mesmo ainda hesitando, prometeu que falaria com ele no dia seguinte.

Quando Natsu saiu de seu quarto parece que ele havia levado todo o sono, que a loira estava sentindo minutos antes, junto com ele. Naquela noite ela não conseguiu dormir, estava nervosa, mas ao mesmo tempo sentia que estava exagerando toda aquela situação. Quando não aguentou mais esperar saiu muito mais cedo que de costume. Ela chegou a escola, que ainda estava vazia, e andou até a sua sala de aula e encontrou um Natsu sentado na sua mesa parecendo igualmente péssimo ele olhou para ela e sorriu sonolento, pelo menos, ela não tinha sido a única que não havia conseguido dormir.

- Bom dia, Lucy – ele tentou falar normalmente, mas a sua tremia de nervosismo.

- Bom dia – ela disse com o coração sapateando no peito – então... – ela começou, mas ele a interrompeu.

- Acho melhor a gente conversar em outro lugar – levantou-se e saiu da sala com Lucy o seguindo.

A cada passo que eles davam Lucy sentia o coração pulsar por todo seu corpo. Quando chegaram à sua sala secreta, Lucy respirou fundo e começou a falar e enquanto explicava a história para o rosado se sentia boba com tudo o que sentiu e pensou, sim ela tinha exagerado toda aquela situação e falando em voz alta a fez perceber isso. No momento que ela terminou de falar, Natsu suspirou e se agachou aliviado.

- O que foi? – ela se abaixou pensando que ele estava se sentindo mal, mas ele apenas sorriu para ela, talvez aquele era o maior sorriso que ele tinha exibido até então. Lucy o olhou mais confusa ainda e ele apenas aumentou o sorriso a deixando preocupada que ele acabasse rasgando a própria boca.

- Eu pensava que eu tinha feito algo ruim e que você me odiava e não queria mais ser minha amiga – ele disse como uma criança que acabara de ganhar um brinquedo que tanto queria.

- Desculpa – ela olhou para baixo envergonhada – eu acabei te machucando por causa que eu estava exagerando demais uma situação.

- Tudo bem – ele disse a puxando para um abraço – eu só tô feliz que você não me odeia.

Com toda aquela situação resolvida os dois sentiram seu corpo relaxar e a única coisa que a sua mente focava era achar um lugar para dormir, o que felizmente, com os colchões velhos que tinham ali, não foi muito difícil. Natsu tentou dormir longe de Lucy, mas a sua presença ali parecia causar algo no rosado que o deixava mais tranquilo e talvez por isso inconscientemente ele buscava se aproximar dela.

Algumas horas depois, ele acordou abraçado a ela que também estava aconchegada em seus braços, aquela cena encheu Natsu de um sentimento tão profundo que a única coisa que ele conseguiu fazer para aliviar aquilo foi apertá-la mais um pouco, naquele momento ele se sentia como o homem mais forte do mundo algo que nenhuma das lutas que saiu vitorioso o fez sentir antes. Lucy acordou com o súbito movimento e corou com a proximidade, mas dessa vez quando olhou para o rosado ele tinha uma expressão tão terna no rosto que a deixou intrigada, mas ao mesmo tempo feliz, por isso estava sorrindo quando perguntou:

- O que foi? 

- Não sei explicar – ele disse tentando colocar palavras no que estava sentindo – algo nisso parece tão... certo.

Lucy franziu o cenho tentando entender do que ele estava falando e ele decidiu continuar.

- Tem um tempo que eu comecei a sentir umas coisas – o coração do rosado começou a bater mais rápido, o que não passou despercebido por Lucy graças a proximidade – eu pensava que era porque você é minha amiga, mas eu acho que... – ele se cortou sentindo a boca seca.

Mas ele não precisava continuar ela tinha entendido o que ele queria dizer, ela passou dois dias imaginando como seria ser mais que amiga de Natsu e ele estava ali abraçado a ela tentando colocar aqueles exatos pensamentos em palavras. Lucy queria dizer algo, dizer que sentia a mesma coisa, mas o seu nervosismo não deixava formular uma palavra sequer.

Natsu respirou fundo tentando desacelerar um pouco o seu coração.

- Lucy eu sei que a gente se conhece a tão pouco tempo e na verdade eu tenho medo de estragar nossa amizade, mas... – ele hesitou pensar na possibilidade de perder Lucy e nem poder ser mais amigo dela o apavorou profundamente.

Lucy conseguindo fugir de seu nervosismo, encostou seus lábios delicadamente nos do garoto, silenciando seus pensamentos.

- Eu sei que vai parecer bem clichê, mas eu li uma vez em um mangá de romance em que a menina confessa os sentimentos dela nos primeiros 10 minutos de conversa e ele responde “Eu te conheço a apenas 10 minutos, eu não sei onde isso vai dar, pode acabar dando em lugar algum, mas quando você olha depois 70 anos o que importa os primeiros 10 minutos”. Você quer sair comigo? – ela falou, mas logo percebeu o que tinha falado – não quer dizer...

- Eu quero – disse o rosado com o maior sorriso pela segunda vez naquele dia e com as mãos no rosto da garota selou seus lábios.

Continua...

My dumb troublemaker, my weird nerdWhere stories live. Discover now