CAP 1

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Kiara Carrera

Acordo com uma dor de cabeça dos infernos, o alarme de algum celular está tocando me fazendo querer o jogar na primeira parede que ver. Abro os olhos e a luz que vem da janela em minha frente me faz os fechar bruscamente.

- Saiam daqui, meus pais vão chegar em vinte minutos!

Diz uma voz masculina.

Levanto preguiçosamente e pego meu celular junto ao meu casaco de couro que está jogado no canto do sofá. Olho
o horário e bufo, oito da manhã de um domingo. Olho em volta e vejo corpos atirados no chão, parece que aconteceu uma chacina aqui mas são apenas adolecentes bêbados dormindo em qualquer lugar.

Me levanto desviando dos corpos que estão no chão, falando assim parece que estou em uma cena de crime. Passo em frente a um pequeno espelho e arrumo meus cachos. A cara não está muito boa mas é o que temos. Saio da casa com as pernas enroladas, olho em volta e não encontro ninguém, não peguei dinheiro achando que voltaria com meus amigos de carona mas me enganei, todos sumiram sem deixar rastros.

- Quer carona?

Uma voz cansada que infelizmente conheço atrás de mim me faz virar.

- Sem chances! Falo de imediato.

-Não enche Katherine minha mãe me mataria se soubesse que deixei você aqui.

Diz bagunçando seus cabelos com uma das mãos enquanto com a outra segura o celular, o casaco de couro e suas chaves do carro.

- Problema seu!

Falo arrumando minha roupa.

- E sua mãe te mataria. Completa me fazendo rir.

- Eu vou morrer de qualquer jeito mesmo, esqueceu do almoço de
domingo?

Pergunto pois nossas famílias almoçam todos os domingos juntas, nossos pais são amigos, eu já não posso dizer o mesmo entre mim e Jj.

-Não estou fazendo isso por você, estou tentando livrar meu pescoço com a coroa.

Se explica.

- Sua mãe me ama né?! Pergunto cínica.

-Até demais, se ela souber que não te dei carona eu vou ouvir por alguns dias. Vamos Kiara é só uma carona, eu só peço que não me mate enquanto eu estiver dirigindo, não posso bater esse carro.

Diz ao entrar no veículo, seu carro é seu bem mais precioso, poucas mulheres entram nele, Jj fica com algumas meninas mas nunca as levou para sua casa ou ao menos entrou em seu carro, é coisa do momento sem estender relações, mãos bobas para lá, mãos bobas para cá e só. Jj diz que
não aguenta uma mulher por mais de uma hora a não ser na cama, sim eu sei cafajeste de quinta.

Não posso julga-lo ou por o dedo em sua cara, fico com mais de quatro em uma noite ou até mais, depende o quanto de álcool estiver presente em meu organismo. Eu estou explodindo de dor de cabeça e ainda tenho que aturar sermão dos meus pais quando chegar, sem falar no almoço que é cafona!

Jj estacionou na farmácia e saiu sem dizer nada, pego meu celular e olhos
as mensagens, várias ligações perdidas da minha mãe, mensagens da Luna a maluca me mandou várias fotos que guardarei com carinho, ela estava bêbada e louca, isso significa boas fotos para rir de sua cara em nossa roda de amigos.

Sarah disse que estava com a maior
dor nas costas pois dormiu no banco de trás do carro de Jonh b. O mesmo é melhor amigo de Jj e Sarah é minha melhor amiga. Pela nossa breve conversa no gramado daquela casa pareciamos íntimos mas não se enganem a primeira oportunidade de o jogar da ponte eu o jogarei e ainda chorarei em cima do seu caixão consolando sua mãe. Fria? Talvez. Depois de alguns minutos Jj surgiu com uma pequena sacolinha e duas garrafas de água.

- Tome. Ordena e lhe olho.

- São remédios para a ressaca, se chegarmos nesse estado vamos ouvir até o Natal se duvidar. Quanto menos provas menos brigas.

Diz me entregando a cartela com os comprimidos e a garrafa em minhas mãos. Pego um comprimido e ponho em minha boca, bebo um gole razoável e engulo o remédio. Me jogo para trás colidindo minhas costas doloridas no banco de coro macio.

- Onde você dormiu? Pergunta ao ligar o carro.

- No sofá da sala, não me pergunte como fui parar lá.

Falo e Jj ri.

- E você? Pergunto por curiosidade.

- Ao seu lado, só que acordei mais cedo que você.

Diz simples.

- A propósito, você ronca. - Diz rindo.

- Eu não ronco, deve ter sido alguém que estava jogado no chão.

Me defendo, que cara sem noção, dizer que eu ronco.

A casa onde ocorreu a festa fica um pouco longe das nossas casas, acabei adormecendo no banco do carro e acordo com Jj me sacudindo bruscamente, que delicado.

- Chegamos. - Diz ao retirar as chaves da ignição.

- Sério? Nem percebi!

Falo irônica e Jj me olha.

- Você é muito engraçadinha Kat.

Diz abrindo a porta do carro e observação, detesto esse apelido.

Saio do veículo e olho para casa de jj que parece estar vazia, seus pais devem estar no fundo da minha casa. Olho para Jj que indica para seguirmos no corredor que dá acesso aos fundos, passamos pela janela
do meu quarto e tento jogar minha jaqueta pela janela mas minha altura não permite, ouço a risada de Jj atrás de mim e bufo.

- O showzinho está bom? Quer pipoca? - Pergunto debochada.

- Acho que a Anna lhe ensinou a pedir com carinho não foi?

Pergunta com uma sombrancelha levantada, ele não perdi uma oportunidade de aumentar seu égo.

- Anda logo garoto, eu tenho pressa! Falo rude e o mesmo sorri.

- Pedindo com carinho não posso
recusar.

Diz irônico ao pegar minha jaqueta a arremessando pela janela.

- Prontinho. - Diz ao me olhar. - Quarto legal, adorei a guitarra.

Se referi ao meu bebê ao lado da minha cama, tenho um apego tão grande a esse instrumento que mataria por minha guitarra preciosa.

- Tire os olhos, eu mataria alguém facilmente se encostasse nela, vamos meu celular está apitando e tanto minha mãe quanto a sua sabem que estávamos na mesma festa.

Lhe aviso e caminhamos até a mesa enorme que meu pai adora fazer as refeições de domingo.

"Finalmente! Estava conversando com Anna sobre vocês.

Diz Grace, mãe de Jj, um amor de pessoa mas trombe em seus calos para ver oque acontece.

- Nem precisam se explicar, a cara de vocês já diz tudo, vocês precisam comer.

Diz Grace ao ver nosso estado.

Eu não estou tão ruim assim, olho para Jj e vejo seus cabelos um pouco bagunçados, a camiseta preta básica está amassada e seus olhos fechados pela claridade do dia, não parece estar tão ruim, ao ponto de vista das pessoas naquela casa jogadas como corpos em uma cena de crime, eu e Jj estamos inteiros.

- Eu aconselho a ir lavar o rosto e pentear os cabelos.

Falo baixo.

- Desde quando se importa com minha aparência?

Pergunta ao parar de mexer em seus cabelos loiros e me olhar.

- Não me importo, só estou falando que você está horrível.

Falo com o sorriso mais falso que consigo fazer.

-♡-

Não esqueçam da "⭐" pois ajuda demais e comentem, os comentários me motivam a continuar.❤


Problem - JiaraWhere stories live. Discover now