Capítulo 8

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 — Uau — Heloísa exclamou, assim que acabou de ouvir o relato da amiga — Consegue ser pior do que imaginava.

— Sim, porque nossas imaginações não conseguem ir tão baixo — embora o comentário fosse direcionado à Helô, Isadora olhou para o amigo que refletia sobre tudo o que havia acabado de escutar. No entanto, não se surpreendeu, com sua descrença.

— Supondo que isso seja verdade e não viagem — André começou e ao receber olhares de censura das duas, defendeu-se — Ah qual é? Ainda não temos provas concretas e essa moça pode estar projetando no rapaz tudo o que passou...

— Por que vocês homens se protegem tanto? — Isadora irritou-se.

— Alto lá! — André protestou, encarando-o — Não é questão de proteção, no entanto somos jornalistas. Não é possível afirmar nada sem checar! Ok, você achou a fonte confiável, porém, ainda assim, isso não é prova de nada! O cartão é uma pista, mas só saberemos se é verdade, se tirar a limpo essa história.

— Não se preocupe André, é isso o que farei — Isadora disse decidida, mas freou seu ímpeto ao perceber que estava cansada — Mas, no momento, estou morrendo de fome, pensei em preparar algo congelado. Vocês aceitam?

— Eca! Congelado? — Heloísa balançou a cabeça, recusando — É por isso que mantém sua forma: come mal!

— Se tiver alguma massa, posso cozinhar para vocês — André se intrometeu, surpreendendo-as — Não me olhem como se não fosse desse planeta, moro sozinho, se não soubesse cozinhar, morreria de fome.

— A Isa também mora sozinha e isso não quer dizer nada — Heloísa zombou da amiga que lhe devolveu uma careta.

— E, então? — André insistiu.

— Já que insiste — Isadora deu de ombros — Venha que lhe mostrarei onde ficam as coisas — disse, se levantando e apontando o caminho da cozinha.

*****

Fael abriu a porta do apartamento assoviando e surpreendeu-se ao fechar a porta e dar de cara com os três amigos!

— Meu Deus, vai acontecer uma hecatombe, os três mosqueteiros reunidos! — brincou, pois fazia tempo que isso não acontecia.

— É e um deles acabou de chegar animado demais — Gustavo se endireitou no sofá, onde estava sentado.

— Se o Gus está dizendo, devo concordar — Thalles viu o amigo se aproximar e sentar-se no sofá em frente ao dele, acomodando-se ao lado de Leonardo que, meio perdido, prestava atenção na conversação, sem saber exatamente do que estavam falando.

— Pudera! Se estivessem no meu lugar, também estariam animados — Fael sorriu, retirando o celular do bolso e o colocando sobre a mesa de centro, toda em vidro, onde já estavam outros celulares, inclusive aquele que era usado apenas para contatos de trabalho.

— Então, pelo jeito foi bem-sucedido em sua empreitada no litoral de São Paulo —Thalles mostrou que já havia se inteirado a respeito dos trabalhos que os amigos haviam aceitado.

— Ah foi como sempre — Fael deu de ombros — Mas, na volta... — suspirou — Aconteceu-me algo muito bom.

— E como é o nome desse "algo muito bom"? — foi a vez de Thalles sorrir e Fael começou a contar o episódio no qual conhecera Isadora. Após todo o relato, Leonardo arriscou e se intrometeu na conversa.

— Então, vocês saem com outras mulheres além daquelas dos contratos?

Os três amigos se olharam e riram juntos.

Projeto Don Juan (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora