49. Mil motivos para chorar

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Nota¹: Estavam com saudade dos capítulos um pouco mais longos? Pois eu sim, e aqui está esse.
Esse capítulo é um patrocínio de duas leitoras que literalmente pagaram pra eu escrever kkkkkkkk muito obrigada, e meu pix segue disponível para casuais recebimentos.
Obrigada por continuarem lendo mesmo eu sendo uma autora instável, vocês são demais.
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Emily

04 de abril, segunda-feira. 

Você se sente invisível?

Como se estivesse em uma prateleira?

Como se alguém roubasse seu sonho

E agora você é outra pessoa?

Um minuto incrível

Então é arrancado

Talvez alguém se apaixonou por você

E não podia ficar


Todo mundo precisa de amor

E todo mundo quer ser amado

Todo mundo precisa de contato

E todo mundo quer ser o suficiente

Minha querida Susan, tive uma manhã cheia. Cheia de sentimentos e de certa forma cheia de problemas também. E esses problemas tem nome e sobrenome: Samuel Bowles. 

Acho que nunca cheguei a te contar como esse cara me incomoda e o mal que já me fez, mas não se aborreça com isso, sei que certamente sentirá vontade de socá-lo, porém o Frazar já fez isso (e muito bem feito).

Quem é Frazar? Bom, acho que já falei dele em outra carta. É um bom amigo que fiz nesse semestre, mas não precisa sentir ciúmes, ele é gay (temos isso em comum).

E sobre a letra de música que coloquei no começo desta carta, é a que eu cantei hoje de manhã com a banda do Frazar. Sim, depois de meses eu voltei a cantar. Foi só uma vez, mas senti tantas coisas, Sue… principalmente porque lembrei de você, de quando você cantou apenas para mim a minha poesia na sala de casa.

Sinto saudades de te ouvir tocar piano, com certeza essa música soaria muito melhor com a melodia vindo das suas mãos. Essas mãos  talentosas que tenho tanta falta de senti-las em mim…

Será que algum dia você irá me tocar novamente? Nem te peço muito, apenas um  abraço ou um mero aperto de mão já seria suficiente para acalentar  meu coração sofrido.

[...]

+++

Convenientemente, o bar estava vazio naquele final de tarde. Os clientes costumam chegar aos montes depois das seis, então apenas eu havia testemunhado a entrada dramática e sofrida do Frazar no estabelecimento.

Ele era mais alto que eu, mas segurei nos seus ombros o conduzindo para a mesa mais próxima onde o fiz sentar na cadeira ao meu lado, ainda choroso e desconsolado.

Nunca havia o visto assim, as dores no meu corpo pelo meu primeiro treinamento ficaram em segundo plano, a minha preocupação com o meu amigo foi maior. 

— Ei, Frazar, o que houve? — eu perguntei tocando no seu braço, o assistindo chorar com as mãos no rosto, apoiando os cotovelos na mesa. — Foi o Sam de novo? Ele voltou pra te encher o saco, ou foi pelo que aconteceu antes?

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