53. I am afraid to own a Body

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Nota¹: primeiramente, eu não podia começar esse capítulo sem agradecer o engajamento no último postado. Eu fiquei muito feliz com as reações de vocês. Sei que estávamos todos ansiosos pelo retorno da Sue, e eu um pouco insegura de não ser do melhor jeito possível, mas a empolgação de vocês se tornou a minha felicidade. Muito obrigada, essa fanfic é o que é graças a vocês, meus leitores persistente.
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Sue

Eu tenho medo de possuir um corpo -

Eu tenho medo de possuir uma alma -

Profunda - precária Propriedade

Possessão, não opcional -

Dupla Herdade, incluída

Em insuspeita Herdeira -

Duque, em momento Imortal

Tendo Deus, por fronteira -

A vida é feita de escolhas. Frase clichê e genérica, mas que, avaliando bem, faz muito sentido. Eu fiz muitas escolhas ao longo da vida, a maioria fui induzida pelo meu pai a fazer, mas de uns tempos para cá aprendi a ter um pouco mais de autonomia com minhas vontades e eu mesma guiar meus passos sem precisar de ninguém ditando o que devo ou não fazer.

Porém, o problema de eu fazer minhas próprias escolhas e elas escreverem a história da minha vida é que, bem, sou eu fazendo essas escolhas. E para se fazer escolhas certas é necessário pensar com cautela, mas esse não é meu ponto forte.

Costumo agir antes de pensar quando estou altamente influenciada pelo meu emocional. O raciocínio rápido para uma ação certeira se perdeu ao longo dos meses quando meu foco deixou de ser inteiramente a Máfia e meu trabalho nela. Quando passei a pensar mais em mim e nos meus sentimentos, percebi que nunca havia precisado ser assim antes, nunca havia provado de um amor tão real e impactante que me desestruturou por não saber como lidar.

Ora, era eu Susan Gilbert, a filha do meio do homem mais poderoso do mundo do crime, criada e treinada para seguir seus passos, ser impiedosa, decisiva e eficiente. Nunca me contaram que em determinado momento da vida, para a maioria das pessoas, aparece alguém assim, do nada, no seu caminho e seus olhos e pensamentos gravam cada pedaço dela e se torna difícil dedicar total atenção a outras coisas porque é involuntário, você não controla o que pensa.

E esse alguém para mim foi Emily Dickinson. De pessoa que eu deveria ameaçar e me afastar, eu fiz exatamente o contrário e me apaixonei por ela. Tá aí uma escolha excelente para minha vida. E daí que eu corria perigo, e daí que a situação ficou complicada? Eu a amava e esse era o melhor sentimento que eu experienciei desde então.

Contudo, vieram depois as escolhas ruins - na verdade péssimas. E eu escolhi abandonar a pessoa que eu amo para ir atrás do incerto, buscando uma vingança, cega pela raiva e impulsionada pelo meu agir precipitado.

Mary, a primeira pessoa que eu amei mesmo sem saber que o amor fraternal também era um tipo de amor, não podia ter morrido e ser esquecida como um mosquito qualquer. Se eu tivesse que dar adeus, que fosse de um modo apropriado.

Saí a procura do corpo da minha irmã, e eu o encontrei. Mas não morto como imaginava, ele estava bem cheio de vida. Eu não estava esperando por isso, em nenhum momento se passou pela minha cabeça que houvesse essa possibilidade. E quando a vi, não foi alívio a primeira coisa que senti, não abri um sorriso e saí correndo para abraçá-la, apenas olhei para ela e disse "o quê?!"

Crime & Recompensa - EmisueOnde as histórias ganham vida. Descobre agora