Capítulo 24.

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NOAH URREA.

Então ela nasceu. Três quilos e novecentas gramas, quarentena e oito centímetros, mãozinhas, pézinhos e bochechas rosadas, - quando se é pai o diminutivo passa a ser usado com mais frequência -, o cabelinho castanho, na verdade é um quase loiro, duas pernas, dois braços e nada entre elas, creio que fizemos um pequeno anjo guloso, sim Luna quando chora é porque está com fome, se ela está com fome Sina precisa alimenta-la e quando ela começa, só para quando dorme. Me arrepio com a lembrança de tê-la em meus braços pela primeira vez, com a felicidade estampada nos olhos da minha noiva, mesmo cansada do esforço pós-parto, estávamos extasiados com a nossa filha em nossos braços. Apaixonados eu diria. Nossa pequena Luna Angel chegou no mundo aos berros, gritando em plenos pulmões que ela nascera saudável e incrivelmente linda. Minha filha... minha e de Sina.

Este é o meu pequeno conto de fadas maluco, porém perfeito á sua maneira.

Quando Luna anunciou que era hora de nascer, Sina estava comendo uma barra de chocolate, assistindo desenho e me ignorando. Tínhamos discutido sobre deixarmos os nossos cachorros com os pais dela enquanto ela estivesse de resguardo, pois, eu andava surtando com medo dela explodir a qualquer momento e acabar ficando com alguma sequela futuramente... Mas discutir com a Sina é entrar numa guerra sabendo que você já perdeu.

- Você tem que parar de me encarar como se eu fosse uma bomba Noah, ou eu juro que vou matar você. - Seu olhar assassino e ameaçador não eram uma coisa fácil de se lidar.

Mas eu sou homem suficiente para encarar isso... Eu acho.

- Sina, eu não estou olhando para você dessa maneira - sim, eu estava e eu disse aquilo com a maior cautela possível - eu estou apreensivo a qualquer momento ela pode decidir que vai nascer e nós vamos estar despreparados.

Recebi minha resposta com um dedo do meio e uma almofadada no meio da minha cara, nada sutil ela.

- Nós não estamos despreparados, não para recebe-la. Estou despreparada para ser mãe, não sei como vão ser as coisas daqui para frente é tudo novo para mim, para nós... mas eu tenho que aprender isso desde agora, então não tire o resto de paciência que eu ainda tenho.

- Sina...

- Noah, cale a boca, estou comendo meu chocolate e você está me atrapalhando de ver meu filme.

- Mas Sina, como a gente vai dar conta de cuidar dos dois e ainda da bebê? Como eu vou fazer isso tudo sozinho? Tenho que cuidar de vocês duas, dos cachorros e ainda tenho que cuidar de mim. - Outra almofada foi lançada e dessa vez eu consegui desviar.

- Isso só mostra que quem não está preparado aqui é você. Se você largar nossa filha com seus pais ou os meus sempre que a coisa apertar significa que...

- Sina, não fala merda, uma coisa não tem nada haver com a outra. - retruco.

- Thunder é meu filho também caralho. - Ela berra. - Ele não sai daqui, nem ele nem a Storm.

Desde que me mudei para o apartamento de Sina, Storm veio comigo claro, apesar dos protestos de Bailey, ela se apegou fácil na minha cadelinha, assim como o Thunder, eles são inseparáveis, mas desta vez, não é como se fossemos ter tempo para cuidar dos dois, fazer ela entender isso... é que é o difícil.

- Sina, por favor... não é como se fossemos deixa-los lá para sempre. - Tento mais uma vez, mas sei que a tentativa é vã.

- Não. - Ela morde mais um pedaço do chocolate e de onde estou percebo o canto de sua boca suja - eu não vou mandar você ficar quieto de novo, quero assistir.

Suspiro derrotado e percebo que Thunder e Storm estão sérios, me encarando do outro lado da sala.

- Mais essa agora... - resmungo baixinho.

Romance | NoartWhere stories live. Discover now