Capítulo 16.

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P.O.V Noah Urrea.

Me arrependo um segundo depois. As palavras simplesmente saíram sem que eu ao menos notasse, foi como tirar um peso das costas, tudo estava escrito na minha cara esse tempo todo... Eu estou ferrado... O aperto que sinto ao ver a rejeição em suas feições é doloroso, os olhos arregalados de Sina, a respiração falha dela, o jeito como ela ficou tensa, foram motivos mais que suficientes para me fazer querer sair correndo de lá.
  
Falar de sentimentos nunca foram algo fácil para mim, tive de lidar cedo com os meus erros, feri muita gente e também fui muito ferido, pois o mundo não gira, ele capota.
  
Eu aprendi, e aprendo todos os dias com os erros do meu passado que não se deve fazer joguinhos e com a vida aprendi que tempo não investido não é nada. Estive com tantas mulheres vazias, fúteis, muitas delas não sabiam nem porque estavam ali comigo, com um tempo isso foi me cansando e já não fazia mais tanto sentindo assim querer apenas sexo.
  
Um acidente de carro quase me custou a vida, depois dele aprendi a ver o mundo com outros olhos, aprendi a dar mais valor as pessoas, ao meu tempo e a tudo... Nesse meio tempo fui conhecendo pessoas e foi então que me apresentaram minha última namorada, Amber, linda fisicamente e aparentemente também, seus olhos incrivelmente azuis me chamaram atenção, aquele sorriso que eu julgava ser o mais lindo, todas as vezes que ela esboça, é de tirar o fôlego.

Namorei com Amber por anos, ela parecia ser a garota perfeita, para outro cara e, eu só percebi isso tarde demais.
  
Parecíamos gostar das mesmas coisas, tudo, de programas de TV à comida, as mínimas coisas... Era coincidência demais para duas pessoas, na maioria dos assuntos ela viajava sobre o que eu estava falando, nem mesmo parecia entender, muitas vezes não fazia a mínima ideia do que se passava ali, fazia cara de nojo para certas comidas...

Eu odeio mentira, por menor que ela seja.

Com o tempo eu fui me cansando dela, nosso relacionamento que já era frio virou a própria Antártida, quando terminamos não tivemos nem mesmo lágrimas derramadas, ou apelação para que não houvesse um fim, cada um seguiu seu caminho e assim fomos, fiquei meses sem vê-la, sem ter nenhum tipo de contato com ela. Até que Amber apareceu no bar, conversamos, bebi com ela e decidimos transar, foi assim por diversas vezes. Nesse meio tempo Amber não fora a única que eu levei para o banheiro do bar e transei, foram várias que eu nem sequer lembro o rosto, nome, ou quaisquer coisa do tipo, não me orgulho, mas também não me arrependo.

Isso era vida para mim, até essa baixinha aparecer e resolver confundir os meus pensamentos e provocar em mim as melhores sensações, deixando meu jeans apertados a cada vez que eu a via, fazendo com que eu abrisse um mega sorriso só de pensar nela. Me encantei tanto com por Sina que ela nem faz idéia, desde seu cabelo, a seu sorriso, corpo, olhos, boca, nariz, pernas, bunda... Tudo.
 
Quando transamos pela primeira vez, senti que ela era a resposta para todas as minhas dúvidas, senti que com ela, tudo seria... Mágico. Talvez eu quisesse também, apenas uma noite, mas tudo mudou, quando ela entrou em cena. Claro que eu não contava que iria me apaixonar assim em dois meses, que seria ela a me laçar desse jeito, foi um home run de primeira!

— Você está tão calado. — Ouço Sina sussurrar.

Olho para ela, desejando mais que tudo, que essa não seja a nossa última vez.

— Desculpa. — Murmuro, ainda sem desviar os seus olhos dos meus.

— Por que está se desculpando?

Por ter fodido tudo entre nós?

— Por... Sei lá... Ter acabado com o nosso lance.

— Noah...

— Por favor Sina, não diz nada que venha ser para me machucar, de você, eu não aguento. — Me afasto e me sento em sua cama, tentando apaziguar a situação dentro do meu peito.

Romance | NoartWhere stories live. Discover now