Capítulo 5.

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P.O.V Sina Deinert.

— Casado?

— Sim, como pode Jô? — Minha amiga fazia um cafuné em meu cabelo, enquanto eu resmungava sobre mais uma noite em vão.

— Você sabe amiga, o que tem de homem babaca por aí, não é brincadeira. — Ela diz e eu assinto.

— Sem contar que teve fotos, e se isso vazar? "Sexóloga Sina Deinert, foi pega no flagra aos beijos com homem casado, depois foge." AAAAAAAAH! — Não tem como isso piorar, eu acho.

— Calma Si, não pensa no pior.

— Como não pensar? Em que ponto eu cheguei Joalin? Não vou mais nem chegar perto daquele notebook, tampouco menos daquele site maldito.

— Olha, não desiste, você ainda vai encontrar um cara legal. — Olho para ela, e ela ergue uma sobrancelha me encorajando. — Sei que você não está atrás de relacionamento, mas, pelo menos até conseguir o que você quer. Você anda estressada demais Sina, precisa relaxar.

— EU SEI! — Berro. — Mas eu não vou me envolver com fumantes, tampouco com homem casado, lembra do outro que te falei? Ficou todo mole, porque viu os pênis de enfeite no meu quarto.

— O cara da cueca daquele filme lá? — Balanço a cabeça confirmando e nós duas rimos. — Tente entender o lado dele, amiga. — Ela se ergue pegando sua taça de vinho, enquanto eu tentava organizar a minha cabeça. — Toma, bebe mais um pouco.

— Não posso beber, amanhã ainda tenho seção de autógrafos.

— Outra?

— É o preço que se paga por ser famosa, você deveria se orgulhar por ser minha melhor amiga. — Digo me sentando e fazendo borboletinha.

— Sou a única amiga que você tem.  — Ela diz e eu posso sentir o ciúme nas suas palavras. — Não sou, Sina?

— Claro que sim. Você sabe que eu amo você. — Falo sorrindo toda sapeca. Ela ri e eu abraço ela tirando o máximo de carinho que posso, Joalin não é só uma amiga, é mais que isso, é como uma irmã. Eu a amo demais, ela é quem me ergue todos as vezes que vacilo.

Ela é minha lanterna.

— Você ainda vai me agradecer por eu ter te apresentado a esse site, você vai ver.

— Que Deus te ouça.

•••

Passei o dia inteiro relaxando, tentando me livrar do estresse e criando um total de zero expectativas para essa noite, outra quinta-feira, outra vez maquiada, de saltos, vestido decotado e cortado dos lados, cabelo caindo maravilhosamente nas minhas costas.

Linda de bonita.

A primeira coisa que fiz ao conversar com Dean, o encontro da noite, foi perguntar se ele é casado, segundo ele, não. Só irei saber a verdade pessoalmente, já vou chegar olhando para sua mão esquerda, não posso, não devo e não quero me envolver com alguém casado. Esse tem 27 anos, cabelos castanhos, branco igual uma vela, olhos verdes, magrinho, mas tudo ok, ele fora bastante divertido nas nossas conversas, parece não ligar muito para opinião das pessoas, disse que curte músicas dos anos setenta, que amava o estilo da era da discoteca, e que se pudesse teria nascido naquela época, bem, ele é bastante engraçado.

Eu só não esperava que ele estivesse falando sério, me chocou, quando o vi entrar no bar totalmente fora daquele ambiente, roupas excessivamente coloridas — tudo bem, essa é a minha última tentativa de encontro, na hora da transa, será sem roupas mesmo —, cabelos enormes, sapatos horríveis, óculos redondos de lentes roxas.

Deus me abençoe.

— Oi, broto. — Porra, broto? Essa é do tempo da minha avó.

— Oi... Dean. — Ele me cumprimentou com um high five e tirou seus óculos sentando.

— Demorei muito? Eu estava lá fora vendo o quanto essa é bonita. — Que? — Sentindo o vento no rosto, as estrelas, notou como todas essas coisas são perfeitas.

— Humm, não... Eu não... reparei.

— Pois deveria reparar. São essas pequenas coisas que me instigam a ver o mundo com outros olhos. As pessoas passam todos os dias despercebidas de coisas maravilhosas, sabia? Isso me deixa triste.

— Ah, sim.

— Ei cara, tudo bem? — Ele sorri todo relaxado enquanto suspiro, encarando o grande "barzinho" repleto de bebidas. — Eu vou querer uma tequila.

— E a moça? — Pela primeira vez, noto que essa é a voz do mesmo cara da primeira quinta feira, em que estive aqui. E, minha nossa senhora, que homem lindo.

— Tequila também. — Digo sorrindo, e ele me devolve o sorriso.

— Você tem uma beleza excêntrica, seu cabelo é tão bonito quanto um disco da Donna Summer. — Meu Deus, eu deveria agradecer?

— Humm, obrigada? — Caraca, do que esse cara está falando?

— Disponha brotinho, a gente faz um par perfeito, como o dueto No More Tears, de Barbra Streisand e Donna Summer.

Eu não faço  a mínima ideia do que esse cara está falando.

— Você sabe que eu não estou a procura de relacionamento, não é?

— Claro que você não está a procura, pois já encontrou. — Ele disse de forma sugestiva balançando suas sobrancelhas.

— Não encontrei não. Você sabe muito bem o que eu quero, está mais do que exposto no meu perfil que eu quero apenas sexo.

— Eu sei disso, mas eu sou o melhor pretendente que você poderia arranjar. — Então, ele tateia o bolso e tira de lá um... Baseado? Porra do caralho.

— Você não pode fumar isso aqui dentro. — Digo exasperada.

— Eu posso tudo meu amor. — Ele diz acendendo aquela merda.

— Se te pegarem com essa porra aqui dentro, vai ser pior para nós.

— Eu não ligo.

— Ok, certo.

Saio dali, bufando de ódio, xingando até a sétima geração de Joalin, que surgiu com essa bosta de ideia, de me inscrever nesse site. Maldito corpo insaciável, malditos homens babacas, maldita fama, aaaarg!

— Boa noite, dona Sina. — Diz Charles, o porteiro, quando eu entro e passo transpirando o ódio pelas ventas.

— Boa noite senhor Charles. — Digo respirando fundo, tentando conter meu ódio.

Depois de subir, vejo Thunder vir me receber na porta, ele tem sido a minha única felicidade ultimamente.

— Olha Thunder, os homens são uma perca de tempo, eu entendo porque eu quis parar de me envolver com eles, até mesmo fisicamente com alguém. É cansativo demais. É estressante. Cada pessoa babaca que você conhece, cada atitude nojenta, sinceramente, não rola. Não últimas semanas, eu fui dormir frustrada, cansada física e mentalmente.
Eu deveria ao menos ter bebido algo forte naquele bar. Mas nem isso. Apenas um shot de tequila. ATÉ PARECE QUE SÓ ISSO AMENIZA A MINHA RAIVA. — Tiro os saltos, jogando-os de qualquer jeito. — Eu vou me empanturrar de sorvete, quando essa boceta teimosa quiser ter outro orgasmo de novo, vai ter que ser a base de pênis de borracha mesmo. Pelo menos eles não fumam. Olha Thunder, o que essas pessoas veem nisso? Não melhora em nada na vida, pode te matar, estraga seus dentes, faz a pessoa parecer anos mais velha, sem contar que a pessoa está sempre fedendo a fumaça de cigarro, aaa e o pior? Te deixa broxa. Francamente viu. Nessa lista de homens que eu encontrei são todos esquisitos, vestem cuecas de filme alienígena, traidores de esposas, babacas!

Eu não estou com raiva, não Thunder, eu estou é com ódio.

Romance | NoartWhere stories live. Discover now