BEARS ON WALLPAPER

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Seis meses.

São vinte e sete semanas desde nossa foda apressada no balcão da minha cozinha.

Enquanto passo os dedos pelas formas de ursos desenhadas no papel de parede, penso em como o tempo passa malditamente rápido. A casa está quase pronta agora, o quarto de Darcy foi planejado em tons pastéis que variam entre o citrino e o cobogó e os móveis são brancos com detalhes vitorianos. Parece pertencer a uma verdadeira princesa da corte britânica e não consigo controlar as lágrimas que brotam em meus olhos quando finalmente o vejo terminado, os diversos ursinhos em cravo-branco deixa tudo ainda mais perfeito, se é que isso é possível. Encostado no batente da porta, Harry sorri com suas bochechas fundas nas covinhas. Ele parece orgulhoso de si mesmo, de nós.

— E então? — sua voz está carregada de dúvidas e, quando giro os calcanhares meio inchados para encará-lo, percebo que ele está tão perto de chorar quanto eu. — O que achou?

— Está perfeito.

Em minha barriga saliente, Darcy parece concordar com uma sequência suave de chutes. Não é bem assim, no entanto. Ela apenas reage à voz de Harry como se tivesse sido tomada por uma onda intensa de amor. Eles são muito próximos, tão próximos quanto possíveis ainda que haja eu e meu útero os separando. Harry é um ótimo pai, também. Ele canta para Darcy, lê histórias infantis e conta coisas felizes de sua infância com tanto carinho que é impossível que ela não o ame quase tanto quanto eu faço. Estamos passando muito tempo juntos também, conhecendo cada detalhe mínimo um do outro, desvendando os segredos de nossas almas cinco dias por semana. Às vezes pergunto-me porque Zayn e eu apenas não nos mudados simplesmente uma vez que passo tanto tempo fora do meu apartamento e ele do dele que não faz sentido continuarmos fingindo que as coisas não estão completamente mudadas agora. Eles estão felizes da melhor forma possível, Liam e Zayn. E, ainda que meu melhor amigo continue tento que esconder quem é de fato – especialmente de sua própria família –, ter alguém que o ame parece ajudar. Esse alguém não sou eu, no entanto. Poderia ter sido, em outra vida. Eu poderia ter lhe dado todo o apoio necessário para fugir de si mesmo, construir uma nova identidade alheia a tudo o que os Cosmos disseram que ele deveria ser. Eu teria feito isso. Mas... os deuses aparentemente tinham outros planos para mim, para nós. Agora eu tenho Darcy. E Harry. E Liam tem Zayn. Estamos bem, no final. Ficaremos bem, eu sinto.

— Pensei que o rosa seria muito previsível — ele diz conforme se aproxima e me laceia por trás, seus braços ao redor do meu corpo e o queixo apoiado comodamente no meu ombro. Darcy salta dentro do meu útero, ansiosa por um carinho do papai. — Além disso, cores neutras são tão meus legais. E justas, não?

Concordo em silencio, minha cabeça movendo-se com suavidade enquanto giro o corpo. Passo meus braços ao redor de seu pescoço e não preciso ficar nas pontas dos pés para beijá-lo porque sei que Harry virá até mim, ele sempre vem. Beijá-lo ainda é como se fosse a primeira vez, ainda sinto meu corpo inteiro vibrar em necessidade quase cega e meus joelhos tremem. Pensei que ficaria melhor com o tempo, pensei que os sentimentos seriam tomados pela calmaria da familiaridade. Mas não. Aparentemente o fogo incendiário entre nós é infinito. Não que eu esteja prestes a reclamar, obviamente. Não demora muito para que eu sinta meu fôlego ser tomado pela excitação, o bastante para meu pau chutar na cueca, praticamente implorando por um pouco de atenção. Arrasto minha língua na dele o mais profundamente que consigo, mordendo seus lábios em seguida conforme tento empurrar minha ereção contra a dele, ansioso, necessitado. A barriga atrapalha um pouco, ela está grande o bastante para que eu tenha alguma dificuldade em ver a mim mesmo cintura abaixo, mas Harry não deixa que isso se torne uma grande coisa cheia de complexos, ele garante que a ama assim. Ele garante que irá me amar de qualquer forma e por toda a vida, todos os dias, ele garante isso. E eu acredito porque me sinto da mesma forma.

AEQUALIS // larry stylinson Where stories live. Discover now