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Micaela

Eu estava no ápice de um colapso de nervos, era apagorante cada segundo que passava eu pensar que tinha uma vida sendo gerada dentro de mim.

Minha alma esta doente, me sinto em coma, coma induzido de tanta tristeza que eu sentia comigo.

Decido por mim falar com a minha mãe, o susto havia passado finalmente, então precisava de uma luz da decisão mais correta que eu devo tomar daqui pra frente.

Estava soando a frio, eu sabia que ela perguntaria como me deixei levar assim tão nova.

(Em espanhol)

—Bom dia mãe.—Tento disfarçar minha voz embargada, mas falho miserávelmente.

Filha? O que houve? Parece murchinha.—Fala ela ja.

—Desculpa te ligar só para trazer problemas a você.

O que está acontecendo? Você sempre foi uma filha incrível, Mi, nunca me trouxe problemas.—Fala meio assustada.

—E...Eu to gravida.—Gagueijo.

Um silêncio se instala no outro lado da linha

—Eu não quero ter um filho agora, eu to apavorada mãe! Me ajuda!—Imploro quase em desespero.

Ouço seu suspiro fundo.

Calma, filha.—Faz uma pausa.—Vem pra cá, vamos resolver isso. Conversa com seu namorado, mas venha aqui.—Fala calma.

Eu sabia o que ela queria que eu fizesse, abortar era a opção mais viável até então. Não quero perder minha vida cuidando de uma criança indesejada, não quero vê-la sofrer.

—Ta bom, mãe.—Suspiro.—Amo você.

Também te amo.

Nos despedimos e eu desliguei o celular. Coloco ele em cima da mesa e suspiro profundamente.

Eu sei que um dos sonhos do Le é ter um filho, mas ele sabe que esse não é o meu e muito menos minha meta de vida. Eu tenho crises só de penaar em ter uma criança sendo formada dentro de mim.

É lindo o amor à um filho e tal, mas não é pra mim, não sei nem me cuidar imagina cuidar de outra pessoa que tem, praticamente um contrato vitalício com você.

Ódio ódio.

...

Havia chegado no lugar aonde o L7 estava gravando um clipe. Como ele pode ser tão lindo cara, meu deus.

Vejo meu amor de longe, faço sinal pra ele e o mesmo vem até mim e me abraça com força me tirando do chão, sorri toda besta. Beija minha boca e me larga no chão.

—Ta bem?—Assinto.

—Falei com a minha mãe sobre aquilo.—Falo na lata.

Me olha baixo e limpa a garganta.

—Vamos falar sobre isso em casa, lady.—Sorri e assinto.

Vejo um moço vir até nós.

—Então essa é a consagrada?—Pergunta ele e L7 ri me abraçando pelo pescoço.

—Micaela, esse é o Papato.—Sorri simpática.

—Posso roubar teu gatão, a gente tem que terminar lá. Depois ele é todo seu, boneca.—L7 fecha o sorriso.

—Vai lá amor, vou comprar algo pra comer.—Beija minha cabeça e vai com o tal do Papato.

Suspiro e saio dali. Pego meu celular e procuro uma padaria perto daqui, arrumo minha mochila nas costas e vou andando com meu skate em mãos.

Era um bairro chique até e eu estava parecendo uma drogada com as roupas que vestia, era engraçado.

MaktubOnde as histórias ganham vida. Descobre agora