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Micaela

Eu sabia só chorar naquele momento, de ódio não de trsiteza ou dor. Me senti boba ao ver o que ele fez comigo, meu pai estava certo sobre os brasileiros, eles são egoístas e mentirosos.

—Ou.—Olho pra cabelinho.—Pega.—Me estende um copo de água.

Eu estava no apartamento. dele, foi quem me buscou na casa da Beatriz, eu não tava em condição de ficar sozinha  com tudo o que aconteceu.

Pego o copo e viro bebendo rapidamente. Pega o copo vazio e coloca na mesa ao lado da cama. Me puxa pra abraça-lo.

—Por que ele fez isso comigo?—Choramingo pra ele.

Se afasta e me olha nos olhos.

—Talvez não seja verdade.—Fala e eu ri em ironia.

—Tem provas, Victor.—Respondo.

Ele suspira e passa a mão pelo cabelo. Me deito na cama e bufo, encaro o teto.

Achei que ele me amava de verdade, mas ele não passa de uma farça, um rostinho bonito de alma podre. Que o universo tenha piedade dele.

Viro meu rosto e vejo Cabelo na sacada fumando um baseado. Me levanto e vou até ele, peço e ele me passa me olhando estranho.

—Achei que tu não usava essas parada.—Dou de ombros soltando a fumaça.

—Tem muita coisa que tu não sabe sobre mim.—Ele ri.

Colocou uma música e pegou duas cervejas, nos sentamos ali no chão curtindo a vista e conversando. Eu gosto muito do Victor, ele é meu melhor amigo da vida.

Todo cuidadoso com as palavaras pra não falar do L7, meu coração estava dilacerado e ele sabia bem disso. Victor me lembrava muito um dia quente de sol na praia, aquela brisa do mar que bate no rosto no fim de tarde, intenso como o mar.

Ele é a pessoa que eu chamaria pra esconder o corpo caso matasse alguém. Não que eu vá matar, mas enfim.

—O que tu curte?—Pergunta ele.

Penso um pouco.

—Cerveja.—Ri.—Brincadeira. Acho que é o céu.—Ele assente sorrindo.

Naquele momento percebi que estavamos com os rostos próximos. Seu olhar intercalava dos meus olhos a minha boca em segundos.

—Para.—Falo me afastando um pouco.

Ele ri e bebe a cerveja.

—Por que você quer estragar tua amizade com o L7?—Questiono indignada.

—Vocês nem tão junto mais.—Rolo os olhos.

Sinto meu olho enxer de água. Respiro fundo e bebo da minha cerveja.

—Vou ir pra Buenos Aires de volta, fodase.—Falo.

Ele me encara e da de ombros.

—Faz o que tu acha melhor.—Bebe.—Tu sabe minha opinião.

Reviro os olhos irritada. Me levanto, pego meu celular e começo a pesquisar passagens.

—Vai fazer o que lá, porra?—Para na minha frente.

Largo o celular e o encaro. Penso e dou de ombros.

—Me drogar até esquecer ele.—Respondo.

Ele ri com deboche e cruza os braços.

—Isso resolve de que?—Dou de ombros.—Porra Micaela, tu ja foi mais coerente.

—Ah vai a merda.—Faço careta e me levanto pegando minhas coisa.

Tava pronta pra ir embora. Ele segura meu braço e fica proximo do meu rosto me prendendo contra a porta. Suspiro fundo com meus batimentos super acelerados.

Passa a mão pela lateral do meu rosto e cola nossos lábios, demorei mas cedi o beijando na mesma intensidade.

Isso vai dar uma merda ainda, to vendo.

MaktubWhere stories live. Discover now