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Gostei até de namorar, ta sendo bom. Não me sinto em obrigação de sempre manter o namoro e é ali sabe, eu sei que ele ta por mim e eu por ele. Estou tão feliz com a minha vida e tudo, meus remédios estão funcionando.

To vencendo a depressão porraa.

Pra compensar to virando uma alcoólatra do caralho. L7 nem bebe quase, então não acompanha meu ritmo.

Estavamos na casa da sogra pra almoçar. O sobrinho do meu namorado é muito fofo, foi super gentil comigo. Minha sogra eu não sabia se ela gostou ou estava sendo falsa, mas ok.

—Você não é daqui.—Afirma minha sogra.

—Buenos Aires. Sim, o Pelé é melhor que o Maradona, ja me disseram isso.—Ela ri de mim.

—Que imprecionante ter uma menina tão linda e entusiasmada.—Ri de lado.

To querendo uma cerveja, mas na casa da sogra não vai rolar pelo jeito.

—Fuma?—Nego com a cabeça.

Quando eu tenho crise, bastante.

—Bebe?

Bastante, se deixar toda hora e todo momento.

—Só formalmente.—Ri meiga.

—Que bom.—Se anima.—Meu filho encontrou uma mulher dos meus sonhos.—Ela ri e eu também, sem entender muito.

Segura nas minhas mãos por cima da mesa e me olha sorrindo fofa.

—Vejo nos seus olhos como ama meu filho e como ele te ama, vocês tem algo tão lindo e duradouro. Olha minha filha, ele é um homem de ouro, cuida muito bem dele.—Assinto.

—Ele é perfeito sogra.—Sorri e ela assente.

Vejo ele entrar pela porta, me olha e sorri.

—Falando mal de mim?—Beija a cabeça da sua mãe.

—Claro.—Respondo e ele me olha.

—Normal.—Vem até mim.

—Vitima você hein.—Fala minha sogra.

Ele mostra a lingua pra ela, levanta o chinelo e ele se esconde atrás de mim, dou risada deles.

—Abusado.—Reclama ela.

—Te amo.—Retruca e ela mostra a lingua dessa vez.

Vejo seu pai chegar com um fardo de cerveja em lata, meus olhos brilham até. Lennon senta do meu lado na cadeira.

—Pra completar o domigo.—Fala meu sogro animado.

—Verdade.—Falo e me olham.—Que?

—Trabalha no que, Micaela?—Pergunta ele.

—Tatuadora.—Ele me olha impressionado.—To realizando meu sonho de viver dos meus desenhos.—Ele sorri.

Sinto que to falando demais. Depois que comevei a namorar o Lennon eu fiquei mais solta sabe? Não fico mais tanto no meu canto.

—Que bom fia.—Sorri de lado sem jeito.—E seu pai faz o que na Argentina?

—Diplomata.—Arqueia as sombrancelhas.

—Veio fazer o que aqui doida?—Fala minha sogra e eu ri.

Me entragam um copo de cerveja.

—Me encontrar.—Sorri timida.

—Que garota perfeita, meu filho!—Fala ela impressionada.

—Eu falei. Pai aqui arrasa.—Se gaba e eu o olho arqueando uma sombrancelha.—Parei.

....

O resto do domingo foi super agradável, a familia dele goostou de mim. Amém. Le ficou super feliz que me acertei com eles, imagina eu.

Imaginei que não gostariam de mim por eu ser tudo o que uma familia tradicional odeia. Ele é perfeitinho, do jeito que todo mundo aceita, mas eu cara cheia de tatuagem, piercing, cabelo descolorido e cara de quem não dorme a uma semana.

—Gostou de hoje?—Passa a mão na minha coxa.

—Sim, foi muito bom.—Sorri e ele também.

Olho pra frente e vejo uma blitz. Estavam olhando todos carros, que merda. Ja estava tarde, agora piorava.

—Lucas me falou hoje que tenho show em Foz do Iguaçu no Paraná.—Dou de ombros.—Quer ir ver seus pais? Ai damos um pulo em Buenos Aires.

Sorri feliz com a sua proposta.

—Mas não é muita passagem?—Questiono preocupada.

Nega com a cabeça bebendo água.

—Relaxa princesa. Esse vai ser meu presente de um mês de namoro.—Pisca pra mim, sorri sem jeito.

O policial para o carro e pede pra encostar, só o nossso fez isso, percebi que sua mão estava na pistola. E se eu tiver dorgas no carro sem querer? Tem nada, nem maconha eu uso.

—Desliga o carro e desçam.—Fala o policia.

Le me olha e tira o sinto, faço o mesmo e saio do carro e vou junto com ele.

—Vem da onde?—Pergunta.

Ele explica o lugar, mas nem eu entendo.

—Os documentos dos dois. Vamos revistar o carro.—Le me olha exausto.

Abre o carro e pega nossas coisas. O policial me olha de cima a baixo como um pedaço de carne. L7 da os nossos documentos pro cara.

—Abre o porta malas.—Fala outro policial.

Lennon pega a chave do carro e vai até lá, sigo ele. Tadinho tava de pé descalços, pois tava de chinelo e é ruim de dirigir assim.

—Moça.—O bendito me chama.—Preciso do seu visto ou cidadania brasileira.

—Meu Deus pra que?—Pergunto irritada.

—Você é argentina.—Assinto.

—Eu não ando com meu visto.—Respondo simples.—Eu ainda não tenho 90 dias de permanência no Brasil, mas ja tenho minha dupla nacionalidade já.—Ele da de ombros e sai andando.

L7 tava furioso com tudo aquilo, eu também, mas não adianta.

Acabou que uns amigos dele pararam de carro no acostamento e vieram conversar, ver se resolvia de algo, eu tava exausta precisando de uma cama e um banho.

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@ micaela_arg storys

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MaktubWhere stories live. Discover now