[Concluída 24/05/2022) Jimin durante muito tempo teve que lidar com a ideia difícil de ser pai solteiro e um médico brilhante, mas para ter uma profissão assim e passar por tudo que ele já passou, uma armadura teve que ser criada, uma armadura até m...
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Jimin
Cheguei em casa detonado, eu sentia que um caminhão havia passado em cima de mim, minha cabeça estava longe e eu sentia uma raiva dentro de mim que pedia para que eu quebrasse tudo em casa, mas antes que eu pudesse cometer algum ato de ódio e gritar para todos os cantos o quanto a vida é injusta, Jake entrou pela porta animado com um livro na mão e apenas me cumprimentou rapidamente antes de correr para o quarto. Ele foi um dos motivos para eu tentar me segurar mais.
Fiz o almoço para ele, o suficiente para uma pessoa porque eu estava enojado só de pensar, chequei se estava tudo bem em seu quarto e avisei-lhe que sairia para jantar com Jeon hoje à noite. Ele mal prestou atenção, estava correndo de um lado para o outro pegando vários papéis coloridos como se fosse fazer uma fantasia de papel, então resolvi deixá-lo quieto.
Eu estava tão cansado mentalmente que tomei um calmante para dormir e apaguei durante o dia todo, acordei com o meu despertador desesperado e Jake me sacudindo porque pensou que eu tinha morrido, eu quase tive um treco ao olhar a hora e ver que não daria tempo para mim sequer me arrumar direito, tomei o banho mais rápido que consegui e vesti as primeiras roupas que achei em meu closet.
Cheguei um pouco atrasado, mas não parecei incomodar Jeon, mas me incomodou, para falar a verdade eu sempre fui muito pontual. A conversa estava fluindo apesar da minha cabeça me lembrar a cada segundo do ocorrido de hoje e eu voltar a me fechar em meu mundinho complicado, mas sua pergunta me pegou desprevenido e eu não sabia se falava a verdade ou mentia para que ele não ficasse preocupado ou pensasse que eu não era um bom médico, porque eu era, eu era o melhor, e mesmo assim não consegui salvá-lo.
- É normal, não tenho muita coisa para dizer. - Escolhi o meio-termo, não estava mentindo, apenas omitindo.
- Não me parece bem, chegou atrasado com a cara amassada e talvez mais triste? Brigou com Jake? - eu odiava pessoas observadoras demais, eu sei, eu sou uma delas, mas só a sensação de me sentir observado me causava arrepios.
- Na verdade, eu não acordei muito bem hoje, tive uma emergência e acabei perdendo um paciente. Tudo bem, essas coisas acontecem eu não posso me incomodar com isso. - falei, talvez estivesse tentando dizer para mim mesmo que eu deveria seguir e aproveitar o quanto estou vivo.
- Não, não está tudo bem, é seu paciente, uma pessoa que você teve um certo contato e não resistiu, não pode fingir que as coisas estão perfeitas quando não estão. - falou colocando a mão em cima da minha que estava apoiada na mesa.
- Sou pai, não posso mostrar para o meu filho que não consigo fazer meu trabalho sem chorar, preciso mostrar-lhe como ser forte e...
- Pessoas que pensam assim, criam filhos inseguros e metido a machões, pessoas choram Jimin, você não tem um canal lacrimal de enfeite, chorar faz bem para a saúde e para a alma. Seu filho ver você chorar não é vergonha, ele entenderá que você é humano como todos os outros e sensível também. Lamento muito por sua perda e se precisar de um amigo e abraços quentinhos para chorar estou aqui. Mas não pense que não chorar é sinônimo de força, pessoas fortes choram e são corajosas o suficiente para não ter vergonha disso. - O assunto cessou quando o mesmo garçom voltou com nosso jantar e então rapidamente ele tirou sua mão e eu também, mas ainda sentindo a quentura e maciez de seus dedos.
